Revista Jardins

Mosquito-tigre-asiático

mosquito

 

É fundamental compreender o que está na origem destas espécies de forma a ser possível prevenir o seu aparecimento em quantidade nesta época do ano.

 

Os mosquitos serão das pragas urbanas que maiores incómodos causam. Com as crescentes preocupações no que respeita à saúde pública, e numa fase em que se reabre a discussão face à dengue por parte da comunidade científica, é agora mais importante que nunca evitar que as populações de mosquitos aumentem de forma descontrolada e provoquem diversos tipos de situações desagradáveis.

Os períodos do ano com temperaturas mais elevadas e simultaneamente com chuva são os que favorecem o aumento da dinâmica populacional deste grupo de insetos, criando assim sérios desconfortos bem como riscos para a saúde pública. É assim fundamental compreender as medidas que estão na origem destas espécies para prevenir o seu aparecimento em quantidade nestas épocas do ano.

 

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Aedes albopictus

O mosquito Aedes albopictus, conhecido vulgarmente como mosquito-tigre-asiático, é um mosquito invasor procedente da região Ásia-Pacífico.

Em 2005, esta espécie de mosquito foi detetada na ilha da Madeira, tendo, em 2012, ocorrido surto de dengue na ilha, o que deu origem a mais de dois mil casos. A nível do continente europeu, foram ainda detetados episódios importados em Portugal e em dez outros países.

A espécie de mosquitos Aedes albopictus foi identificada pela primeira vez no município de Lisboa em 2023, não sendo a presença desta espécie inédita em Portugal, pois havia já sido identificada em 2017 no norte do País, no Algarve em 2018 e no Alentejo em 2022. É conhecida a sua expansão pelo sul da Europa onde tem vindo a instalar-se, nos últimos anos, em países mediterrânicos.

 

 

Identificação

O mosquito-tigre-asiático de cor escura tem cerca de 3-10 mm de comprimento. Uma única linha branco-prateada que começa na cabeça e continua no lado dorsal do tórax é a marcação característica mais segura para sua identificação. Uma outra característica marcante são os sinais brancos nas pernas.

 

Ciclo de vida

À semelhança de todos os mosquitos, durante o seu ciclo devida passa por uma fase aquática nos estados de larva e pupa, após a fêmea ter depositado os ovos na superfície da água estagnada.

Os ovos postos pela fêmea são resistentes ao calor e à desidratação, e são depositados em recipientes naturais e artificiais sujeitos a inundações, tais como vasos de flores, vasilhames diversos, baldes, barris de água, pneus velhos, caleiras de chuva, entre outros. Quando os ovos estão cobertos por água, as larvas eclodem, ficam penduradas à superfície da água e respiram através de um sifão tipo snorkel na ponta do abdômen. Existem quatro fases larvares que se alimentam de material orgânico, filtrando a água com partes da boca.

As larvas no quarto estágio transformam-se numa pupa, que se mantém à superfície da água, respirando por meio de dois sifões na extremidade frontal. A pupa é uma fase que não se alimenta, em que o mosquito passa da forma larvar para um inseto adulto.

O mosquito adulto emerge da pupa e geralmente alimenta-se de sucos de plantas e néctar para colmatar as suas necessidades energéticas. Somente as fêmeas se alimentam de sangue, de que precisam para produzir os ovos.

 

 

Saúde pública

Este mosquito pode transmitir às pessoas doenças como chicungunha, dengue e zica. No entanto, em Portugal, não foram identificados nestes mosquitos quaisquer agentes de doenças que possam ser transmitidas às pessoas.

 

Controlo

Colocar redes mosquiteiras nas janelas é uma medida que limita o acesso dos insetos ao interior das habitações. Ao início do crepúsculo é importante manter as janelas e portas fechadas e/ou limitar a luminosidade com cortinas. O uso de um repelente adequado poderá ser uma medida de proteção eficaz.

No exterior das habitações deve ser tida em conta a necessidade de limitar o acesso à água parada de forma a inviabilizar as posturas. Assim, deverá tapar reservatórios de água, remover pratos de vasos ou preenchê-los com areia, não acumular água estagnada virando com frequência recipientes que possam acumular pequenas quantidades de água. Existem alguns repelentes naturais como a citronela, a hortelã, o crisântemo, o manjericão, o alho, a lavanda e o alecrim.

 

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