Nesta época do ano, trata-se de uma praga muito comum em grande parte das fruteiras e das plantas ornamentais.
O grupo de pragas designadas por cochonilhas agrupa um vasto leque de espécies e com morfologias bastante distintas. Apresentam em comum o facto de atacarem através da sua atividade alimentar a jovem folhagem, a casca e mesmo os frutos de árvores e de arbustos, causando enormes prejuízos para as espécies hospedeiras. Entre as espécies mais comuns nos citrinos enumeram-se a cochonilha-pinta-vermelha (Aonidiella aurantii), a cochonilha-algodão (Pseudococcus citri) e a cochonilha-australiana (Icerya purchasi).
Cochonilha-pinta-vermelha
Morfologia
A fêmea efetua algumas mudas de cor castanha/ encarnada até ser fecundada e, com os ovos no seu interior, adquire a forma arredondada, coberta por uma capa endurecida que vai protegê-la. O macho é amarelado, com escudo elíptico, na fase de pré-ninfa. Na fase de pós-ninfa, o seu corpo é alaranjado com escudo de cor escura. As larvas nos primeiros instares têm dois olhos, duas antenas e três pares de patas verdadeiras. São mais largas do que compridas e de cor amarelada.
Ciclo de Vida
A reprodução destes insetos pode ser sexuada, assexuada e partenogenética. Ocorrem três gerações com início normalmente em maio, julho e setembro. A primeira e a terceira geralmente colonizam a parte exterior da árvore, e a segunda instala-se no seu interior. A fêmea, ovípara, depois de fecundada, faz eclodir as larvas, que se deslocam pela superfície vegetal, instalam-se e espetam o seu estilete. As larvas evoluem em diversos instares até se transformarem de novo em insetos adultos.
Danos
Ocorrem cloroses e necroses nas folhas, originando uma diminuição da fotossíntese, e nos frutos, levando à sua depreciação e redução da produção. Note-se que os danos mais significativos ocorrem em plantas jovens e/ou em folhas jovens.
Controlo
Devem-se evitar fertilizações ricas em azoto. É possível a utilização de inseticidas homologados, sendo que a disponibilidade é alargada. Contudo, as melhores épocas para a realização dos tratamentos são quando as aplicações são dirigidas às larvas, nas fases móveis, antes de possuírem qualquer tipo de proteção ou escudo.
Cochonilha-algodão
Morfologia
A fêmea apresenta forma oval, com o corpo envolto numa camada cerosa de cor branca, protegendo o tegumento de cor rosada. Esta cochonilha possui mobilidade ao contrário de outras. Uma característica típica desta praga são as secreções brancas nas quais deposita os ovos. Os ovos são de cor alaranjada e de forma oval. As larvas ovais e de cor amarelada são móveis.
Ciclo de Vida
A reprodução destes insetos pode ser sexuada, assexuada e partenogenética. As larvas ao nascer são frequentemente móveis. Quer as larvas quer os adultos preferem locais menos ventilados das árvores, normalmente na união com frutos e/ou de folhas. A espécie apresenta dimorfismo sexual e difere também no que respeita ao tipo de metamorfose de que machos e fêmeas são alvo.
Danos
Ocorrem cloroses e necroses nas folhas, originando uma diminuição da fotossíntese, e nos frutos. Os frutos atacados ficam verdes e com ataques de fumagina onde se encontram as colónias. Quando os ataques ocorrem no pedúnculo, verifica-se o abortamento de frutos.
Controlo
Devem-se evitar fertilizações azotadas. A utilização de inseticidas homologados, sendo que a variedade de produtos é grande, é uma hipótese a considerar.
Cochonilha-australiana
Morfologia
Esta espécie apresenta mobilidade quer no estado adulto quer no estado juvenil de larva. Estas são de um tom vermelho-escuro. A fêmea adulta é de forma ovoide, de coloração rosa e ostenta filamentos laterais. Na parte superior do corpo, junto ao abdómen, possui um saco esbranquiçado no qual deposita os ovos. Os machos, raros nesta espécie, são alados com antenas escuras.
Ciclo de vida
A reprodução destes insetos pode ser sexuada, assexuada e partenogenética. Geralmente exibem duas gerações. A eclosão ocorre em poucos dias ou em até dois meses, variando o período de incubação com a temperatura. As ninfas do primeiro instar são facilmente dispersas pelo vento, por outros animais ou também movimentando-se para plantas próximas. Antes de alcançarem a fase adulta, as ninfas passam por três instares. As fêmeas adultas são sempre hermafroditas e, quando ocorre a autofecundação, somente surgem indivíduos hermafroditas, contudo, quando ocorre o acasalamento com um macho, são gerados indivíduos machos e também indivíduos hermafroditas.
Danos
Ocorrem cloroses e necroses nas folhas. Durante a alimentação, segregam meladas que propiciam a formação de fumagina, originando uma diminuição da fotossíntese. Ocorre também nos frutos, causando perda de valor de mercado.
Controlo
Devem-se evitar fertilizações azotadas. A utilização de inseticidas homologados, sendo que a variedade de produtos é grande, é uma hipótese a considerar.
