Um género de orquídeas que nos últimos anos vem a ganhar alguma popularidade, com algumas espécies a aparecerem à venda em exposições de orquídeas ou em centros de jardinagem, além dos híbridos mais comuns, espécies botânicas de orquídeas, são as Coelogyne.
Em algumas coleções particulares podemos já encontrar bonitos exemplares de Coelogyne speciosa, C. pandurata, C. flaccida, entre outros, mas a mais famosa de todas as Coelogyne será, com certeza, a Coelogyne cristata, com as suas bonitas flores brancas com o interior do labelo decorado com nervuras longitudinais de filamentos amarelo alaranjados.
Este género é composto por cerca de 200 espécies originárias do sudeste asiático e das ilhas do sudoeste do pacífico. Os Himalaias e as ilhas de Bornéu e Sumatra registam a maior quantidade de espécies, sendo a maior parte endémicas.
As plantas são simpodiais, com pseudobolbos que podem crescer espaçados em algumas espécies ou aglomerados como cachos de uvas em outras. São plantas em que a maioria tem tamanho médio ou grande e são encontradas a crescer como epífitas, ocasionalmente litófitas e muito raramente terrestres.
A forma dos pseudobolbos é muito variável entre as espécies de Coelogyne e geralmente terminam numa ou duas folhas. As flores são principalmente brancas com os labelos decorados em tons acastanhados, amarelos e de cores mais fortes, mas também se encontram algumas espécies com flores verdes, como a Coelogyne pandurata ou alaranjadas, como a Coelogyne miniata.
Cultivo
Havendo espécies que crescem a várias altitudes e em zonas climáticas muito variadas, temos Coelogyne originárias de zonas de climas quentes e húmidos, outras em zonas de monções com altas temperaturas e chuvas constantes, nas zonas de mais baixas altitudes, climas de savana tropical e zonas de climas temperados, com verões quentes e invernos secos e com temperaturas mais baixas, podendo atingir os zero graus durante a noite.
Para cultivar as Coelogyne, será conveniente saber as espécies que temos para assim podermos dar-lhes as melhores condições, consoante a zona climática de onde são originárias. O melhor local para o seu cultivo é uma estufa ou um local onde possamos dar-lhes uma boa humidade.
As Coelogyne gostam de ambientes húmidos mas sem terem água em excesso nas suas raízes e rebentos novos. Sendo maioritariamente epífitas, podem ser cultivadas em cestos ou montadas em cortiça mas também se adaptam facilmente à cultura em vaso e talvez seja mesmo mais fácil de assim manter a humidade necessária nas raízes e também de deixar ficar mais seco entre duas regas ou na altura do repouso, se for caso disso. O substrato para o cultivo destas orquídeas em vaso é uma mistura de casca de pinheiro, argila expandida e musgo de esfagno em proporções convenientes para cada tipo de orquidófilo.
Vasos apropriados
As Coelogyne não gostam de ser transplantadas nem divididas com frequência, devendo o orquidófilo ter o cuidado de escolher vasos com o tamanho suficiente para a planta crescer durante alguns anos.
É preferível também vasos mais largos e de pouca profundidade, como taças. Os vasos devem ter orifícios na parte inferior e laterais para uma drenagem eficiente. Algumas Coelogyne dão as suas flores em hastes florais pendentes e devem ser cultivadas em cestos. Mais uma vez, convém que saibamos as espécies que temos em casa e conhecer as suas características principais.
Luz e rega
A nível de luminosidade, as Coelogyne apreciam uma boa luz, mesmo durante os períodos de repouso mas é de evitar qualquer sol diretamente na planta, especialmente nos meses mais quentes.
A observação das plantas podem ajudar-nos a precisar a frequência das regas. Se a planta inicia o crescimento de novos pseudobolbos, a rega deve ser moderada, no máximo semanal. Se a planta está em franco crescimento radicular, se está muito calor ou se está montada em cortiça, as regas deverão ser mais frequentes. Algumas espécies entram em repouso no inverno. Durante esse período, até ao aparecimento de novos rebentos, as regas são praticamente suspensas.
Fertilização
As Coelogyne precisam de fertilização frequente. Existem bastantes tipos de fertilizantes próprios para orquídeas, os líquidos ou o pó solúvel são os mais indicados. Se tiver poucas plantas pode utilizar fertilizante de crescimento em regas alternadas, quando a planta tem novos rebentos e raízes a crescer e para floração quando as hastes florais aparecem. Pode também utilizar outros fertilizantes mais equilibrados que se utilizam em todas as regas. Experimente de maneira a poder escolher o que se adapta melhor à sua forma de regar.
Estas orquídeas podem atingir tamanhos consideráveis. Os maiores exemplares conhecidos são de uma Coelogyne dayana, cultivada no exterior na ilha de Java com 78 hastes florais e quase 4000 flores e uma Coelogyne rochussenii, com 63 hastes florais e cerca de 2500 flores com um agradável aroma a chocolate. Sem dúvida, admiráveis exemplares.
Fotos: José Santos
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