Saiba quais são as principais características desta praga e como combatê-la.
Praga
Cochonilha negra (Saissetia oleae Olivier).
Características
Trata-se de uma cochonilha que mede 3-5 mm de comprimento, cor castanho escuro/preto, tem forma oval (a fêmea) e corpo convexo e parece que tem a letra H escrita no dorso. Os ovos têm cerca de 0,3 mm de comprimento, elípticos e são de cor rosa no início e ligeiramente amarelos no fim.
Ciclo biológico
Este inseto pode ter duas gerações por ano (citrinos) e uma nas oliveiras. Cada fêmea, por partenogénese, pode por cerca de 1000-2500 ovos, agrupados debaixo de um escudo (corpo materno), demorando este processo cerca de 15-30 dias durante o mês de junho. Devido às nossas condições climáticas, a mortalidade pode atingir 80 %. As larvas sobreviventes achatadas, ovais e amarelo-acastanhadas, fixam-se aos tecidos e evoluem até à primavera, altura em que atingem a fase adulta (no princípio do verão).
A segunda geração começa no outono com a reprodução, atravessando o inverno como fêmea imatura. A baixa humidade atmosférica e elevada insolação aumentam a taxa de mortalidade desta praga.
Plantas mais sensíveis
Oliveiras, laranjeiras, loureiro e algumas ornamentais.
Danos
Verificam-se nos ramos e folhas. As cochonilhas, fixam-se na página inferior ao longo da nervura mediana, dirigindo-se depois para os ramos e alimentam-se da seiva da planta, o que pode levar a uma menor produção de frutos. Os ramos atacados secam e caiem, levando ao enfraquecimento da planta. A melada produzida, chama formigas que estimulam a cochonilha a produzir mais melada e com isso, aparece a fumagina que vai agravar os danos na árvore (funções respiratórias e fotossíntese) e na sua produção.
Combate biológico
Prevenção/aspetos agronómicos
Realizar podas no sentido de favorecer a luz e a circulação de ar no interior da copa; cortar (no inverno) os ramos e folhas onde a praga esteja em grande quantidade; reduzir a adubação azotada.
Luta química biológica
Deve ser feita de julho a outubro (oliveiras) e em fevereiro-março (citrinos), com a pulverização com óleos de verão – desencoraja a postura de ovos -, e deve ser feita em toda a árvore, no início do outono; A aplicação de “Neem” (substância de origem natural), tem uma acção repelente sobre esta praga; Faça uma solução de sabão de potássio e álcool e pulverizar as cochonilhas e retire-as mais tarde com um pano. Deve realizar estes tratamentos a partir de maio.
Luta biológica
As joaninhas do género Chilocorus bipustulatus, Cybocephalus rufifrons, C.nigritus, Lindorus lophanthae e Exochomus quadripustulatus são ativos predadores das larvas e ovos. Parasitóides como Metaphycus sp, Coccophagus licymnia, C. scutellaris e Scutellista cyanea que se alimenta dos ovos. Fungo Verticilium lecanii.
Foto: Pedro Rau
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