Este ano não tem sido um bom ano para os cultivadores de Vanda e dos seus híbridos. Os dias quentes e solarengos não são mais do que uma miragem. Quem não tem uma estufa aquecida pode ter tido dificuldades em manter os seus exemplares vivos ou saudáveis.
Quem não se deslumbra com as maravilhosas flores das orquídeas do género Vanda? Tanto as cerca de 80 espécies, menos conhecidas, como as centenas de híbridos que povoam os orquidários, centros de jardinagem e floristas. Possuem tamanhos de 1 até 10 – 12 centímetros de diâmetro e praticamente todas as cores do arco-íris. Uma das mais bonitas e conhecidas é a Vanda coerulea, com um bonito tom de azul, descoberta em meados do séc. XIX nas florestas subtropicais das montanhas de Khasi, na Índia, pelo caçador de orquídeas inglês, Thomas Lobb.
Habitat de origem
As Vanda podem ser encontradas a crescer de forma epífita (nas árvores) ou litófita (agarradas a rochas). Situam-se em zonas tropicais e subtropicais dos continentes asiático e australiano (Himalaias, China, todo o Este e Sudeste asiático, Nova Guiné e Nordeste australiano). Estas zonas caracterizam-se por terem regularmente só duas estações, a das chuvas e outra mais seca. No entanto as temperaturas mínimas não vão abaixo dos 15 graus, mesmo que aconteça excecionalmente é por curtos períodos de tempo. Assim, as Vanda crescem em zonas quentes, húmidas, bem iluminadas, apanhando até algum sol e com um bom arejamento.
E são estas as condições que lhes devemos oferecer se quisermos mantê-las vivas e com boas florações. Parece fácil, mas com as temperaturas mínimas que o nosso país atinge desde o final do verão até à primavera, mais de metade do ano estas plantas têm que estar no interior em ambientes quentes e muitas vezes aquecidos artificialmente. Não é prático e pode muito dispendioso. Não é prático e pode ser muito dispendioso. Por isso muita gente desiste do cultivo destas orquídeas.
O cultivo
Um dos segredos mais importantes é escolher plantas muito saudáveis e logo, mais resistentes. As folhas devem estar verdes, intactas e sem manchas. As raízes devem ser grossas, sem falhas e brancas quando secas, se tiverem as pontas verdes, melhor, significa que estão em crescimento.
Normalmente são plantas que são vendidas sem vaso e que se devem manter somente penduradas. Muitas das que se encontram à venda têm raízes longas (atingindo facilmente 1 metro de comprimento) e é difícil envasar a planta sem danificar as raízes, a solução pode passar por comprar plantas jovens e cultiva-las então em vasos, se possível transparentes, num substrato constituído só por casca de pinheiro média. Num vaso é mais fácil manter alguma humidade e não temos que regar com tanta frequência como quando temos plantas somente penduradas, sem vaso.
Por vezes encontram-se algumas Vanda à venda dentro de jarras de vidro. Elas não são para ser mantidas aí. Devem ser retiradas e penduradas ou envasadas em vasos com vários orifícios de drenagem. Nunca devem ser regadas nessas jarras pois é quase certo que as raízes vão apodrecer.
As Vanda devem ser regadas o ano todo e a frequência das regas varia com os valores das temperaturas.
No nosso inverno, onde devemos manter as plantas sempre acima dos 16 graus e pelo menos até aos 20-22 de máxima, bastam 2 a 3 regas por semana. No extremo oposto, nos quentes dias de verão, devemos regar todos os dias, senão 2 a 3 vezes por dia. A água deve ter sempre um pouco de fertilizante (em doses pequenas como metade da dose normal recomendada); as regas podem ser feitas por imersão das raízes num recipiente com água ou molhando as raízes com um borrifador ou regador. É, no entanto, importante que as raízes tenham tempo de secar de modo a não ficarem molhadas durante a noite.
Coloquem-nas num local bem iluminado podendo mesmo receber algum sol durante as primeiras horas do dia ou no final da tarde. Estas plantas dão algum trabalho a manter, no entanto são tremendamente compensatórias as suas florações.
Fotos: José Santos
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