Jardins & Viagens

Jardins de Portugal: Rota do Douro e Dão

Um percurso que vai de Entre-os-Rios a Barca d’Alva e compreende uma pequena parte da bacia hidrográfica do Douro.

O rio Douro nasce em Sória (Espanha) e segue um percurso de cerca de 900 quilómetros até à foz, na cidade do Porto. O seu troço mais emblemático coincide com a Região Demarcada do Douro – o terroir do vinho do Porto – o Alto Douro Vinhateiro, a paisagem cultural inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO resultante de uma relação singular do Homem com a Natureza face à escassez de água e de solo, às fortes pendentes, ao solo xistento e a um clima agreste que se traduziu num complexo sistema de armação do terreno para o cultivo em que a vinha e a oliveira predominam.

A rota assenta em dois polos, coincidentes com dois centros urbanos de grande identidade duriense: Vila Real e Lamego. Vila Real, onde corre o rio Corgo – afluente do Douro –, na transição das paisagens graníticas para paisagens metassedimentares, predominantemente constituída por formações xistentas, enquanto Lamego assenta em formações graníticas. É na envolvente de Lamego que se encontram notáveis cercas conventuais, como a do mosteiro cisterciense de São João de Tarouca e a do santuário de Nossa Senhora dos Remédios, este na própria cidade de Lamego. De um modo geral, as quintas do Douro na sua origem não têm uma vertente de recreio, no entanto, encontram-se quintas com matas ajardinadas e entornos das casas ricos em laranjais, hortas e pequenos jardins de buxo, como as quintas dos Viscondes da Várzea de Abrunhais ou Vale Abrão, envoltas em extensas áreas de vinha e hoje importantes unidades hoteleiras, a quinta de Santa Júlia do Loureiro, a quinta do Bom Retiro ou a quinta do Monsul. A casa de Mateus em Vila Real é uma das propriedades mais notáveis da arte dos jardins em Portugal.

A rota é constituída por outros elementos de grande singularidade como os jardins públicos de Vila Real – o Jardim da Carreira – ou, em Lamego, o Jardim da República, e ainda um conjunto de santuários, como os de São Leonardo da Galafura e São Salvador do Mundo, que constituem miradouros do rio e do vale do Douro.

1. CERCA DO MOSTEIRO DE SÃO JOÃO DE TAROUCA

Este mosteiro fica a cerca de 8 km de Tarouca e a 15 km de Lamego. Localiza-se no vale do Varosa, um afluente da margem direita do rio Douro, enquadrado pela serra de Leomil. É um dos mais importantes mosteiros cistercienses de Portugal começado a construir em 1154 e ligado à fundação de Portugal. A ação continuada da comunidade monástica ao longo de quase sete séculos até 1834 teve forte repercussão na ocupação e no cultivo dos territórios na sua envolvente até ao vale do Douro.

A cerca tem estado a ser alvo de um projeto de reabilitação. A parte acessível ao público é muito interessante. Os elementos de maior notoriedade são a igreja e o dormitório monumental. Entre eles corre o ribeiro do Corgo e encontram-se ruínas reveladoras da dimensão e distribuição das várias edificações que constituíam este vasto complexo monástico – claustro, casa do capítulo, refeitórios, dormitórios, tulhas, hortas, capelas. Durante anos o lugar foi usado como pedreira, o que levou ao estado de ruína em que hoje se encontra. Não obstante, um percurso iniciado no Centro Interpretativo para conhecer o núcleo museológico, seguido de visita à igreja e à cerca localizada num vale encaixado e ermo, é um passeio inesquecível. 

2. Santuário de Nossa Senhora dos Remédios

Este é porventura o santuário mais concorrido do Douro. Tudo começou com uma pequena ermida no monte de Santo Estêvão em 1361. O bispo D. Durando mandou-a construir e foi dedicada a Santo Estevão. Foi reedificada, em 1568, pelo bispo D. Manuel de Noronha, mas agora sob a invocação da Virgem Maria. Por volta de 1628, foi constituída a Irmandade de Nossa Senhora dos Remédios, que mandou construir a igreja cuja primeira pedra foi assente em 1750. A construção do escadório iniciou-se em 1777. É constituído por vários lances de escadas ora convergentes e divergentes, ora centrais, que conduzem a diferentes terreiros, sendo o mais impressivo o dos Reis. O programa inicial, à imagem do santuário do Bom Jesus de Braga, antecipava a construção de várias capelas que reforçariam o programa mariano, mas só foi construída a da Sagada Família.

O santuário encontra-se envolvido em denso arvoredo. Em 1898, a Companhia Hortícola-Agrícola Portuense elaborou uma planta para o parque com uma rede de caminhos adossada ao relevo acidentado, articulada com os terreiros do escadório. O parque impressiona pela diversidade de espécies arbóreas autóctones e exóticas, entre elas, carvalhos, castanheiros, medronheiros, loureiros, azereiros, catapereiros, tílias, choupos, faias, cedros, teixos, acácias e eucaliptos, alguns de porte monumental. A 8 de setembro, decorrem as festas da Nossa Senhora dos Remédios, muito concorridas e em que os carros alegóricos puxados por bois são uma particularidade. 

