Assim que começam as primeiras chuvas as escrofulárias surgem na beira dos rios e dos terrenos húmidos. Trata-se de uma planta em que poucos reparam e que na realidade caiu um pouco em desuso na Europa como planta medicinal.
A origem do nome está relacionada com o seu uso ancestral no tratamento das escrófulas (inflamação dos gânglios linfáticos). Em inglês é conhecida por figwort ou throatwort. Sabe-se que era usada interna e externamente por toda a Europa nos surtos de tuberculose que causava tumores na zona da cervical.
Nos séc. XVI e XVII foi considerada uma das melhores plantas para curar todo o tipo de tumores.
Segundo a teoria das assinaturas (Paracelso 14931541), onde se explica que cada planta é útil para tratar a parte do corpo à qual se assemelha, a raiz da Escrofulária–nodosa parece de facto um gânglio tumefacto.
Descrição e Habitat
Planta vivaz, medindo entre 60cm a 1,50m de altura, ereta, caule duro, compacto, e quadrangular. Folhas simples, opostas e ovais, pequenas flores vermelho-acastanhadas, cheiro desagradável e amargo.
É também conhecida por erva-das-escaldadelas ou escrofulária-dos-rios. No Brasil tem o nome de betónica-aquática.
Encontra-se nas margens dos rios, valas, fontes, bosques húmidos, um pouco por toda a Europa mas também na Ásia Central e América do Norte.
As espécies existentes em Portugal são a Scrophularia nodosa L. S. aquatica, S. auriculata e S. canina.
Utilizam-se principalmente as partes aéreas secas ou frescas e por vezes também a raiz.
Componentes e propriedades
Contém iridóides (aucubina e harpagósido, acetil-harpagido), flavonoides, glicósidos cardioactivos, saponósidos e ácidos fenólicos, alcaloides, ácido málico e vitamina C.
As antraquinonas conferem-lhe propriedades anti-inflamatórias, úteis no tratamento da arterite. Tem propriedades colagogas (que estimula o fluxo da bílis da vesícula para o duodeno), é diurética e hipogliceminante.
Ajuda no tratamento de obstipação, é um bom desintoxicante do organismo, podendo ser usadas em vários tipos de problemas cutâneos, incluindo problemas crónicos como eczemas ou psoríase.
É também utilizada para ajudar no tratamento de vermes intestinais.
Na China, a variedade S.ningopoensis usa-se para tratar infeções e eliminar toxinas.
Externamente em compressas ou lavagens acelera a cicatrização de feridas, queimaduras, caroços mamários, sarna, hemorróidas e tumores. Utiliza-se também em preparados homeopáticos.
Internamente, deve tomar-se cerca de 3 chávenas de infusão por dia, usando uma colher de sobremesa da planta seca ou o dobro de planta fresca para cada chávena.
Precauções
Não tomar em caso de problemas cardíacos. Provavelmente devido aos saponósidos esta planta é tóxica para vacas e ovelhas.
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