Ornamentais

Lycaste e os seus híbridos

O seu nome homenageia uma mulher da Grécia Antiga conhecida pela sua rara beleza e também estas orquídeas se distinguem por uma beleza única que apaixona muitos cultivadores. Conheça as Lycaste.

Origem

É um género com cerca de três dezenas de espécies originárias da América Central e do Sul.

O seu centro de irradiação é a Colômbia, mas podem ser encontradas desde o Sul do México e das Caraíbas espalhando-se pelos países do Noroeste da América do Sul até aos limites da floresta amazónica.

Hábitos de crescimento

Crescem nos troncos e ramos das árvores cobertas de musgos das florestas húmidas a variadas altitudes, sendo também possível encontrá-las no solo, em encostas ou entre rochas.

São plantas que atingem por vezes tamanhos grandes. Têm um rizoma muito curto, onde crescem, encostadinhos uns aos outros, pseudobolbos verdes e ovais em cujo topo se desenvolvem duas folhas grandes, finas e plissadas.

Em algumas espécies, as folhas mantêm-se mesmo na altura da floração e, noutras, os botões só aparecem após a queda de todas as folhas. Eventualmente, todas as folhas acabam por cair, deixando pontas aguçadas no topo dos pseudobolbos, uma fantástica arma de defesa contra intrusos.

A floração

As flores das Lycaste variam normalmente de tamanho entre os cinco e dez centímetros com exceção da Lycaste schilleriana, que pode atingir os 18 cm de um lado ao outro. As cores têm tonalidades entre o amarelo, castanho e rosa e as suas flores são eretas e viradas para a frente.

Facilmente se distinguem as três sépalas, as duas pétalas e o labelo (pétala modificada). A sépala dorsal é plana, sem curvatura e as duas pétalas são sobrepostas ou muito juntas. Algumas são perfumadas e o seu aroma é diurno, sendo a mais perfumada, como o seu nome indica, a Lycaste aromatica, com um maravilhoso perfume a canela. As flores duram facilmente entre quatro e seis semanas.

O cultivo

Não são plantas difíceis de cultivar, mas é necessário, como na maioria das orquídeas, conhecer as suas preferências para que possam dar-nos bonitas florações.

São plantas que gostam de uma luminosidade média, mas sem sol direto. Sempre num local com luz vedada ou protegidas por uma rede de sombra.

No inverno, é importante que estejam num local com boa luz. Podendo mesmo apanhar um pouco de sol de manhã ou no final da tarde, quando é menos intenso.

As temperaturas são muito variáveis e as Lycaste são consideradas orquídeas de climas frios a temperados. No verão, podem chegar aos 35 °C (devidamente regadas e sombreadas) e, no inverno, em temperaturas até aos 8-10 °C (com o cuidado de suspender as regas e protegidas de geadas).

Gostam de humidade. Tanto no ar (60-70%), como no meio de cultivo. Se as folhas ficarem rapidamente com as pontas secas, pode ser uma indicação de falta de humidade. As regas devem ser abundantes na época em que aparecem os novos rebentos que vão originar os novos pseudobolbos.

Nessa altura, também se aduba na água de rega, em regas alternadas com um adubo próprio para orquídeas, especial para crescimento.

Depois, conforme se aproxima o outono, vamos espaçando mais as regas e reduzindo as fertilizações até chegarmos ao inverno. Nas semanas mais frias, se suspendem as fertilizações e as regas são reduzidas a uns meros borrifos.

Dentro e fora de casa

Apesar de poderem ficar no exterior o ano todo, as Lycaste não devem apanhar chuva no outono e inverno. Os vasos mais indicados são as taças, que podem ser de plástico ou de barro. Mas devem sempre ter vários buracos em baixo e nas laterais para garantir uma boa drenagem.

Como substrato podemos utilizar uma mistura de 60% de casca de pinheiro de 1-2 cm com 40% de perlite; ou simplesmente utilizar musgo de esfagno de boa qualidade.

A quantidade de água e frequência das regas também depende do substrato que utilizamos. Por isso, só devemos voltar a regar quando o substrato superior começa a secar.

Leia mais: Orquídeas: tempo de crescer

Há dois erros frequentes que são feitos:

  1. A pressa de colocar as plantas em vasos grandes, que vai atrasar as florações;
  2. E a pressa de dividir as plantas! Se as deixarem grandes e cheias de pseudobolbos, têm florações muito mais numerosas e espetaculares.

No mercado, encontram-se também à venda vários híbridos.

Cruzamentos entre espécies diferentes de Lycaste ou cruzamentos intergenéricos entre Lycaste e Anguloa, Sudamerlycaste, Bifrenaria ou mesmo Maxillaria. Qualquer uma destas se cultiva de maneira semelhante.

As florações podem demorar, especialmente em plantas pequenas, mas, quando começam, repetem-se todos os anos e são um deslumbramento.

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