Jardins & Viagens

Quinta da Vila das Rainhas

Tire 30 minutos e descubra estes espaços paradisíacos tão próximos de Lisboa.

O convite é para conhecer um conjunto inédito de quintas de recreio e de produção vitivinícola centrado na vila de Alenquer e num percurso da realeza medieval pouco conhecido. As estradas N9 e N155 ligam ainda hoje o estuário do Tejo e o antigo porto ribeirinho de vila nova da rainha aos portos marítimos e às vilas das rainhas na costa atlântica, Óbidos e Caldas da Rainha.

Vila Nova da Rainha

O porto ribeirinho era o inicio do caminho das quintas e o acesso medieval a Alenquer através do plano de água do estuário do tejo. Foi lugar de estadia, despacho e itinerário de reis e cavaleiros, sendo ainda hoje um extraordinário miradouro.

No ano de 1375, foi feita a celebração, em Vila Nova da Rainha, dos esponsais de D. Nuno Álvares Pereira e de D.a Leonor de Alvim. (in Cronica do Condestable de Portugal)

Em 1383, após ter sido incendiada e destruída pelo exército de Castela, ficando só a salvo a igreja, a regente D.a Leonor Teles manda reintegrar Vila Nova da Rainha no termo de Alenquer (in Chancelarias Régias, Chancelaria de D. Fernando I).

Alenquer, Vila das Rainhas

Em conjunto com as vilas de Óbidos, Caldas da Rainha e outros castelos, e vilas de Portugal, constituíram, ao longo de séculos a Casa das Rainhas, fruto de dotes de casamento que integravam bens, privilégios, rendimentos e territórios um pouco por todo o País.

O caminho das quintas

Contornando o castelo de Alenquer, a Estrada Nacional 9 serpenteia ao longo de vinhedos que acompanham o vale do rio de Alenquer, onde encontramos as Quintas de Recreio da antiga ”via medieval galega”, casas brasonadas, jardins e vinhas, das Quinta de Pancas, Quinta de D.Carlos, Quinta do Rocio, Quinta dos Plátanos, sucedem-se até ao Olhalvo, à Merceana, Atalaia e a Vila Verde dos Francos, a vila dos cruzados franceses participantes na conquista de Lisboa.

A escassas horas da capital, utilizando a navegabilidade do estuário, são realizados enormes investimentos neste território, desde os séculos XVI e XVII e até aos primeiros anos do século XX, altos dignatários, importantes protagonistas da cena política cultural e socioeconómica nacional, investiram na preservação e no desenvolvimento e consolidação desta paisagem das quintas que ainda hoje nos emocionam e fazem sonhar.

As quintas são privadas, mas visitáveis. Com centros e adegas de provas de vinhos, espaços para eventos e turismo rural, são estruturantes de uma paisagem monumental com a massa calcária, ao fundo, da serra do Montejunto com os seus 666 metros.

Quinta dos Plátanos

À saída da povoação, da Merceana em direção à Atalaia, na Estrada Nacional 115, encontramos o portão ladeado por dois ciprestes, que, num percurso panorâmico muito ao jeito dos parques ingleses, nos faz descobrir em sucessivos planos a casa senhorial e as instalações agrícolas da Quinta dos Plátanos.

Os edifícios mais antigos remontam ao século XVII, quando é instituído o vínculo a favor de António Lobo do

Torneio − dessa época deve remontar a modelação em socalcos que ainda hoje desenha toda a envolvente da casa, com um sistema de regadio, tanque, com a casa de fresco grotto, onde existiam pomares de citrinos e, hoje, sebes talhadas de buxo e relvados, onde apreciamos uma panorâmica pictórica bucólica de vinhedos e campos ondulantes, de onde se destaca o núcleo medieval da Aldeia Galega da Merceana, o Paço Medieval da Rainha D. Leonor, o Pelourinho Manuelino, e o núcleo histórico, no outro extremo do vale o núcleo histórico da Merceana com o santuário de Nossa Sra da Piedade.

No século XVIII, a casa sofre remodelações: vem a ser construído um segundo torreão com possível intervenção pombalina pós-terramoto de 1755 − uma das características da quinta são os torreões de telhados Mardel, no estilo barroco das “chinoiseries”.

No seculo XIX a Quinta e o Visconde da Merceana José de Menezes Jacques Lobo do Torneo, revolucionam o combate a filoxera,com o bacelo resistente, importado da America, que recupera os vinhedos nacionais. A Quinta hoje é referência vitivinícola internacional, aposta no turismo e mantém as esculturas vivas dos Plátanos gigantes.

Contactos:

Câmara Municipal de Alenquer
www.cm-alenquer.pt

Casa Agrícola Visconde de Merceana, Unip., Lda. Quinta dos Plátanos, Merceana
Tel.: 263 769 382
Email: [email protected]

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