O funcho é uma planta herbácea anual ou vivaz que atinge cerca de 2 metros de porte. É originária de uma vasta área do Velho Mundo compreendendo a Índia e outras regiões do Oriente, a Europa ocidental e a região mediterrânica onde é de cultura e usos muito antigos.
Nome científico: Foenicum vulgare Miller
Família: Apiáceas
Nomes vulgares: Funcho, funcho-amargo, funcho-bravo, fiolho, funcho-comum, erva-doce.
Descrição: Tem raiz carnuda e grossa, caule ligeiramente canelado e flores amarelas, glabras ou glabrescentres e muito aromáticas. Raiz fusiforme e esbranquiçada, folhas inferiores em lacínias filiformes e as superiores mais estreitas com o pecíolo alongado e muito desenvolvido. Possui bainha envolvendo o caule, folhas compostas pinadas com folíolos reduzidos a filamentos, flores pequenas, reunidas em umbelas mais pequenas. Fruto oblongo constituído por dois aquénios soldados contendo cada um 10 a 15 sementes.
A planta é silvestre entre nós, encontrando-se de norte a sul em terrenos abandonados e até pedregosos e normalmente não é cultivada.
Fatos históricos: Foi introduzida no Brasil nos primeiros tempos do século XVI. Gabriel Soares de Sousa que escreveu nos meados deste século refere-se à forma como a planta se comporta no Brasil, tudo indicando que já a viu dispersa.
Usos
Das sementes pode extrair-se um óleo essencial, rico em anetol, usado em farmácia e em confeitaria. Na medicina caseira as sementes são usadas como estomáquico, em problemas digestivos, como estimulante, nas cólicas das crianças, como analgésico e carminativo, nas inflamações da boca e vias respiratórias em casos de peristaltismo de acumulação de gases intestinais, em doenças do aparelho respiratório sobretudo na eliminação de mucosa.
É usada como aromática sendo sabor tradicional entre nós no tempero do coelho-bravo. Uma variedade desta espécie (var. dulce DC), conhecida em Itália por finochio, é muito cultivada como hortícola, consumida em natureza ou cozinhada muitas vezes com salame (finochinnona). Nesta variedade as folhas grandes e verde-amareladas têm pecíolos muito longos embricados uns nos outros na base, formando uma espécie de bolbo branco, duro e açucarado usado em culinária, cru ou cozinhado, muitas vezes substituindo o aipo. Para se conseguirem formações brancas e tenras, a planta deve ser amontoada de forma a cobrir de terra a sua parte inferior.
Livro “Especiarias e aromáticas do campo à cozinha” de José Eduardo Mendes Ferrão
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