3. Casa dos Viscondes da Várzea, Quinta da Várzea de Abrunhais

Situa-se a cerca de 3 km de Lamego. No século XVI, terá pertencido a Lopo de Albergaria, capitão das naus da Índia. Em 1823, o título de visconde da Várzea foi concedido a Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca (1780-1830). A quinta foi adquirida pelos seus descendentes que, em 1990, a reconstruíram e adaptaram a um hotel rural.
Um longo caminho entre vinhas e pontuado por oliveiras conduz à casa rodeada por grandes edifícios agrícolas, hoje ao serviço do hotel, e pela capela, que se encontra num patamar mais alto com placas alusivas aos senhores da casa. Um amplo e comprido terreiro serve a casa e as dependências, destacando-se no topo da casa uma varanda alpendrada, com vista sobre a quinta, o jardim de buxo com tanque no centro, as hortas e os pomares, o olival, as vinhas que convivem, lado a lado, com áreas adaptadas para o lazer dos hóspedes do hotel. Na Várzea, vive-se um ambiente bem duriense, mas do Douro granítico, com um acolhimento inesquecível

4. Quinta de Vale de Abraão/Hotel Six Senses Douro Valley

Encontra-se num local privilegiado sobre o rio Douro, na sua margem esquerda, a 11 km de Lamego e a 5 km da Régua. O edifício do hotel em torno da casa tem uma posição proeminente e está envolvido por patamares que foram jardins, hortas, laranjais e que hoje continuam a desempenhar essa função a par com espaços de lazer para os hóspedes. Envoltos em vinhas, atrás da casa destaca-se a mata ajardinada primorosamente conservada, o ex-líbris da quinta com as suas árvores e arbustos autóctones e exóticos, os caminhos, as follies, as panorâmicas. O rio está sempre presente. A escritora Agustina Bessa Luís imortalizou este lugar num romance e, depois, Manoel de Oliveira consagrou-o no cinema, em 1993. 

Vale Abraão transporta uma história antiga ligada a distintas famílias durienses que ao longo das gerações amaram este lugar. Laura Pereira Leitão de Carvalho e seu marido, Alfredo Infante Pessanha, senhor de larga fortuna, conferiram grande valor aos jardins e à mata nos finais do século XIX. Laura, sem descendência direta, deixou Vale Abraão à sua sobrinha Maria Serpa Leitão Pimentel, que aqui morreu em 1947, aos 102 anos de idade. Em 1997, Vale Abrão foi atingido por um incêndio, após o que foi vendido, iniciando-se um novo capítulo na vida da quinta vocacionado para a hotelaria, desde 2015, gerido pelo grupo Six Senses.

5. Santuário de São Leonardo da Galafura

Situa-se entre Vila Real e Peso da Régua, próximo dos lugares de Covelinhas e Gouvinhas. É um dos mais emblemáticos miradouros sobre o vale do Douro imortalizado pelo poeta Miguel Torga (1907-1995) e sobre o Alto Douro Vinhateiro, Património da Humanidade. O santuário é singelo, a 640 metros de altitude, constituído por uma capela cujo registo mais antigo data de 1758 e tem inscrita a data de 1924, correspondendo ao ano de reconstrução. Na fachada posterior da capela, virada ao rio, existe uma imagem de São Leonardo e um painel de azulejos com poema de Miguel Torga.

A capela encontra-se envolta a norte por uma pequena mata de azinheiras, medronheiros, sobreiros, ciprestes, cedros, loureiros e folhados, alecrins e rosmaninhos, onde existem parques de merenda e está delimitada por muro de pedra seca. Imediatamente abaixo, nas encostas prevalece a vegetação rasteira tipo maquis mediterrânico após o que começam as vinhas. É sem dúvida dos lugares incontornáveis para se compreender o Douro, rio pontuado por ermidas e santuários em lugares de ocupação e romagem antigas, poisados nos pontos altos de ambas as margens, protegendo quem navegava no perigoso rio de muitos penedos e rápidos, cheias torrenciais de inverno e águas estagnadas no verão causadoras da malária… rio hoje ‘serenado’ pelos espelhos de águas das albufeiras!

