Não são árvores, mas maioritariamente têm porte emblemático. Exibem beleza exótica. Resistem a elevadas temperaturas e precisam de pouca água.
Têm origem maioritariamente nas regiões tropicais e subtropicais. São cerca de três mil espécies. Referimo-nos às palmeiras, da família Arecaceae. Também existe uma palmeira nativa da Europa continental, da espécie Chamaerops humilis, que pode encontrar-se espontaneamente na zona da Arrábida e no Algarve, em Portugal, bem como em Espanha, França, Itália, em algumas ilhas mediterrânicas e no norte de África (Marrocos).
As palmeiras são monocotiledóneas, apresentam um caule cilíndrico e geralmente atingem grandes alturas. Não são árvores e caracterizam-se pelo seu típico espique que não é coberto de casca, como acontece com as dicotiledóneas, mas sim rijo, à semelhança do bambu. A folhagem das palmeiras é persistente e pode ser de dois tipos distintos: pinada, com folhas peniformes (e.g. Phoenix canariensis), e palmar, no caso das que têm as folhas em forma de leque (e.g. Washingtonia robusta). Nem todas as palmeiras têm um só espique; algumas têm vários que ramificam (e.g. Phoenix reticulata). Outras espécies são baixas e arbustivas (e.g. Chamaerops humilis). Comercialmente, uma das espécies de palmeira mais importante é o coqueiro (Cocos nucifera), que constitui uma importante fonte de óleo vegetal para o fabrico de margarinas e sabões.
Há espécies que são cultivadas para a obtenção de outros produtos, tais como tâmaras, alimento importante nas regiões desérticas e semidesérticas do Médio Oriente e norte de África, bem como para a extração de farinhas, ceras, fibras para ráfia e vassouras. A seiva de algumas espécies de palmeiras também é tradicionalmente utilizada para obter o vinho de palma ou vinho de palmeira. Por exemplo, em Moçambique é muito apreciado e conhecido por sura (também utilizado como fermento para pão e bolos). Em Angola, é conhecido por marufo.
Estas plantas, tipicamente de terras quentes, apresentam uma grande resistência a elevadas temperaturas e pouca necessidade de água. São de extrema beleza e encantam com a sua presença exótica nas paisagens mediterrânicas. Consideradas, nos séculos XVIII e XIX, uma das novidades preciosas, constituem um importante legado dos jardins históricos. A sua presença nos jardins, espaços públicos e como planta de interior é muito apreciada pois relembra as paisagens tropicais paradisíacas. Estas espécies estão ameaçadas em Portugal devido a uma praga de escaravelho que tem dizimado muitos exemplares.
Este mês destacamos a palmeira-das-canárias, a tamareira, a palmeira-das-vassouras, a palmeira-da-china, a palmeira-da-califórnia e a palmeira-australiana.
Com a colaboração de Teresa Vasconcelos
PHOENIX CANARIENSIS CHABAUD (PALMEIRA-DAS-CANÁRIAS)
Família: Arecaceae.
Origem: Ilhas Canárias.
Porte: Até 20 metros.
Época de floração: Primavera.
Curiosidade: Nativa das Canárias, é frequentemente plantada como ornamental em ruas e jardins, sobretudo no sudoeste da Europa e na região mediterrânica ocidental. O mel de palma que se fabrica nas ilhas Canárias, sobretudo em Gomera, é designado de guarapo, palavra de origem aborígene canária.
PHOENIX DACTYLIFERA L. (TAMAREIRA, PALMEIRA-DAS-IGREJAS)
Família: Arecaceae.
Origem: África, Ásia Temperada.
Porte: Até 35 metros.
Época de floração: Primavera.
Curiosidade: Da seiva da palmeira é produzida uma bebida muito apreciada pelos habitantes do oásis, o lagmi. As tâmaras são um dos frutos mais utilizados no mundo, constituindo a base da alimentação dos povos das regiões de onde é originária a tamareira.
É plantada em pequena escala, como espécie ornamental no sul da Europa.
TRACHYCARPUS FORTUNEI (HOOK.) H.A.WENDL. (PALMEIRA-DA-CHINA, PALMEIRA-EXCELSA)
Família: Arecaceae.
Origem: Ásia Temperada, Ásia Tropical.
Porte: Até 14 metros.
Época de floração: Primavera.
Curiosidade: O epíteto específico fortunei é dedicado ao botânico inglês Fortune, o responsável pela introdução da planta do chá na Índia. Robert Fortune, que trabalhava para a corte inglesa, disfarçou-se de mandarim para poder entrar na China e roubar as plantas do chá, trazendo as plantas e as técnicas que deram origem ao chá Darjeeling.
WASHINGTONIA ROBUSTA H.WENDL. (PALMEIRA-DA-CALIFÓRNIA)
Família: Arecaceae.
Origem: América do Norte.
Porte: Até 25 metros.
Época de floração: Primavera.
Curiosidade: Género dedicado a George Washington (1732-1799), o primeiro presidente dos Estado Unidos da América. É a palmeira com o crescimento mais rápido, mais rústica e mais económica. Especialmente quando jovem, é muito semelhante à Washingtonia filífera; o que as diferencia, sobretudo, é o facto de a W. robusta ser mais alta, ter um crescimento mais rápido e um tronco mais fino.
CHAMAEROPS HUMILIS L. (PALMEIRA-ANÃ, PALMEIRA-DAS-VASSOURAS)
Família: Arecaceae.
Origem: Europa e África.
Porte: 2-3 metros.
Época de floração: Primavera.
Curiosidade: É a única palmeira nativa da Europa, ocorre em terrenos arenosos, sobretudo perto do mar.
LIVISTONA AUSTRALIS (R.BR.) MART. (PALMEIRA-AUSTRALIANA)
Família: Arecaceae.
Origem: Australásia.
Porte: Cerca de 20 metros.
Época de floração: Primavera-verão. Curiosidade: Nativa da Austrália, é plantada em jardins, parques e ruas, sobretudo no sul da Europa.
CURIOSIDADES
O nome do género Phoenix tem origem grega e faz referência ao país (Fenícia), onde, na Antiguidade, os gregos viram as primeiras palmeiras.