Ornamentais

Orquídeas Dendrobium nobile: frio para florir

Apesar de não serem das Orquídeas mais comuns, já se encontram esporadicamente (mais entre dezembro e junho) nos centros de jardinagem portugueses. Não são difíceis de encontrar pois a beleza de uma planta deste género florida, não passa despercebida a ninguém. São os Dendrobium nobile.

Esta espécie, originária da Ásia, é encontrada em florestas a uma altitude moderada nos Himalaias, na Índia e Tibete e ainda em países como o Nepal, China, Vietname e Tailândia, entre outros. O seu aspecto é diferente das orquídeas mais convencionais. Os seus pseudobolbos são longos e nodosos, podendo atingir os 60 cm de comprimento.

Crescem eretos nas árvores, como plantas epífitas, mas com a idade e ao atingirem tamanhos maiores, tornam-se pendentes. Os pseudobolbos são mais finos mas fortes na base, engrossando conforme vão crescendo e logo, tornando-se mais pesados. Nos nodos nascem as folhas alongadas que crescem até aos 10 cm de comprimento. Por baixo das folhas saem as inflorescências de grupos de três a quatro flores de pedúnculo curto. Se temos a sorte de termos várias inflorescências ao mesmo tempo, o resultado é de uma beleza extraordinária.

Cultivo

O cultivo dos Dendrobium tipo nobile é relativamente fácil. Utilizam-se vasos pequenos, normalmente de barro pois são mais pesados. Com plantas adultas, os vasos de plástico têm tendência a tombar. Em relação ao substrato, sendo a planta uma epífita, deverá ser composto por casca de pinheiro média, húmus ou fibra de coco e bolas de argila expandida (leca) ou carvão vegetal, em que tudo misturado em partes iguais, originará um bom substrato para este tipo de orquídeas. Pode também utilizar substrato já preparado para orquídeas epífitas. A rega deverá ser semanal, mas restrita ao período de crescimento (da planta ou das flores).

O “segredo” do cultivo destas orquídeas é a existência de um período de repouso no inverno, que devemos respeitar, durante o qual as plantas não crescem nem dão flores. É nesse período, que deve durar cerca de dois meses (dezembro e janeiro), que a planta se prepara para florir. E o que temos que fazer nesse período? Nada. Não se rega, não se fertiliza, não se transplanta ou divide, não se faz nada. Devemos esquecer-nos delas durante umas semanas, depois de as colocarmos num local onde as temperaturas nocturnas atinjam os 8 – 10º C.

Essas temperaturas baixas vão incentivar a planta a florir no final do inverno ou início da primavera, quando as temperaturas voltarem a subir. Se for necessário, mantenha-as no exterior, num local abrigado e protegidas da chuva, vento e geadas. Muitas vezes, nessa altura alguns pseudobolbos perdem as folhas e ficam com mau aspecto.

Não se preocupe, vão retirando as folhas que vão caindo, mantendo a planta limpa e passadas algumas semanas, aparecem uns pequenos botões que irão dar origem a cachos de flores de rara beleza. As flores medem entre 6 e 8 cm e vão desde o branco até à cor púrpura, passando por várias tonalidades de rosa. Muitas delas têm também uma agradável fragrância.

Fotos: José Santos

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