A convite da AGROBIO, a Revista Jardins realizou uma visita à Bio Região de Lagos de Sabor, em Alfândega da Fé, para conhecer de perto as práticas e os desafios da produção biológica local.
Durante a press trip, visitámos propriedades dedicadas ao cultivo de olival, cerejal, vinha, amendoal e castanhal, onde os produtores partilharam as suas experiências e a sua dedicação à agricultura sustentável.
Nestas explorações, ficou claro o compromisso dos agricultores com a produção de alimentos de qualidade, respeitando os ciclos naturais e utilizando técnicas que preservam a biodiversidade e o respeito pela integridade e saúde dos solos. Também a experiência de provar os produtos diretamente da origem permitiu apreciar a autenticidade dos sabores, reforçando o valor que estes alimentos biológicos podem oferecem.
O Símbolo Eurofolha: uma garantia ou só mais um selo
Num panorama mais vasto do consumo atual, no meio de tantos rótulos que ocupam as prateleiras dos supermercados, há um símbolo que se destaca, mas que muitos consumidores ainda desconhecem: a Eurofolha. Este pequeno selo verde, discreto, mas significativo, representa muito mais do que uma simples promessa de comida saudável. Ele é o rosto de um projeto ambicioso que pretende moldar o futuro da alimentação na Europa, assegurando aos consumidores que os produtos que o ostentam foram cultivados de forma sustentável, sem o uso de pesticidas e fertilizantes sintéticos.
O selo Eurofolha faz parte do projeto Organic Food 4 Future, liderado pela AGROBIO, em conjunto com a ECOVALIA, e integrado na campanha “O futuro está na sua mesa com a folha verde”.
Financiado pela União Europeia, com um orçamento de 1,5 milhões de euros e o apoio da Agência Executiva Europeia de Investigação, este projeto, que decorre entre 2023 e 2024, tem como objetivo aumentar o reconhecimento e a valorização dos produtos biológicos, incentivando o seu consumo e educando os consumidores para escolhas mais informadas.
Porquê escolher produtos com a Eurofolha?
Ao escolher produtos com a Eurofolha, o consumidor faz mais do que optar por uma alimentação saudável e saborosa. Ao privilegiar a produção biológica, o consumidor está a apoiar diretamente pequenos agricultores e produtores familiares, muitos dos quais dependem destas práticas para sustentar as suas comunidades. Este tipo de agricultura promove um modelo económico mais justo e sustentável, uma vez que incentiva o comércio local, reduz a dependência de grandes cadeias de distribuição e preserva tradições agrícolas que, de outra forma, poderiam perder-se.
Assim, a valorização dos produtos biológicos não só protege o meio ambiente, como também fortalece o tecido económico regional, garantindo um futuro mais estável e próspero para estas comunidades. A Revista Jardins, ao relatar esta experiência, procura sensibilizar os nossos leitores para a importância do consumo consciente e a necessidade de apoiar um futuro mais equilibrado e sustentável, onde a agricultura biológica desempenha um papel essencial
Produção de Azeite Casa Aragão
Um dos produtores que visitamos e que é uma a das maiores e mais representativas casas do setor da produção de azeite da Terra Quente Transmontana.
Os primeiros registos desta família Aragão remontam ao ano de 1764 em termos patrimoniais.
Artur Aragão, hoje em dia à frente da empresa, herdou o legado do pai e diz que a primeira produtora biológica do pais foi a sua mãe Maria do Carmo, uma pioneira neste setor. Ele não fez mais do que seguir os passos dela. Para ele a agricultura biológica é o que faz sentido, pois é benéfico para a nossa saúde, para a saúde do solo e do planeta. Tudo é produzido sem agroquímicos, sem adubos de síntese.
Os azeites premium Aragão já ganharam prémios internacionais em vários países ( Japão, Israel, Argentina, etc) e têm uma vasta gama de produtos gourmet muito originais, dos quais podemos destacar o azeite em pó com ervas aromáticas.
Souto de castanheiros
Fizemos também uma visita a um produtor de castanhas, um souto com cerca de 4 hectares, onde existe uma mistura de castanheiros jovens com outros já centenários.
Uma das principais preocupações deste produtor é o controle das pragas e do cancro do castanheiro, o que obriga a uma observação constante e a podas efetuadas de forma a minimizar estes problemas e garantir que as árvores se desenvolvem em boas condições fitossanitárias o que vai resultar numa boa produção futura. As castanhas aqui produzidas são de uma qualidade superior.
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