6. CASA DE MATEUS

A 5 km do centro da cidade de Vila Real, é monumento nacional desde 1910 e uma das mais notáveis quintas de recreio de Portugal, atualmente administrada pela Fundação da Casa de Mateus. Os documentos do vasto arquivo remetem-nos para os primeiros moradores da casa em 1577, Cristóvão Álvares e sua mulher, Maria Gonçalves. A icónica casa atribuída a Nicolau Nasoni (1691-1773) foi uma iniciativa de um seu descendente, António José Botelho Mourão, 3.º morgado de Mateus, e a capela foi construída posteriormente e concluída em 1750, já no tempo do 4.º morgado. Os morgadios foram extintos em 1863 e os títulos dos morgados de Mateus recaíram sobre D.ª Maria Teresa de Sousa Botelho e Melo, que se casou com D. Fernando de Almeida Cardoso de Albuquerque, 2.º conde de Mangualde. D.ª Maria Teresa dedicou-se intensamente ao jardim, assim como o seu filho, D. Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque, que, em 1970, veio a ser o instituidor da Fundação da Casa de Mateus.

A casa e a capela refletem-se no enorme espelho de água do tanque enquadradas por bosquetes, tendo a construção do tanque sido concluída em 1963. A quinta estrutura-se segundo um eixo nascente-poente que atravessa a casa e os seus sucessivos pátios, prolongando-se pelo jardim de buxo, a nascente da casa, e descendo a escada do túnel com novos jardins de buxo e tanques laterais introduzidos no século passado. Hortas, pomares, vinhas e matas sucedem-se no percurso desta imensa quinta assente no granito e com água abundante e oferecem uma vista impressiva sobre a serra do Marão. Visitar Mateus é sem dúvida uma visita marcante pelos seus jardins, pelos seus produtos nomeadamente os vinhos, mas, sobretudo, pelo seu conjunto enquanto instituição cultural de referência do norte do País.

7. Santuário de São Salvador do Mundo, São João da Pesqueira

Este Santuário encontra-se a cerca de 5 km de São João da Pesqueira, no Monte do Ermo, sobranceiro ao rio Douro no local do cachão da Valeira, hoje barragem da Valeira. Faz parte dos lugares mágicos do Douro. Do alto tem-se uma vastíssima panorâmica sobre o Douro. O monte está coberto por sobreiros, medronheiros, loureiros, carrascos que emergem de grandes rochedos graníticos. A ascensão do monte é exigente, percorrendo o caminho da Via Sacra envolto numa extraordinária mata autóctone.

O santuário é constituído por nove capelas com figuras de tamanho natural no seu interior que representam os passos da Paixão de Cristo e distribuem-se desde a base até ao topo do monte, a 502 metros de altitude, ligadas por um íngreme caminho intercalado por toscos lanços de escada. De ocupação muito antiga, a sua história mais recente remonta a Gaspar da Piedade (m. 1626), que, depois de uma viagem a lugares sagrados em Roma e na Palestina em que escapou de um naufrágio, tornou-se eremita na pequena gruta que deu origem à construção da capela principal. Em 1725, foi entregue aos franciscanos da Pesqueira, que construíram a Via Sacra. Na base do santuário, encontra-se a Capela de Cristo no Horto. Seguem-se as capelas Traição de Judas, do “Ecce Homo”, de Cristo no Caminho do Calvário, do Calvário, do Senhor Morto, do Senhor Ressuscitado e a Capela de Nossa Senhora da Graça, bem no topo do monte Ermo. Próximo, existe ainda a Capela de Nossa Senhora da Penha junto à cova do eremita. Inesquecível e inconfundível. 

8. Jardim da Carreira

Este é um jardim público em Vial Real, construído no século XIX e um dos mais bem conservados em Portugal desta época, apesar das modificações que foi sofrendo. A sua história está ligada ao convento de São Francisco construído entre 1572 e 1573, pois corresponde a uma parte da sua cerca. O convento foi uma das instituições religiosas mais importantes da cidade. Na sua cerca, existiu uma rua com cinco ermidas, matas e hortas. Após a extinção das ordens religiosas, no edifício estiveram instalados diversos serviços públicos, dele restando hoje apenas uma ala onde está instalada a GNR. A cerca foi arrendada e vendida em hasta pública em 1843. Em 1872, António Correia de Almeida Lucena, presidente da Câmara, promoveu grandes alterações no Jardim Público. Em 1891, o projeto de renovação do jardim foi entregue a José Marques Loureiro, o célebre horticultor portuense, que introduziu um projeto ao gosto da época hoje de algum modo simplificado. 

O jardim tem duas entradas, sendo a principal através da rua do Calvário, acedendo-se por um portão em ferro e granito com a data inscrita de 1871. O jardim estrutura-se segundo um longo eixo sul-norte – a chamada avenida das Tílias, hoje ladeada por relvados com canteiros de plantas anuais mantendo o lago, o coreto, o monumento a Camilo Castelo Branco ali colocado em 1925 por ocasião do seu centenário de nascimento e a chamada fonte da Carreira de Cima. 

A Rota dos Jardins Históricos do Dão tem como lugar central a cidade de Viseu e um notável conjunto de quintas de recreio na sua envolvente. 

