A Leroy Merlin lançou o Home Index, o primeiro indicador que avalia o desempenho social e ambiental dos produtos para a casa, em todo o seu ciclo de vida. A indicação de um score de sustentabilidade associado a cada produto, permite ajudar o consumidor a tomar decisões mais informadas, responsáveis e sustentáveis na hora da comprar.
40% das emissões resultam da construção e utilização das casas. Ao mesmo tempo, 90% da pegada de carbono da Leroy Merlin provém dos produtos. Nesse sentido, a marca percebeu que é ali que reside a capacidade de gerar impacto positivo. Segundo João Lavos, Líder Desafio Impacto Positivo, “É no produto que está o desafio, mas também a solução”.
A metodologia aplicada tem como premissas que os critérios são baseados na ciência e em normas internacionais, critérios aplicados ao negócio da marca mas transversais a outros, critérios mais exigentes do que os legais e, por último, que os critérios sejam aplicáveis a todos os países. Por ser uma metodologia evolutiva, todos os anos será reavaliada.
O processo de criação do Home Index começou em 2020. Foi um processo moroso, multidisciplinar, sujeito a uma certificação externa, que teve como grande desafio a obtenção de informação. Ao ser o fornecedor a dar a informação sobre o produto, desde as condições de fabrico, à capacidade de reparação ou às substâncias nocivas presentes, é necessário que o próprio detenha esses dados. Ana Patrícia da Schneider Electric, parceira da Leroy Merlin há 14 anos, diz que um dos “desafios da sustentabilidade é a obtenção de dados. Tanto a Leroy como o fornecedor têm que ter os dados e saber como obtê-los.” Esta necessidade e o posterior conhecimento acabam por gerar impacto, não apenas no consumidor, mas também a montante no fornecedor. Para Paulo Rodrigues da Robbialac, fornecedor da marca há 12 anos, este projeto “para o fornecedor obriga-nos a procurar matérias primas alternativas (…), a pensar fora da caixa”.
O Home Index classifica cada produto segundo 31 critérios, distribuídos em oito categorias – seis de cariz ambiental e dois de cariz social. A estas categorias soma-se uma categoria adicional em função das certificações ecológicas do produto. Na inexistência de informação, é atribuído um score negativo (-1) ao critério correspondente.
O score obtido será convertido numa escala de A a E, sendo o A o que representa um melhor desempenho. Esta escala irá estar visível junto de cada produto, seja na loja ou nas plataformas digitais da marca. O consumidor terá ainda a possibilidade de ver a pontuação obtida em cada critério, espelhando uma abordagem transparente desde o fornecedor ao consumidor.
Atualmente são 80.000 os produtos com score Home Index associado, o que corresponde a 50% da oferta total. Destes, 24.000 são produtos de marca própria. Atente-se que só é publicado o score do produto quando lhe é conhecida 80% da informação necessária e quando é estabelecido um acordo de comunicação com o fornecedor.
Apesar deste indicador ter sido anunciado em Portugal em 2024, já fora lançado em França no ano anterior. João Lavos explica que o conceito do projeto foi bem recebido pelo consumidor francês, mas que ainda existe um caminho a percorrer no que respeita a tomada de decisões mais conscientes. O importante é serem dados os primeiros passos.
Um mito já desfeito pelo Home Index – o produto mais sustentável não é necessariamente o mais caro.
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