Jardinagem

Conheça a SEAWEED2PLANT

 

macroalgae

Produção da macroalga Ulva sp. nas instalações da ALGAplus em Ílhavo, Portugal

 

Uma solução nutritiva nacional, natural e inovadora que recorre a subprodutos das algas cuja comercialização será focada no mercado das plantas de interior.

 

A produção de algas em sistemas controlados é uma atividade comercial com elevado relevo para o desenvolvimento da estratégia nacional de “crescimento azul”. Apesar do aumento verificado nos últimos anos na capacidade absoluta de produção das unidades industriais de algas a nível nacional, fortalecido por um forte investimento privado e apoios estatais e europeus, o desenvolvimento de produtos comerciais de valor acrescentado para mercados-nicho é definitivamente uma vertente de elevado relevo para a valorização das biomassas algais produzidas.

 

Leia também:

Marimo, a “planta do amor”

 

As algas apresentam um elevado número de aplicações biotecnológicas, sendo particularmente produzidas para os mercados da alimentação humana e animal, cosméticos, agricultura (bioestimulantes e biofertilizantes), entre outras. Nos últimos anos, a aplicação de biomassa de algas no sector da agricultura cresceu significativamente, existindo atualmente diferentes produtos constituídos por biomassa algal no mercado. Este crescimento foi suportado por vários estudos científicos que destacam o potencial das algas para a produção de biofertilizantes e bioestimulantes, não só devido à presença de elevados valores de nutrientes (N, P e diferentes micronutrientes) necessários para o correto desenvolvimento das plantas, mas também pela presença de quantidades relevantes de fito-hormonas (por exemplo, auxinas, citocininas, ácido abscísico e giberelinas) com atividade reconhecida no seu crescimento e desenvolvimento.

O uso de biomassa de algas para bioestimulantes e biofertilizantes é atualmente fundamental para reduzir a elevada procura de produtos químicos inorgânicos e melhorar a sustentabilidade do sector da agricultura nacional e europeia. Contudo, apesar de as algas estarem aprovadas para serem usadas como biomassa de células inteiras ou na forma de um extrato para fertilizantes, a maioria dos produtos existentes no mercado é produzida a partir de algas apanhadas no meio natural, o que reflete um risco acrescido de sustentabilidade para o futuro fornecimento destes produtos. Este facto é reforçado pelo crescente preço verificado na biomassa de Ascophyllum nodosum, resultante de apanha nos últimos anos, sendo esta a principal matéria-prima usada na maioria dos produtos fertilizantes à base de algas.

 

inland-pools

Tanques de produção de macroalgas nas instalações da ALGAplus em Ílhavo, Portugal

 

A produção de algas em sistemas controlados apresenta ainda elevados custos de produção, restringindo a sua comercialização a mercados de valor acrescentado, como a cosmética, nutrição humana ou a produtos altamente especializados para o sector da aquacultura. Estes mercados apresentam especificações de qualidade muito bem definidas e elevados requisitos, que resultam em quantidades significativas de biomassas não conformes nos stocks das empresas produtoras de algas. A maioria das vezes, estas biomassas não conformes apresentam propriedades bioquímicas muito semelhantes aos produtos de elevada qualidade, mas são rejeitadas e tornam-se um resíduo para as empresas por apresentarem, por exemplo, uma cor diferente, cheiro atípico, teor de bactérias elevado, contaminação com outras algas, entre outros. Contudo, estas biomassas apresentam propriedades de excelência para o desenvolvimento de produtos para a agricultura, pois as propriedades de interesse para este sector apresentam-se inalteradas.

É esta oportunidade que a Generosa pretende rentabilizar com o projeto SEAWEED2PLANT, financiado pelo Programa Crescimento Azul dos EEA Grants 2014-2021, através da valorização de biomassas algais não conformes e fora do prazo numa solução nutritiva (produto fertilizante) de valor acrescentado para o mercado-nicho das plantas de interior em regime de co-branding com as empresas produtoras de algas associadas ao GreenCoLab.

 

 

Oportunidade

Não foi possível encontrar um produto com estas características no mercado nacional, embora a utilização de algas como produto fertilizante e corretivo de solos agrícolas em zonas costeiras de Portugal tenha uma longa tradição, remontando ao século XIV. As soluções comerciais, nomeadamente produtos industriais de síntese, mais convenientes na sua aplicação e que acompanharam a evolução das tecnologias agrícolas dos últimos séculos, tornam-se gradualmente dominantes. Nas últimas décadas, uma crescente e urgente preocupação com o impacto negativo da atividade humana sobre o ambiente e a sustentabilidade do planeta tem vindo a despertar um renovado interesse pelo importante papel que produtos naturais alternativos possam assumir na mitigação de tais efeitos negativos. Procuram-se produtos que não sejam apenas benéficos para o ser humano, mas que também sejam sustentáveis em termos ambientais. O segmento que a Generosa endereça reivindica produtos com estas características. Existindo em Portugal biomassas não conformes e subprodutos de indústrias de algas de elevado valor acrescentado, focadas em produtos alimentares e cosméticos, que não são utilizados com fins comerciais, mas que mantêm as suas qualidades biofertilizantes para as plantas em geral (e para as plantas de interior em particular), apresenta-se então a oportunidade de poderem ser aproveitados sem restrições e valorizados como matéria-prima para soluções nutritivas para plantas de interior. Cria-se assim a oportunidade para o desenvolvimento de um produto natural e ambientalmente sustentável, à base de algas nativas, destinado ao cuidado de plantas de interior por um segmento de nicho nacional e internacional.

  • O projeto SEAWEED2PLANT teve início em 2022 e terminará em 2024 com a entrada do produto no mercado.
  • A Generosa conta já com uma linha de vários produtos sustentáveis para o cuidado de plantas em casa, disponíveis no Website da marca e em vários pontos de revenda em Portugal, no resto da Europa e nos EUA.

 

Leia também:

Aeroponia, conheça o seu significado

 

Gostou deste artigo? Veja este e outros artigos na nossa Revista, no canal da Jardins no Youtube ou nas redes sociais FacebookInstagram e Pinterest.

Poderá Também Gostar