Trata-se de uma história inscrita no granito, bem no coração do interior de Portugal, onde faz frio e calor daqueles que gelam e escaldam. Os rios Dão e Mondego e os seus afluentes produziram vales estreitos e fundos, balizados pelas serras do Caramulo, Buçaco e Estrela. Nas quintas existem campos extensos e matas frondosas às quais se acede por longas carreiras de buxos, às vezes de loureiros outras de camélias, atrás das quais se escondem pomares e hortas. A água nasce do granito e segue por canais e para tanques e fontes distribuídos por pátios e avenidas. As vistas alargam-se em direção à Estrela e ao Caramulo.

A rota assume como figura tutelar o bispo D. Miguel da Silva (1486-1556), embaixador em Roma, Bispo de Viseu e Cardeal da Igreja Católica Romana, que em Viseu criou uma verdadeira corte trazendo consigo de Roma o arquiteto Francesco da Cremona (c.1480-c.1550) com quem revolucionou a arquitetura e a cultura da cidade. O seu legado é diverso – desde o claustro renascentista da Sé ao Paço episcopal na quinta do Fontelo que tanto impressionou os seus contemporâneos. Hoje a quinta mantém as portas abertas enquanto Parque do Fontelo. A Quinta dos Condes da Anadia em Mangualde, Quinta do Loureiro em Silgueiros e Quinta de Chão de São Francisco são algumas das quintas onde encontramos essa inspiração. Ainda em Viseu, o vale do Pavia foi rico em quintas, uma memória hoje fixada na Quinta de Santa Cruz propriedade da Câmara Municipal. Outros espaços públicos de recreio impõem-se pelo seu valor patrimonial como a Cava de Viriato. A Quinta da Ínsua, com os seus jardins e mata é um verdadeiro ex-líbris.

Um destaque para o projeto Santar Vila Jardim, a sul de Viseu no concelho de Nelas, liderado pelos proprietários da Casa dos Condes de Santar e Magalhães e que congrega a Casa das Fidalgas, a Casa da Magnólia, a Casa Ibérico Nogueira, a Misericórdia de Santar sob a batuta de Fernando Caruncho. Aqui derrubaram-se muros para juntar jardins, hortas e bosques de propriedades vizinhas, e todos fruírem de uma experiência de qualidade.

Além das quintas de recreio, umas de antiga génese outras mais recentes, na envolvente de Viseu e dos jardins e parques públicos na cidade, a rota integra ainda lugares religiosos como o Santuário de Nossa Senhora do Castelo Há uma forte sobreposição do território da rota com a Região Demarcada do Dão, onde, em altitudes entre 400 e 500 metros, se distribuem cerca de 20 mil hectares de vinha.

9. Parque do Fontelo 

A 15 minutos do centro histórico de Viseu, foi antiga quinta de veraneio dos bispos de Viseu, com origens no século XII. Em 1399, por ordem do bispo D. João Homem, foi construído o paço, mas será a partir de 1527 que o Fontelo adquiriu a notoriedade graças ao bispo D. Miguel da Silva (1486-1556), que introduziu muitos melhoramentos no paço e na quinta. 

O Fontelo foi tendo períodos áureos e outros de abandono até que, em 1926, a mata e jardins foram cedidos à Câmara Municipal de Viseu, que aqui construiu um estádio desportivo e fez extensas obras. Hoje são visitáveis o parque, que corresponde à antiga mata da quinta, os jardins e o paço onde se encontra instalado o Solar do Vinho do Dão. 

10. Quinta da Cruz

Situa-se na periferia de Viseu, é hoje um centro de arte, cultura e lazer localizado no vale do rio Pavia, um dos principais afluentes do rio Dão que atravessa Viseu. Na posse da Câmara Municipal de Viseu desde a década de 1990, tem vindo a ser qualificada e adaptada a parque público. 

A casa, construída ainda no século XIX, e as dependências na sua envolvente que já tiveram utilização agrícola estão hoje adaptadas ao acolhimento dos visitantes que podem, através dos caminhos da quinta, percorrer diferentes recantos até às margens do Pavia. Encontrará pequenos jardins, tanques, uma azenha, esculturas contemporâneas, uma mata com árvores notáveis, hortas pedagógicas. Um ambiente que se mantém beirão e que surpreende!

11. Cava de Viriato

Na periferia da cidade de Viseu, é sem dúvida um dos mais enigmáticos monumentos de Viseu. Trata-se de um grande entrincheiramento de muros de terra, com a forma de um octógono, com o perímetro de mais de 2 km e área interior com cerca de 40 hectares. Não existem certezas quanto à sua origem, apesar das escavações já realizadas no seu interior. 

O interior é ocupado por pequenas casas com os seus quintais. Os taludes estão plantados com árvores de grande porte e é possível percorrer o seu coroamento beneficiando de diversos pontos de vista, nomeadamente sobre o centro histórico de Viseu. No século XIX, foi usada como passeio público e, recentemente, foi alvo de uma intervenção. Um passeio na Cava de Viriato será um momento único e inesquecível!

