Revista Jardins

Açorda de bacalhau e tomate seco

açorda de bacalhau

 

A açorda, resultado da presença dos árabes em terras lusitanas, foi ganhando fama como prato de subsistência muito vantajoso em alturas em que os alimentos eram escassos.

 

Quando pensamos em sustentabilidade na cozinha, achamos que é um movimento dos nossos dias, uma moda surgida recentemente e que,
num ápice, tomou conta das redes sociais, qual trend do TikTok, seguindo-se várias hashtags para dar um empurrão ao algoritmo e aumentar o engagement. No entanto, descobrir as origens dessa conversa sobre redução do desperdício alimentar é como fazer uma viagem pela nossa história enquanto comunidade. São anos e anos marcados pela escassez de recursos (alimentares e económicos) que se foram refletindo na nossa gastronomia, fazendo jus à máxima de que “nada se perde, tudo se cozinha”.

Lembremo-nos de que, até há bem pouco tempo, abrir a porta de uma coisa chamada frigorífico e encontrar um supermercado em miniatura lá dentro era uma visão só ao alcance dos futuristas. Facilmente nos salta à memória a lenda das tripas à moda do Porto ou até mesmo da açorda, esse ex-líbris da culinária alentejana. Resultado da presença dos árabes em terras lusitanas, foi ganhando fama como prato de subsistência muito vantajoso em alturas em que os alimentos eram escassos.

Para não ferir suscetibilidades e chocar os mais conservadores, há que dizer que a receita da açorda não é universal, mudando de região para região e até mesmo de família para família.

Portanto, esta que partilho convosco é apenas uma das muitas versões. Contudo, mantém o elenco principal: alho, azeite, ervas aromáticas frescas e fatias de pão. Além de ser uma receita rápida de se fazer, tira partido das sobras de pão duro, tornando-a uma refeição muito saborosa e reconfortante.

 

4 pessoas | 10 minutos de preparação | 20 minutos de cozedura

 

Ingredientes

2 lombos de bacalhau
1,5 l de água
1 folha de louro
4 dentes de alho
1 molho de coentros
4 colheres (de sopa) de azeite
1 colher (de café) de sal
40 g de tomate seco
300 g de pão alentejano duro
4 ovos

 

Preparação

Num tacho, aqueça a água, o louro, dois dentes de alho esmagados e deixe ferver. Assim que levantar fervura, coloque os lombos de bacalhau
com a pele virada para cima, tape o tacho e desligue o lume. Deixe ficar por 15 minutos até o bacalhau começar a lascar.

Entretanto, pique os coentros para dentro de um almofariz e adicione-lhes os restantes dentes de alho picados grosseiramente. Junte o azeite
e o sal, e esmague muito bem com um pilão. Pique o tomate seco em pedacinhos pequenos e misture com o preparado de coentros.

Distribua esta mistura por quatro pratos de sopa e, por cima, coloque o pão, cortado em fatias. Coe o caldo da cozedura do bacalhau para outro tacho e reserve. Limpe o peixe de pele e espinhas, desfazendo-o em lascas. Coloque-as sobre as fatias de pão.

Aproveitando o caldo da cozedura do bacalhau reservado, escalfe cuidadosamente os ovos, um de cada vez. Distribua-os pelos pratos e regue sobre eles o restante caldo. Finalize com algumas folhas de coentros e um fio de azeite. Sirva bem quente.

 

Veja também:

Compota de laranja inteira

 

Pode ver mais receitas aqui.

Leia também a nossa Revista, subscreva o canal da Jardins no Youtube, e siga-nos no FacebookInstagram e Pinterest.

Exit mobile version