Saiba o que deve fazer para que as suas sementes germinem.
Semear é talvez das tarefas mais simples, mas, ao mesmo tempo, pode ser mais frustrantes quando não conseguimos ter o sucesso que queríamos, e as nossas plantas não se desenvolvem como estávamos à espera.
Tratamentos pré-germinação
Os fatores externos que condicionam a germinação são a temperatura, a luz, a água e o oxigénio; os internos são a própria semente e a sua estrutura física e fisiológica.
As sementes são formadas dentro do fruto; a Natureza é sábia e elas só começam a germinar quando estão reunidas as condições necessárias para que isso aconteça. Isto é uma proteção da Natureza para que as sementes não germinem fora da estação, o que poderia deixar a planta em risco de morrer. Muitas vezes para que a taxa de germinação seja tão alta quanto possível, é comum e necessário proceder-se a alguns tratamentos pré-germinativos que variam consoante o tipo de semente. Os mais comuns são a estratificação, a escarificação a imersão ou a conjugação de mais do que uma técnica.
Veja o vídeo:
Sementeiras: Enciclopédia de Jardinagem #19
Estratificação
Quebrar a dormência das sementes com recurso ao frio, pois temos de “lembrar” às sementes que acabou o inverno e que já podem germinar.
Para tal temos de as sujeitar a uma passagem pelo frio, por vezes basta colocar os saquinhos das sementes uma semana no frigorifico antes de as semearmos, este método é muito eficaz com a maior parte das plantas aromáticas, hortícolas, etc.
Podemos optar por fazer este processo pós-sementeira, colocando o tabuleiro ou os vasos já com a sementeira feita dentro do frigorífico durante algumas semanas (até se dar a germinação). Mas devemos ter o cuidado de diariamente ver se a sementeira tem humidade suficiente.
Esta técnica não é muito prática para quem tem um frigorifico pequeno e quer fazer várias sementeiras.
Escarificação
Algumas sementes, como as de abóbora, melão, meloa, etc., têm um tegumento rijo, que pode dificultar a passagem da água.
Neste caso podemos com recurso a uma lixa (ou até a uma lima das unhas) raspar um pouco o tegumento (casca) para facilitar a entrada da água que irá dar origem à germinação.
Imersão
Muitas sementes germinam mais facilmente se as colocarmos em imersão e isso não significa, ficarem de molho, mas sim serem colocadas num papel e pulverizadas com água diariamente, muitas vezes até germinarem.
Para as sementes de arbustos que na Natureza sejam ingeridas normalmente por pássaros, podemos fazer uma mistura de água com um ácido ou álcool (para simular o trato digestivo dos pássaros) e pulverizar essas sementes com a mistura, o que vai auxiliar na sua germinação.
Devem deixar-se as sementes durante algumas semanas e ir pulverizando até se iniciar a germinação e depois semear.
Como semear
Podemos fazer as sementeiras de duas formas diferentes ou no local definitivo, quer seja no terreno, no canteiro ou na floreira. Ou fazer em tabuleiro, rolos de papel, vasos biodegradáveis, para transplantar posteriormente para o local definitivo (ou, por vezes, fazer um transplante intermédio para vasos ligeiramente maiores e só depois para o terreno). No caso de semearmos em tabuleiro de alvéolos, devemos:
- Colocar o substrato.
- Bater o tabuleiro de alvéolos.
- Colocar as sementes nos alvéolos com recurso ao doseador de sementes ou com os dedos, tendo o cuidado de não colocar mais do que duas ou três sementes por alvéolo.
- Colocar vermiculite para conservar a humidade.
- Regar utilizando um pulverizador.
Semear em local definito
Quando fazemos este tipo de sementeira para plantas como as cenouras, os rabanetes, as capuchinhas, etc., podemos usar três métodos diferentes, consoante o espaço que temos e o tipo de semente, a lanço, em linha ou em covacho.
Numa distribuição a lanço, se forem sementes mais pequenas e se se pretender uma sementeira com uma cobertura uniforme, lança-se o mais uniformemente que se conseguir e cobre-se a sementeira com uma camada de substrato ou de composto.
Numa distribuição em linha, fazem-se várias linhas com o afastamento aconselhado na embalagem, que tem que ver com o tamanho que a planta atingirá quando adulta. Faz-se a distribuição da semente enterrando, nunca mais do que duas ou três vezes o seu diâmetro, e cobre-se no final com a terra que se afastou para fazer a linha.
Na sementeira em covacho, os covachos devem ter o afastamento indicado para o crescimento da planta e não devemos colocar mais do que duas ou três sementes em cada um. Enterrar não mais do que duas ou três vezes o diâmetro da semente.
Material necessário
Vasos. Alvéolos para sementeira. Substrato de sementeira. Vermiculite. Semeador (semeador manual pequeno). Borrifador/pulverizador. Sementes várias.
Que substrato usar para as sementeiras?
Um que tenha as características próprias que propiciem a germinação em condições ótimas:
- Boa porosidade – garanta trocas gasosas e boa drenagem.
- Bom ´aconchego´ das sementes – granulometria fina.
- Nível de fertilidade adequado.
- Isento de infestantes.
- Isento de pragas e doenças.
- Não conter elementos tóxicos.
Hoje em dia há muitos substratos disponíveis, sendo os mais comuns substrato vegetal, areia, turfa e outros como a perlite e vermiculite.
Manutenção das sementeiras
Local: Devem ser mantidas num local com muita luz mas sem sol direto e com temperatura adequada, geralmente amena, nem demasiado fria nem demasiado quente.
Proteção: Devem ser protegidas de predadores que possam danificar a sementeira, como aves, caracóis e lesmas, contra o vento para que não levante o substrato e o seque demasiado, o que dificulta a germinação.
Rega: Deve ser feita com muito cuidado para não fazer “saltar o substrato” e as sementes, o ideal será usar um borrifador.
Mudança das plantas (repicagem): Deve mudar as plantas para o local definitivo ou vaso maior quando tiverem quatro ou cinco folhas definitivas, e esta operação deve ser feita com muito cuidado. Nesta altura pode aproveitar-se para fazer uma seleção das plantas mais fortes, eliminado as mais fracas.
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