Pragas e Doenças

Borboleta-da-sardinheira

Esta tem sido uma praga muito frequente nos últimos anos, causando grandes danos em muitas destas plantas.

Os pelargónios, mais comumente conhecidos por sardinheiras ou gerânios, são plantas originárias do sul de África, existindo mais de duas centenas de variedades, sendo que existem quatro espécies mais vulgares nas varandas e outros espaços portugueses.

Apesar de se tratar de plantas fáceis de tratar, não deixam de estar suscetíveis ao ataque de alguns agentes nocivos, de entre os quais destacamos a borboleta-da-sardinheira (Cacyreus marshalli, Butler).

A borboleta-da-sardinheira é originária da África do Sul e de Moçambique, tendo sido, devido às relações comerciais de material vegetativo com África, introduzida na Europa, mais concretamente em Espanha, em 1987, e detetada em Portugal passados dez anos.

Morfologia

Trata-se de uma espécie holometábola, isto é, a seu ciclo de vida é composto por quatro estádios (ovo, lagarta, pupa e adulto).

As posturas isoladas são esféricas, mas ligeiramente achatadas nos polos, medindo entre 0,3 e 0,6 mm, com tom esbranquiçado.

As lagartas, ao eclodirem, medem entre 1-2 mm, são de cor verde-clara com duas listas longitudinais dorsais lilases e cobertas por abundante lanugem. No final do quarto instar, medem aproximadamente 13 mm e são mais escuras.

As pupas medem cerca de 10 mm de comprimento e possuem tonalidade amarelada a castanho-escura, com duas riscas longitudinais dorsais, preservando a quantidade de pelos.

A envergadura dos adultos varia entre 15 e 27 mm, sendo a coloração superior castanho-escura com franja branca e castanha, ao passo que a parte inferior exibe um desenho particular com tons de castanho e branco.

Ciclo de vida

À semelhança da maioria dos insetos, o ciclo de vida desta espécie é bastante influenciado pela temperatura, durando de um mês, a 30 ºC, até 2 meses, a 20 ºC. Em Portugal, a espécie apresenta cinco a seis gerações anuais.

Após a cópula, a presença do adulto resume-se às inflorescências e a jovens folhas para realizar as posturas.

As posturas são efetuadas preferencialmente nas folhas, nos pedúnculos, nos botões florais e nas flores, geralmente em número de cinco ovos por órgão vegetal.

As lagartas eclodem a temperaturas de 21 ºC e começam a alimentar-se na página inferior das folhas e nas inflorescências, após o que constroem uma galeria. Com o desenrolar dos instares, migram para hastes com maior diâmetro, introduzindo-se e alimentando-se no seu interior.

A pupa é localiza-se nos caules e/ou nas folhas do hospedeiro, podendo ou não estar envolta por um casulo.

Sintomatologia

Além da identificação direta da praga numa ou mais fases do ciclo de vida, são ainda elementos de diagnóstico os estragos nas inflorescências, nas folhas e nas hastes devido à atividade alimentar das lagartas. As galerias realizadas nestes órgãos vegetais servem ainda de porta de entrada a diversos parasitas.

A identificação das galerias varia com o desenvolvimento da lagarta − no início da infestação, as galerias são efetuadas sobretudo na página inferior das folhas e, mais tarde, nos caules e nas inflorescências.

Fatores de risco

A presença de hospedeiros suscetíveis associada ao facto de as lagartas de desenvolverem no interior dos caules, bem como à elevada nocividade e à presença de condições ambientais favoráveis, assumem-se como os maiores fatores de disseminação desta praga no sudoeste da Europa.

Meios de luta

O controlo desta praga é complexo devido aos fatores de riscos atrás invocados e ao ciclo de vida da espécie.

Do ponto de vista da luta cultural, assume especial importância o uso de estacas de propagação e plântulas com garantia varietal e fitossanitária.

A luta química deverá ser iniciada aquando da identificação das lagartas. Poderão ser empregues fitofarmacêuticos de uso não profissional, os quais dispensam a necessidade de cartão de aplicador de produtos fitofarmacêuticos, com substâncias ativas como a deltametrina ou a abamectina e piretrinas.

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