12. Parque Aquilino Ribeiro/Parque da Cidade

Encontra-se em pleno centro de Viseu, na antiga cerca do Convento de Santo António de Mançorim, com origens na Idade Média. Com linhas modernistas, apresenta uma zona arborizada e grandes clareiras, tendo como peça central um lago, imediatamente atrás da igreja setecentista da Ordem Terceira de S. Francisco que liga diretamente ao Rossio.

A Ordem Terceira de São Francisco apenas tomou posse do lugar em 1635 e, em 1838, a cerca foi cedida ao Município de Viseu. Foi servindo para diversos fins até que, em 1955, o parque abriu ao público segundo projeto do arquiteto paisagista António Viana Barreto. Entretanto, foi requalificado já neste século tornando-se um espaço muito frequentado. Se o visitar em finais de maio, ficará encantado com o perfume da flor da tília!

13. Quinta de Chão de São Francisco

Em São João de Lourosa, a 5 km de Viseu, encontra-se esta charmosa quinta beirã. Foi propriedade da família Queirós Pinto de Ataíde e Melo até 1994. Os novos proprietários desenvolveram aqui o projeto familiar Chão de São Francisco com o objetivo de produzir e comercializar vinhos de qualidade reconhecida. 

O solar setecentista tem sido alvo de diversas transformações e localiza-se à face da estrada, com a capela de Nossa Senhora dos Escravos em frente. Atrás desenvolve-se um jardim organizado segundo um eixo em diversas quadras de buxo. Aqui encontramos amorosamente preservados tanques, carreiras, alegretes, fontes, bosquetes… bem ao gosto e arte beirões. 

14. Antigo Passeio Público de Viseu/Antigo Passeio D. Fernando/Rossio de Viseu/Jardim Tomás Ribeiro

O Rossio de Viseu fica junto ao edifício da Câmara Municipal de Viseu, sob as frondosas copas de plátanos e tílias. É o verdadeiro centro cívico da cidade, construído extramuros da cidade medieval, no antigo Rossio de Massorim, junto ao desaparecido Convento de Santo António de Massorim. Foi inaugurado 1845, como passeio público e chamando-se Rossio do Rei D. Fernando. Em 1876, os novos Paços do Concelho foram aqui construídos, tornando o passeio mais pequeno.

Vizinho do Parque Aquilino Ribeiro, a que se acede pela escadaria da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, existe um curioso monumento, a chamada Glorieta a Tomás Ribeiro, aqui colocada em 1931, ladeada por prateleiras para colocar livros para os visitantes em memória do político e poeta Tomás Ribeiro e também um mural azulejado do pintor portuense Joaquim Lopes alusivo ao mundo rural beirão. 

15. Claustro da Sé de Viseu

O conjunto é composto pela catedral, ladeada pelo claustro, do lado direito, e Varanda dos Cónegos, e, do lado esquerdo, pelo antigo Paço Episcopal, atual Museu Grão Vasco. Todo o conjunto encontra-se extremamente bem preservado não tendo sido muito modificado pelos restauros revivalistas muito em voga nos séculos XIX e XX.

A catedral, edificada no final do século IX, foi reconstruída em finais do século XIII a mando do bispo D. Egas, seguindo-se diversas obras ao longo dos séculos, sendo o primitivo claustro começado, em 1331, por João de Lamego. 

O claustro apresenta planta quadrada, com dois pisos, sendo o primeiro renascentista, baseado na tratadística italiana, com grandes semelhanças com o pátio do Palácio da Chancelaria e do claustro de S. Salvatore in Lauro, ambos em Roma.

O primeiro piso é percorrido por colunas jónicas sobre murete, ao centro pavimento lajeado de granito, bastante mexido nos anos 60 do século XX, durante os restauros da Direção-Geral do Edifícios e Monumentos Nacionais. Para as galerias do primeiro piso abrem várias capelas funerárias, uma delas, transformada em batistério, com portal românico, alterado no período gótico. No lado sul, encontram-se grandes painéis de azulejos barrocos joaninos executados pelo mestre coimbrão Agostinho de Paiva.

No piso superior, já construído entre 1720 e 1741, uma colunata dórica unida por balaustrada percorre as fachadas. O interior desta galeria superior é coberto por tetos em masseira de caixotões.

O claustro da Sé de Viseu é uma das joias da arquitetura, o primeiro claustro renascentista construído em Portugal, antes do famoso Claustro D. João III, do Convento de Cristo, em Tomar.

16. Casa das Fidalgas

A casa foi mandada construir, no século XVII, por Domingos de Sampaio do Amaral, por ocasião do casamento de sua filha D. Joana de Sampaio com João de Almeida Castelo Branco, que viriam a ser os detentores da capitania-mor do concelho de Senhorim e os instituidores do morgado de Santar. Foi passando de geração em geração até que, em 1975, Pedro Brum da Silveira Pinto a doou ao representante da casa real portuguesa, D. Duarte Pio, e a seu irmão, D. Miguel de Bragança.

