Esta iniciativa é promovida pela associação Cabelos Brancos em parceria com a Revista Jardins e Casa das Conchas – Vintage Shop.
Com esta exposição intergeracional pretende-se gerar uma reflexão sobre a ausência de espaços verdes em contexto urbano, e a sua conexão com as vivências comunitárias, no âmbito da situação atual de pandemia e isolamento social.
A necessidade do verde em contexto urbano – foi sentida de uma forma especialmente árdua nesta comunidade – durante o período de confinamento. Esta realidade aliou-se à temática da sustentabilidade interligada com o passar dos anos em pessoas e objetos vintage.
A exposição retrata na sua totalidade 12 moradores do eixo da rua de S. José e Sta. Marta, Lisboa. Este território é designado localmente como a comunidade das traseiras da Avenida da Liberdade.
As sessões fotográficas decorreram nas ruas do bairro, ou em casa dos moradores durante o mês de novembro de 2020, onde se juntaram elementos botânicos e vintage. Todos os objetos e acessórios destas produções foram cedidos pela Casa das Conchas, a composição botânica é da autoria da Revista Jardins.
A seleção dos participantes representa a diversidade da comunidade, que tem gente de diferentes idades, naturezas e culturas.
Conversámos previamente com cada um destes residentes sobre a sua relação com o bairro, vizinhos, ambiente e as condicionantes do confinamento provocadas pela pandemia.
A partir deste processo de auscultação em estreita colaboração com a Casa das Conchas, negócio vintage local e familiar desde 1960 – e uma mais belas lojas históricas de Lisboa – conjuntamente com a Revista Jardins, referência nacional no mundo da jardinagem, construímos um imaginário que é um duplo manifesto.
A pandemia expôs e intensificou o idadismo – discriminação etária – que se manifesta particularmente na população mais velha. Sendo também reconhecida como a discriminação mais universal de todas, no entanto, é ainda socialmente aceite e normalizada, apesar de ser tão grave como o racismo ou sexismo.
O conceito vintage, na moda ou decoração, dar nova vida ou uso a peças antigas, reciclá-las em prol da sustentabilidade ambiental, é tendência e urgência global, contudo, ser “pessoa vintage” é algo que ainda não é valorizado na sociedade. À medida que vamos envelhecendo vamos sendo excluídos e discriminados. Mais do que nunca, precisamos de apelar a práticas sustentáveis e à consolidação dos direitos humanos, lutando por uma vida sem prazos de validade. Nas pessoas, na natureza, nos objetos, na igualdade e dignidade.
Desta forma, nesta comunidade surge o manifesto Verde Vintage, do eu, para o coletivo, através de uma exposição artística que apela à natureza, nas ruas, nas janelas, nas casas – para a valorização da sustentabilidade ambiental e social em contexto urbano e comunitário.
Neste Novo Ano, desejamos que esta exposição intergeracional contribua para a reflexão e premência de criarmos comunidades urbanas, mais verdes, inclusivas e saudáveis.
Verde Vintage – A comunidade das traseiras da Avenida da Liberdade.
Venham conhecê-la!
Exposição fotográfica Verde Vintage – De 4 de janeiro de 2021 a 31 de janeiro de 2021
Local: Casa das Conchas – Vintage Shop, Rua de Santa Marta, 19, Lisboa
Telefone: 910 788 829
Horário: Segunda a sábado: das 10h às 19h
*Entrada livre
Curadoria e coordenação do projeto: Luísa Pinheiro, Cabelos Brancos
Fotografias: Ângelo Fernandes, Afshoot shop / Camera Straps
Produção e styling, Casa das Conchas: Cristina Fernandes
Composição botânica: Teresa Chambel, Revista Jardins
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Verde Vintage é uma iniciativa promovida pela Trepadeira – projeto comunitário socioambiental com intervenção no território de São José/Santa Marta e zonas adjacentes, promovido pela associação Cabelos Brancos com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e parceria da Junta de Freguesia de Santo António, no âmbito do Programa BIP-ZIP. Este projeto visa forrar os muros da divisão e da indiferença, unindo todas as gerações em torno do debate ambiental.
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Luísa Pinheiro, Co-fundadora e diretora da Cabelos Brancos
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