As plantas devem ser fertilizadas regularmente para que se desenvolvam em boas condições fitossanitárias, saiba quando, como e porque deve fazê-lo.
A fertilização das plantas é talvez dos temas que suscita mais dúvidas aos jardineiros e horticultores amadores, mas é dos fatores mais importantes para o sucesso das plantações. As plantas devem ser fertilizadas regularmente para que se desenvolvam em boas condições fitossanitárias.
O que deve saber
Em primeiro lugar, é preciso perceber que na Natureza as plantas têm livre acesso aos nutrientes, pois há sempre plantas e animais que morrem e que se decompõem. Nos jardins e, principalmente, nas plantas em vaso, isso já não acontece da mesma forma. Por isso, temos de fertilizar, garantindo que têm os nutrientes necessários para o seu bom desenvolvimento.
Tipos de fertilizantes
Fertilizantes orgânicos
São fertilizantes desenvolvidos a partir dos nutrientes de origem animal e vegetal. Demoram mais tempo a ser utilizados pelas plantas, pois necessitam de ser decompostos pelas bactérias do solo para que os nutrientes fiquem disponíveis para as plantas. Têm grandes vantagens, são ricos em micronutrientes e melhoram a estrutura do solo, nomeadamente se utilizarmos húmus ou se fizermos o nosso composto.
Fertilizantes inorgânicos
Estes são sintetizados quimicamente a partir de elementos minerais, são mais rapidamente absorvidos pelas raízes das plantas, pois já estão mineralizados.
Existem fertilizantes de libertação controlada, que estão revestidos de uma resina protetora que impede o contacto direto com as raízes: os nutrientes vão sendo disponibilizados às plantas à medida que elas necessitam – quanto maior a temperatura, maior a quantidade de adubo libertado –, garantindo a fertilização por seis meses.
Macronutrientes
A famosa combinação NPK indispensável ao bom desenvolvimento fitossanitário das plantas, garantindo um bom crescimento de toda a parte vegetativa, bem como o crescimento radicular e também das flores, frutos e sementes. Os fertilizantes têm sempre uma formulação baseada em NPK.
Azoto
O N ou nitrogénio é o grande responsável pelo desenvolvimento vegetativo e garante o bom crescimento da planta. Importante no início do desenvolvimento das plantas e no processo de crescimento.
Fósforo
O P, um macronutriente muito importante para garantir uma boa floração, frutificação e produção de sementes.
Potássio
O K, cuja presença é fundamental para aumentar a resistência das plantas em geral e ajudar no desenvolvimento do seu sistema radicular, que vai garantir uma boa absorção de água e de nutrientes pelas raízes.
Micronutrientes
Além dos macronutrientes, é importante para o bom funcionamento e desenvolvimento das plantas que elas tenham acesso a micronutrientes como cálcio, magnésio, boro, molibdénio, cobre, zinco, manganês, enxofre.
Estes são facilmente encontrados em fertilizantes orgânicos (composto ou húmus de minhoca) e em suplementos caseiros que podemos fornecer às plantas: cascas de ovo, borras de café, cascas de banana, etc. Convém sempre ver no rótulo dos fertilizantes qual a percentagem de cada um dos macro e micronutrientes.
Veja o vídeo “Adubação: Enciclopédia de Jardinagem” e aprenda a adubar as suas plantas corretamente.
Quando fertilizar
Devemos dar uma especial atenção à fertilização quando as plantas estão em vasos, pois as plantas não têm onde ir buscar os nutrientes de que precisam. Ao optarmos por um substrato fertilizado, estamos a garantir que nos primeiros tempos as plantas não precisam de fertilização extra (convém ler na descrição do substrato, quantas semanas ou meses este garante).
Se plantarmos no terreno, devemos incorporar uns dias antes, adubo orgânico ou inorgânico, cavar e só depois plantar, para garantir que este está bem misturado e não vai entrar em contacto direto com as raízes o que as poderá danificar.
Quando plantamos em vaso e o substrato não é fertilizado, devemos fazer uma fertilização, de preferência com um adubo orgânico ou inorgânico de libertação controlada, que vai sendo disponibilizado quando a planta necessita. Devemos fertilizar mais na primavera e no verão (quando as plantas estão em maior atividade e desenvolvimento) e menos no outono e no inverno.
Podemos fertilizar uma vez no outono e uma vez o inverno e mensalmente na primavera e verão. Nas plantas em vaso podemos usar fertilizantes líquidos na água da rega, uma forma muito fácil de fertilizar. Se usarmos fertilizantes de libertação controlada, só temos de fertilizar de seis em seis meses.
Devemos sempre fertilizar a seguir à floração e frutificação nas plantas perenes, pois estas duas funções consomem muito as energias das
plantas e há que repô-las a seguir.
Como fertilizar
Consoante o tipo de fertilização assim deve ser a sua aplicação. Se estamos a usar um granulado, seja orgânico ou inorgânico devemos fazer um sulco à volta das plantas, colocar a dosagem recomendada, incorporar e regar. Devemos ter sempre o cuidado de não deixar que fertilizante entre em contacto direto com as raízes.
Quando plantamos em vaso, pelo menos de três em três anos, temos de substituir o substrato na totalidade, até lá podemos ir juntando todos os anos 20% de novo substrato de composto ou húmus de minhoca e assim vamos repondo os nutrientes e macronutrientes. Isto não invalida que se façam as fertilizações regulares.
Sintomas de falta de fertilização
Os sintomas em geral podem ser folhas com necroses (partes secas e/ou mortas) ou descoloração das folhas (parece que estão desbotadas) clorose. As folhas podem nascer deformadas.
Falta de cálcio
Folhas novas crescem enroladas e descoradas (verde muito pálido) e com as bordas castanhas.
Falta de ferro
As folhas novas ficam amarelas.
Falta de magnésio
As folhas todas começam a ficar pálidas, amareladas com manchas e acabam por secar e/ou cair.
Falta de potássio
As folhas ficam com manchas arroxeadas ou encarnadas. Podem aparecer pequenos furos nas folhas.
Falta de azoto
As folhas começam a ficar amarelas a partir da ponta até ao centro.
Falta de fósforo
As pontas das folhas ficam castanhas ou avermelhadas e as folhas amareladas.
Falta de enxofre
As folhas novas nascem anãs e/ou deformadas.
Sintomas de excesso de fertilização
Nunca devemos exceder as dosagens recomendadas nem diminuir a periodicidade aconselhada nos rótulos. As plantas podem crescer demais, ficar enfraquecidas, com os caules quebradiços, mais suscetíveis a pragas e doenças. As plantas podem ainda ficar com partes queimadas.
IMPORTANTE
É melhor fertilizar a menos do que a mais!
A fertilização a mais pode provocar queimaduras e a posterior morte da planta. Deve ter um calendário onde assenta quando fertilizou para não se esquecer de o fazer na periodicidade certa.
Leia também “Outono: tempo de fertilizar a horta e o jardim”.
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