Ornamentais

Plantas encarnadas no jardim

MAGNÍFICO JARDIM SUSPENSO DA FÁBRICA HERING, EM BLUMENAU. PROJETO DE BURLE MARX, INAUGURADO EM 1980 – 2024 © MARIANNE GOMES

 

A arte dos planos de plantação com Burle Marx.

 

Caro(a) leitor(a), a aposta man-tém-se: vamos continuar o desafio de conciliar a botânica coma arte dos jardins. Este mês discorremos sobre a obra de Roberto Burle Marx (1909-1994), de nacionalidade brasileira, e destacamos plantas de cor encarnada utilizadas nos seus jardins.

O brasileiro Burle Marx pode ser considerado um dos paisagistas mais marcantes do movimento modernista no Brasil. Foi um artista apaixonado pelas artes, arquitetura e botânica, tendo a sua obra um lugar de destaque entre os admiradores da arte moderna. A sua firme determinação de viver e trabalhar na sua terra natal e a sua devoção pela paisagem brasileira dotaram o seu país de um vasto legado da sua obra.

No campo dos jardins, pode afirmar-se que, no Brasil, a referida evolução para a arte moderna deveu-se em parte a Burle Marx, que era munido de uma notável imaginação, aliada a uma extraordinária habilidade em empregar as plantas. Foi notória a sua capacidade de explorar a vegetação tropical através de expedições ao interior do país e subsequente organização do material recolhido em associações ecológicas, reproduzindo as condições naturais, distribuindo essa vegetação de acordo com critérios ecológicos, botânicos e artísticos. E, tal como Burle Marx afirmava, “primeiro pode pensar-se numa planta como uma pincelada… mas não se deve esquecer de que se trata de um ser vivo”. Como plantas de cor encarnada utilizadas nos jardins de Burle Marx, destacamos as seguintes: Canna indica, Erythrina crista-galli, Iresine herbstii e Tecoma ochraceae.

 

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IRESINE HERBSTII HOOK.

Herbácea perene com uma altura até 120 cm, da família das Amaranthaceae. O encanto desta planta está nas suas folhas encarnadas com formato de coração, muito brilhantes. Esta herbácea deve ser podada no final do inverno, suprimindo um terço de sua estrutura, formando plantas mais densas. O seu nome deve-se a Hermann Carl Gottlieb Herbst (1830-1904), diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que quis homenagear William Jackson Hooker (1785-1865), primeiro diretor do Royal Botanical Gardens de Kew, por ter introduzido a espécie nos jardins ingleses.

ERYTHRINA CRISTA-GALLI L.

A área de distribuição nativa desta espécie é do Brasil à Argentina. É um arbusto ou árvore e cresce principalmente no bioma subtropical. Caracteriza-se pelas suas exuberantes flores vermelhas com período de floração de junho a setembro com a planta totalmente despida de folhas. A frutificação ocorre de outubro a novembro.

 

TECOMA OCHRACEA CHAM.

É um arbusto ou pequena árvore muito ramificada, pertence à família Bignoniaceae, nativa da América do Sul. As folhas compostas são serreadas, e as flores encarnadas em forma de campânula formam inflorescências vistosas. Produz por longos períodos muitas sementes que germinam facilmente.

 

 

CANNA INDICA L.

Cana-da-índia é uma espécie da família Cannaceae, nativa da América do Sul, América Central, Caribe e do México, e cultivada durante milhares de anos pelos povos indígenas das Américas. Herbácea rizomatosa com uma altura até 2 m, exibe uma floração exuberante entre junho e novembro.

 

 

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