Revista Jardins

Conheça os Zygopetalum

São orquídeas muito resistentes, coloridas e perfumadas.

Das orquídeas que cultivo no meu jardim, todo o ano no exterior, tenho tido muito bons resultados com os Zygopetalum. São orquídeas fáceis de cultivar, muito resistentes e que nos oferecem bonitas florações várias vezes ao ano. O género Zygopetalum é constituído por 15 espécies.

Na Natureza, estas orquídeas são encontradas nas florestas húmidas a baixa-média altitude, principalmente do Brasil, mas também de outros países da América do Sul como a Argentina, a Bolívia, o Chile, o Paraguai ou o Peru. O primeiro Zygopetalum foi descrito por William Hooker, um botânico inglês, no ano de 1827.

A primeira espécie documentada foi o Zygopetalum maculatum. O nome resulta da junção de duas palavras gregas – zigon (junto) e petalon (pétalas) – que se refere à forma como os vários componentes das flores estão unidas junto à base do labelo.

A planta e as flores

São plantas que atingem no máximo cerca de 60 cm de altura, mas há espécies que ficam mais pequenas. O seu crescimento é simpodial, são plantas geralmente epífitas, e formam grupos de pseudobolbos verdes, ovais e ligeiramente achatados lateralmente.

Cada pseudobolbo tem várias folhas lanceoladas e plissadas, de cor verde-clara, que, com o passar do tempo, um ou dois anos, acabam por secar e cair, ficando os pseudobolbos sem folhas, mas viáveis e muito importantes para o desenvolvimento da planta, pois irão originar os novos rebentos.

Os Zygopetalum florescem nos rebentos novos, por vezes antes mesmo de o pseudobolbo estar formado. Esses rebentos querem-se fortes e é importante fertilizar a planta nessa fase do crescimento. As hastes florais aparecem de dentro das folhas, podem ter só duas ou três ou muitas flores, depende da espécie e da robustez da planta. Se a planta der vários pseudobolbos num ano, é muito provável que faça múltiplas florações em alturas distintas.

As flores têm um tamanho médio, 7 ou 8 centímetros, com um bonito e largo labelo. As cores predominantes são o azul (mais roxo ou lilás) no labelo e as pétalas verdes manchadas de castanho-escuro. Outras têm o labelo branco e pétalas verde-claras.

Com a hibridação já se conseguiram outras cores, flores amarelas pintalgadas de vermelho, outras lilás muito clarinho, labelos mais rosa, pétalas quase negras… são muitos os híbridos disponíveis. Uma característica comum é o agradável e intenso perfume floral.

O meu cultivo

São orquídeas que gostam de alguma humidade e tenho tido melhores resultados no cultivo em vasos ou taças de plástico perfuradas. Um ou mais furos na base ou até nas laterais são essenciais para o arejamento das raízes e uma boa drenagem.

Como substrato utilizo uma mistura de casca de pinheiro média com fibra de coco grada e um pouco de perlite ou musgo de esfagno, especialmente se temos tendência a deixar secar as plantas.

Se, pelo contrário, costumamos regar demasiado, o melhor é optarem somente pela casca de pinheiro e fibra de coco.

As temperaturas ideais podem variar entre as mínimas de 14 ºC e máximas de 28 ºC. Na zona onde resido, as temperaturas mínimas chegam normalmente aos 5 ºC e nunca perdi nenhuma planta devido ao frio.

Nessas alturas, coloco-as num local protegido da chuva e geadas e faço regas mínimas e muito espaçadas. Pelo contrário, quando as temperaturas vão acima dos 30 ºC, rego praticamente todos os dias e coloco-as em zonas mais sombrias e bem arejadas.

Um dos problemas destas plantas é a tendência a ficarem com manchas nas folhas, crescerem descontroladamente para fora do vaso e perderem as folhas deixando a planta com um aspeto geral muito desarrumado.

Eu não tenho hábito de reenvasar com muita frequência e deixo-as crescer à vontade para fora do vaso. Não me incomoda. Mas quem gosta de plantas muito arrumadinhas pode pagar o preço de ter menos florações.

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