Hoje encontra-se em adaptação a hotel no âmbito do projeto Santar Vila-Jardim mantendo-se os jardins, hortas e pomares cheios de encanto. Ligam-se entre si por diversas carreiras de buxo, rodeados pela vinha nova plantada e projetada por Fernando Caruncho e Pedro Vasconcelos e Sousa. Desloque-se ao ponto mais alto, ao quiosque panorâmico de onde avistará a nova vinha, a casa das Fidalgas, a vila de Santar e, ao fundo, uma imensa planura beirã, aos pés da serra da Estrela. 

17. Casa dos Condes de Santar e Magalhães

Esta casa remonta ao século XVI e possui jardins notáveis. A casa possui várias fases distintas de construção, a mais antiga iniciada por João Gonçalves do Amaral, morgado de Touriz, seguindo-se outras fases ao longo dos séculos XVII e XVIII. Os seus proprietários têm sido os impulsionadores do projeto Santar Vila Jardim, sob orientação do paisagista Fernando Caruncho, que congrega diferentes jardins vizinhos em Santar, entretanto interligados, proporcionando um percurso único e cheio de encanto e surpresa. A quinta é rodeada de vinha a perder de vista e tem como pano de fundo a serra da Estrela.

O jardim, a sul da casa e todo murado, dito de influência italiana, data do final do século XVII, início do século XVIII, com ampliações e remodelações nos séculos XIX e XX. Organiza-se em cinco patamares com canteiros de buxo, os primeiros quatro atravessados por um eixo central, pontuados por grandes topiárias em pirâmide e estatuária. O quinto patamar tem um grande lago ao centro rodeado por bosquete de frondosas árvores. Lateralmente, surge um terreiro, separando a zona das adegas, com a chamada Fonte dos Cavalos, datada de 1790, mandada construir por Francisco Lucas de Melo, com um mural de azulejos de José Maria Pereira Cão (princípio do século XX), com quatro painéis representando cavaleiros com os costados da família de Santar, mandado fazer por Pedro Paulo de Melo de Figueiredo Pais do Amaral, 2.º conde de Santar, que contribuiu significativamente para a remodelação do jardim. O jardim encontra-se bem cuidado e oferece um percurso de visita de qualidade.

18. Casa da Magnólia

Vizinha da Casa dos Condes de Santar e Magalhães, é propriedade da família Pinto Amaral Homem. Maria Adelaide Portugal, a sua penúltima proprietária, assim a designou devido à magnólia centenária existente no jardim. A origem desta casa remota ao século XVII. 

Trata-se de um pequeno jardim, onde além da magnólia, marcam presença as camélias, os buxos e os tanques. Integrada no projeto Santar Vila-Jardim, está ligada ao jardim da Casa dos Condes de Santar e Magalhães mediante uma escada recentemente construída que vence o desnível entre os jardins, passando por cima do muro de divisão das duas propriedades. Aqui, a vinha está plantada em canteiros de buxo!

19. Casa de Ibérico Nogueira/Casa de Linhares de Cima

Pequena quinta integrada no projeto Santar Vila Jardim com casa de raiz oitocentista que se encontra rodeada de hortas, recentemente introduzidas. O percurso inicia-se através de quadras de buxo no Jardim dos Linhares, pertencente e fronteiro à Casa dos Condes de Santar e Magalhães e, para unir os Linhares com o jardim Ibérico Nogueira, foi contruída uma pérgula de glicínias.

A casa pertence à família dos proprietários desde 1900. Atrás da casa, a partir do pátio, tem-se uma imensa vista quer sobre as novas hortas quer sobre a Casa dos Condes de Santar e Magalhães, com a serra da Estrela ao fundo.

20. Quinta de Vilar Seco/Solar Ponces de Carvalho 

Este solar encontra-se à face da rua, no centro da aldeia de Vilar Seco, em Nelas. Trata-se de uma construção do século XVIII que pertenceu à família Ponces de Carvalho. Dispõe de um amplo terreiro fechado que abre para os jardins, hortas e pomares inscritos em canteiros de buxo. Na parte posterior da casa, existe um amplo terreiro agrícola com impressivas construções agrícolas testemunho da intensa atividade agrícola que a quinta já teve.

Com um ambiente muito próprio, construções de granito, campos, sombra de frondosas árvores, tanques, regadeiras, mirantes, carreiras de buxo, camélias, aveleiras, velhas oliveiras, vinhas novas, a quinta é atravessada por um ribeiro que conduz ao pombal e outras dependências agrícolas. Sinta-se num ambiente da Beira!

21. Casa da Azurara

Situa-se na rua Nova, em pleno centro de Mangualde, e foi uma extensa quinta que a expansão urbana de Mangualde reduziu a uma pequena área. A casa foi construída no século XVIII e pertenceu a Bento José do Amaral, corregedor da comarca de Viseu e cavaleiro professo da Ordem de Cristo, cujos herdeiros, no século XIX, a venderam a Fernando de Almeida Cardoso de Albuquerque, 2.º conde de Mangualde, que se casou com D. Teresa de Souza Botelho e Mello, da Casa de Mateus.

