Ornamentais

Maravilhas da botânica

 

A celebração da diversidade no Dia do Fascínio das Plantas

 

No mês do Dia Internacional do Fascínio das Plantas, convidamo-lo a explorar e celebrara beleza e a importância das plantas no nosso mundo. Cada espécie oferece uma história única e fascinante, revelando a incrível diversidade e complexidade da vida vegetal existente no nosso planeta.

 

O Dia Internacional do Fascínio das Plantas, estabelecido pela European Plant Science Organization (EPSO) em 2012 e celebrado anualmente a 18 de maio, é uma iniciativa global destinada a aumentar a consciência e gosto pelas plantas. Este evento pretende destacar a importância das plantas para a vida na Terra, promovendo a sua conservação e uso sustentável.

As plantas desempenham papéis cruciais na produção de oxigénio, na purificação do ar, na manutenção da biodiversidade, na produção de alimentos, na medicina e em diversos outros aspetos da vida humana. No Dia do Fascínio das Plantas, as instituições ligadas à investigação, como é o caso dos jardins botânicos, organizam diversas atividades incluindo exposições, palestras, workshops e campanhas de conscientização sobre a importância da conservação das plantas e da biodiversidade. No entanto, quando se aborda o tema da perda de biodiversidade, é comum pensar-se de imediato nos animais. Exatamente por este motivo, em 1998, dois americanos apresentaram o conceito de plant blindness, em português, a imperceção ou cegueira botânica, que alerta para o fato de não nos apercebermos das plantas com que convivemos e nos cruzamos diariamente, o que leva consequentemente a uma ausência de mobilização para a sua conservação. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), 40 por cento das plantas do mundo (conhecidas) encontram-se ameaçadas, ultrapassando a percentagem do grupo dos animais. Desta forma, esta celebração acaba por ter um papel relevante neste combate à plant blindness.

Este artigo é um convite para celebrar a beleza das plantas, a sua importância para o equilíbrio ecológico e a sobrevivência de todas as formas de vida. Cada espécie conta uma história singular e encantadora, revelando a incrível diversidade e complexidade da vida vegetal existente no planeta. Destacamos quatro espécies fascinantes, verdadeiras maravilhas botânicas, para juntos festejarmos o maravilhoso mundo das plantas.

 

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Michael Perry

 

AMORPHOPHALLUS TITANUM

 

AMORPHOPHALLUS TITANUM (BECC.) BECC.

JARRO-TITÃ, FLOR-CADÁVER

Família: Araceae

É uma herbácea gigante originária das florestas tropicais de Sumatra. É conhecida pela sua inflorescência de cheiro desagradável, que pode atingir alturas impressionantes de até 3 metros, uma das maiores do mundo. A Amorphophallus titanum é famosa pela sua floração espetacular e pelo odor repulsivo que emite. O odor exalado, semelhante ao de carne podre, é um mecanismo da planta para atrair insetos polinizadores. Pode viver cerca de 40 anos, mas apenas floresce duas ou três vezes nesse período. O seu tamanho impressionante aliado ao raro processo de floração tornam-na uma das mais fascinantes do reino vegetal.

 

WELWITSCHIA MIRABILIS

 

WELWITSCHIA MIRABILISHOOK.F.

WELWITSCHIA

Família: Welwitschiaceae

É uma planta única, endémica das regiões desérticas da Namíbia e Angola. Caracteriza-se por ter apenas duas folhas opostas, de textura coriácea, que crescem continuamente ao longo de sua vida, podendo viver por séculos. Como tempo, devido à ação dos ventos, as folhas vão-se rasgando, aparentando possuir várias folhas. A Welwitschia mirabilis é um exemplo extraordinário de adaptação às condições áridas e extremas do deserto. A sua longevidade e aparência única tornam-na uma das plantas mais intrigantes e fascinantes da flora mundial. Esta espécie está assinalada como em vias de extinção, encontrando-se protegida pela Convenção Internacional para a Proteção da Fauna e Flora desde 1933.

 

RAFFLESIA ARNOLDIi

 

RAFFLESIA ARNOLDII R.BR.

RAFLÉSIA, MAIOR-FLOR-DO-MUNDO

Família: Rafflesiaceae

É uma planta parasita, endémica das florestas tropicais do Sudeste Asiático, sobretudo na Indonésia. É conhecida por produzir a maior flor do mundo em termos de diâmetro (maior que a da flor-cadáver). A sua flor tem uma aparência incomum, com pétalas vermelhas emanchas brancas, e exala um forte odor de carne podre para atrair insetos polinizadores. A Rafflesia arnoldii é fascinante para estudiosos da botânica e entusiastas da Natureza por vários motivos. Em primeiro, porque não faz a fotossíntese, vai-se alimentado das raízes de outras plantas, permanecendo indetetável até à sua floração. Em segundo, devido à dimensão da sua flor, uma maravilha da Natureza, surpreendendo os observadores com seu tamanho e aparência incomum. E também devido ao odor repulsivo que exala para atrair insetos polinizadores (sobretudo moscas), também ele único e intrigante. Assim esta planta é um excelente exemplo da incrível diversidade e adaptações únicas encontradas no reino vegetal, tornando-a uma espécie verdadeiramente fascinante.

 

VICTORIA BOLIVIANA

 

VICTORIA BOLIVIANA MAGDALENA & L.T.SM.

VITÓRIA-DE-ÁGUA

Família: Nymphaeaceae

É uma planta aquática, nativa da Bolívia, pode ser encontrada em lagoas e rios com pouca corrente. Conhecida pelas suas grandes folhas flutuantes, que podem atingir vários metros de diâmetro, e são detentoras de uma estrutura única que lhes permite suportar o peso de pequenos animais, incluindo insetos e até mesmo aves. A maior do mundo segundo o Guiness World Records encontra-se no Real Jardim Botânico de Kew, em Londres, e ultrapassa os 3 metros. Assuas flores brancas ou rosadas abrem durante a noite de forma a atrair os polinizadores. A Victoria boliviana é fascinante pela sua adaptação ao ambiente aquático e devido à admirável dimensão das suas folhas. Também a floração noturna e a polinização por insetos noturnos acrescentam uma boa dose de mistério e intriga à sua biologia.

 

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Sabia que…

Para celebrar o Dia Internacional do Fascínio das Plantas, o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa publicou mais uma das suas fichas botânicas, desta vez do Hibiscus mutabilis, também conhecido como rosa-louca. Rosa-louca porque assuas flores nascem brancas e a sua cor vai adquirindo uma tonalidade rosa. Esta é uma das muitas fascinantes espécies existentes na coleção do Parque Botânico da Tapada da Ajuda (PBTA). Para conhecer melhor esta coleção, convidamo-lo a visitar a Tapada da Ajuda ou a página dedicada à coleção botânica do PBTA, no site do ISA.

 

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