30 minutos… em quintas de recreio… Rotas e Regiões Vitivinícolas do Estuário do Tejo
Descobrir um continuum de quintas de recreio e paisagens que englobam as regiões vitivinícolas, as denominações de origem protegida e as rotas de vinhos. São muitos os agentes turisticos que comercializam circuitos de enoturismo, de quintas, de restaurantes, incluindo estrelas Michelin, que ocupam um território envolvendo o estuário do Tejo que melhor percebemos as margens ribeirinhas de Lisboa, e de cidades e vilas metropolitanas como Azeitão, Vila Franca de Xira, Alenquer, Azambuja, Muge, Salvaterra de Magos, Oeiras ou Sintra.
A atividade agrícola, a vitivinicultura e a paisagem das vinhas mesmo às portas de Lisboa passam-nos despercebidas, mas constituem uma realidade na sua dimensão metropolitana, abrangendo um anel de quintas de recreio seculares ainda produtivas e opulentas na sua arquitetura, nos seus jardins, nas suas paisagens artísticas e que têm em comum a produção vitivinícola de prestígio e fama internacional, constituem um importante veículo de coesão cultural, de produtividade e sustentabilidade que se juntam em torno do monumental espelho de agua do estuário do Tejo. As vinhas desenvolvem-se nos microclimas das encostas, das colinas dos vales das ribeiras afluentes, sofrendo influências da proximidade do oceano Atlântico ou das planuras das lezírias no chamado “campo” que entra pelo Alentejo adentro.
Nas planícies geradas pelos esteiros, onde o plano de água do estuário e as marés entram pelas margens até ao vale de Loures, ou em Coina até Azeitão, e até às faldas da serra da Arrábida, e às terras de Palmela, encontramos os mais ricos e suntuosos conjuntos de quintas de recreio com adegas multisseculares, monumentais com uma arquitetura que nos transporta à renascença italiana, ao barroco francês ou ao paisagismo inglês.
Adega e vinhas da Quinta das Carrafouchas – Loures, Região Vitivinícola de Lisboa DOP Bucelas
No mês de setembro, instala-se no ar um enigmático ambiente que nos envolve num recrudescer de atividade e energia, é o frenesim das vindimas da vitivinificação e do culto a Baco, com os característicos aromas do mosto que inundam os jardins das casas nobres e suas paisagens de arte e de jardins numa ruralidade a dois passos da cidade. São nestes momentos e ciclos agrícolas da periferia de Lisboa e das cidades e vilas que circundam a grande mancha de água navegável do estuário do Tejo que melhor percebemos o sentido do investimento de séculos na construção das quintas de recreio senhoriais da área metropolitana. Um recreio sustentável, didático, lúdico, intimamente ligado às paisagens e ao ar livre e puro que nos aguarda a nós citadinos e que hoje podemos experimentar e descobrir nestes recantos antigamente privados burgueses e aristocráticos que hoje se integram numa lógica de turismo e de atividades culturais e recreio coletivo aberto a todos.
Estes espaços, geridos por câmaras municipais, pelo Estado ou por particulares, aguardam os visitantes da grande cidade, em particular num mês tão representativo da sua dualidade entre o urbano da grande cidade e a periferia ali mesmo ao lado de cariz tão rural, de usos, saberes e costumes ancestrais, tão apelativas nestes tempos a caminho de uma realidade pós-pandemia, em que tudo é mais apetecível do que nunca. Venha conhecer e descobrir estas rotas dos vinhos, da gastronomia e dos jardins, rume a Azeitão, prove o néctar do vinho moscatel e deslumbre-se com quintas como a Casa José Maria da Fonseca, a Quinta da Bacalhoa ou a Quinta da Conceição.
Suba até ao alto estuário e delicie-se com as quintas reais e os vinhos da Companhia das Lezírias ou com as adegas e propriedades dos duques de Cadaval em Muge, atravesse até a margem norte para a Azambuja e mergulhe nas vindimas da Quinta dos Fornos e na sua arquitetura burguesa empreendida pela célebre Ferreirinha, a alma do Douro, que aqui deixou a sua marca como prenda do casamento da sua filha com o conde da Azambuja. Visite o vale do Paraíso, local do célebre encontro de Cristóvão Colombo com o nosso monarca D. João II, e no Casal da Fonte aprenda sobre o processo de vinificação. Mesmo ao lado, integrado na Rota dos Vinhos do Oeste, em Alenquer, percorremos a paisagem das vinhas da antiga via galega medieval.
Merceana, Atalaia e a Quinta do Convento ou a Quinta dos Plátanos, um sem-número de oportunidades de participar e viver in loco os solares e as vindimas, com oportunidade de pernoitar porque muitas delas estão integradas em unidades de turismo rural. Mas a volta das rotas dos vinhos e das vindimas não estaria completa sem a Rota de Bucelas, Carcavelos e Colares, a mais urbana e mais diversificada em um anel de quintas de recreio e património, jardins, arte e cultura, integrando a componente agroindustrial, de mãos dadas com o enoturismo, a gastronomia e a produção vitivinícola.
As quintas de Bucelas, o vale de Loures, com a Quinta das Carrafouchas, Oeiras, com as produções de Carcavelos da Quinta do Marquês de Pombal, ou, já na serra de Sintra, as produções de Colares da Quinta do Casal de Santa Maria. Um continuum de Quintas de Recreio inseridas em três regiões vitivinícolas de identificação geográfica protegida com um vastíssimo e variado número de vinhos DOP, denominação de origem protegida, que demonstram a vitalidade e a resiliência deste património agroindustrial e paisagístico numa área metropolitana de quase três milhões de habitantes inserido numa sucessão de paisagens que nos desafiam para a descoberta…
CONTACTOS:
Casal de Santa Maria
Casal da Fonte
Intituto da Vinha e do Vinho
www.ivv.gov.pt
Câmara Municipal de Palmela
www.cm-palmela.pt
Casa Cadaval
www.casacadaval.pt
Quinta do Convento da Visitação
www.bing.com
Quinta das Carrafouchas
www.cm-loures.pt
Camara Municipal de Oeiras Camara Municipal de Setubal