A casa fica à face da rua, e o pequeno jardim construído no século passado encontra-se atrás, com acesso exterior para a rua através de um portão, sobre os terrenos virados a poente que foram as hortas e os pomares da casa, em ligação com o antigo jardim da casa com antigas camélias, canteiros de buxo e tanques. Espaço intimista e amorosamente cuidado, pleno de memórias!

22. Casa de Almeidinha

Dentro de altos muros, à face da rua, encontra-se na aldeia do mesmo nome. O morgadio do Espírito Santo de Almeidinha foi instituído por Gaspar Pais do Amaral (n. c. 1540), 1.º senhor do Morgado do Espírito Santo de Almeidinha. O seu neto, Manuel Osório do Amaral (n. c.1634), remodelou a casa, sendo desta altura os recintos ajardinados que a rodeiam. Na segunda metade do século XIX, o 1.º visconde de Almeidinha, João Carlos do Amaral Osório de Sousa Pizarro, fez significativas alterações. A atual proprietária adaptou a casa para eventos e fins turísticos.

Acede-se por amplo terreiro, com a casa e a capela à esquerda. Contornando-a, encontra-se uma sucessão de pátios, edifícios e jardins. Um portão dá acesso a uma alameda, com os antigos campos à esquerda e a mata à direita. A alameda culmina num recinto para o jogo da bola com encantadora fonte barroca, alegretes e bancos. Camélias, carreiras de buxo, tanques, regadeiras, hortas e pomares e ainda uma extensa mata com diversas espécies proporcionam um passeio de quinta pleno de ambiente beirão!

23. Santuário de Santa Maria do Castelo/Santuário de Nossa Senhora do Castelo

Numa encosta virada à cidade de Mangualde, encontra-se o santuário envolto num parque. Com a igreja no alto e um escadório com quatro capelas dedicadas a Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Encarnação, Nossa Senhora da Visitação e a Nossa Senhora da Assunção, oferece panorâmicas que se estendem à serra da Estrela.

Além do seu interesse paisagístico, o santuário conserva importante património desde a Idade do Ferro. Foi construído no local do castelo de Azurara, um antigo castro pré-romano, do qual ainda são visíveis panos de muralha quando se percorre o escadório. A atual igreja assenta num adro com um sobreiro monumental e resulta de uma antiga ermida, remodelada e inaugurada em 1837. O escadório teve a sua construção iniciada em 1750 e é da autoria de mestre Rafael Domingos Barreira. Lugar antigo e impressivo que se enche, a 8 de setembro, para as Festas de Nossa Senhora do Castelo.

24. Palácio Anadia/Casa dos Condes de Anadia/Solar dos Pais do Amaral

Este palácio encontra-se dentro de uma das mais notáveis quintas de recreio portuguesas. Com mais de 30 hectares, em pleno centro da cidade de Mangualde, mantém a estrutura original. As dimensões são surpreendentes, a começar pelo imponente palácio. O jardim encontra-se disperso e afastado da casa, comum na região do Dão, onde os jardins muitas vezes se localizam junto de fontes e nascentes, ligando-se à casa por alamedas arborizadas e carreiras de buxo.

A origem da quinta remete-nos para 1686, altura em que Simão Paes do Amaral (c.1660-1749), capitão-mor de Azurara da Beira e 7.º senhor da Casa de Mangualde, comprou vários terrenos. O palácio e o jardim foram construídos durante os dois primeiros quartéis do século XVIII. A mata ajardinada data de finais do século XVIII. No início do século XIX, o jardim sofre grandes remodelações, sendo durante todo o 1.º quartel que se constrói grande parte do que hoje existe, por iniciativa de Miguel Pais de Menezes, um dos 18 filhos de Miguel Pais do Amaral, da Casa de Mangualde e de D.ª Joaquina Teodora Sá de Meneses, das Casas de Anadia e Condeixa. É por esta altura que o palácio começa a ser conhecido como Casa de Anadia.

Pátios, carreiras, tanques, regadeiras, hortas e pomares, canteiros de flores, camélias e aveleiras, buxos e loureiros, freixos e carvalhos monumentais, envoltos em vinhas e olivais protegidos pela mata e a ver a serra da Estrela. 

25. Casa da Ínsua

No centro de Penalva do Castelo, encontra-se uma das mais bonitas quintas de recreio de Portugal. Foi uma referência na região, não só pela sua história e valioso património, mas pelo dinamismo da exploração agrícola. Hoje é um Hotel-Parador do Grupo Montebelo Hotels & Resorts.

A casa foi construída, no século XVII, por João Albuquerque e Castro (1680-1750) e reconstruída em 1770/1780 por Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. Manuel de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres (n. 1853) fez vastos investimentos na casa e na quinta, tendo contratado o arquiteto italiano Nicola Bigaglia (1841-1908). A fachada sul da casa é voltada para um grande jardim formal, construído em dois patamares com canteiros de buxo, fontes, tanques, carreiras, árvores camélias, magnólias, rododendros e a rara coleção de flores anuais que se vão sucedendo ao longo das estações do ano. Por uma escada acede-se ao chamado Jardim Inglês, um bosquete com pequeno lago e cascata artificial constituído por exemplares notáveis de teixos, cedros, abetos, sequoias e tulipeiros. Ao longo de carreiras com buxos ladeados por campos, vinhas e pomares, acede-se à mata em que as ruas têm o nome das senhoras da casa: Camila, Laura, Luísa, Maria, Emília. São muito os recantos da mata: as Quatro Virtudes, o lago com a ilha, a casa do gelo ou o painel em terracota policromada, de 1909, representando a aparição a Santo António da Virgem e do Menino. 

Hoje, tratando-se de uma unidade hoteleira, dispõe de diversos equipamentos novos, continua a desenvolver uma atividade agrícola diversificada e parte das instalações agrícolas deu lugar a um museu e uma loja. 

26. Quinta do Loureiro

Situa-se na freguesia de Silgueiros. A referência mais remota data de 1186, quando Daganel e D.ª Sancha Gonçalves, senhores da Honra e Quintã do Loureiro, instituíram o padroado de Santa Maria de Silgueiros, dotando-o com terras e vinhas, cuja administração ficaria para sempre nos seus descendentes. Aqui conviveram dois morgadios com grandes rivalidades – o dos Loureiros e o dos Cardosos –, tendo o solar sido dividido com grossas pedras de granito. A reunificação da quinta ocorreu em 1782, com o casamento do 11.º morgado do Loureiro com a 10.ª morgada dos Cardosos. Em 1863, a quinta foi vendida a Joaquim Santos Lima, que fez grandes obras de recuperação.

Entra-se na quinta por um portal que acede a um terreiro que serve a casa e as instalações agrícolas como a adega, os lagares, os celeiros, a abegoaria e casa de caseiros e ainda a capela manuelina de Santa Luzia. O jardim desenvolve-se atrás da casa, com a sua torre e fachada com passadiço viradas à serra do Caramulo, e com um arruamento que atravessa a quinta ao longo de várias fontes. Numa cota inferior, existem jardins, hortas e pomares murados organizados em patamares e tendo duas fontes com nascentes de água. É de destacar um pequeno jardim com alegretes, bancos, canteiros, tanques em pedra e canteiros de buxo com plantas anuais, camélias e a carreira de buxos de grandes dimensões. A área agrícola desenvolve-se em torno da casa, estando hoje na sua grande maioria ocupada por vinha. 

27. JARDIM DA REPÚBLICA, LAMEGO

Fronteiro à Camara Municipal de Lamego, foi construído no antigo Campo do Tablado e ainda hoje é conhecido como o jardim do Campo,  era um vasto espaço público que ficava fronteiro ao Convento das Chagas, fundado no século XVI, por D. António Teles de Menezes, bispo de Lamego. Do convento apenas resta a igreja e na sua cerca foi construído o Liceu Latino Coelho. A norte do jardim fica o parque Isidoro Guedes.

Em 1830, no campo foi construída uma fonte chamada “O Lamego” que, com a construção do jardim foi desmontada em 1923 e reerguida, no atual local, numa cota inferior ao terraço do jardim e a este ligado por uma escada. O jardim é suportado por muros em granito aparelhado e tem ao centro uma alameda, alinhada com o pórtico renascentista das Chagas paralela ao edifico da Câmara, ladeada por duas taças enterradas com estátuas ao centro envolvidas em canteiros de buxo. São elementos de distinção deste jardim as velhas olaias, o coreto, as pérgulas, a estátua do poeta lamecense Fausto Guedes Teixeira (1871-1940), os azulejos com cenas durienses da autoria de Jorge Rey Colaço e o calendário em topiária.

28. Quinta de Santa Júlia do Loureiro

Localiza-se numa posição sobranceiros à cidade da Régua e ao rio Douro. A primeira referência que existe desta quinta data de 1682, como quinta de São Gião, tendo estado na posse da família Mesquita e Vasconcelos. Os 1º e 2º viscondes de Gouveia foram proprietários da quinta, ao longo do século XIX, em que fizeram variadas obras na quinta incluindo a construção dos jardins e a plantação da mata na década de 1860.

A quinta é rodeada por muros pontuados por ciprestes.  Acede-se pela mata de espécies autóctone e exóticas a que se seguem as vinhas, após o que se chega à casa sendo-se recebido num amplo pátio com uma notável araucária centenária e duas tílias. Jardins e hortas encontram-se a nascente e a sul da casa, como varandas com amplas vistas para a paisagem do Alto Douro Vinhateiro, suportados por muros de xisto, fechados por grades, com canteiros de buxo onde pontuam árvores e arbustos.

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