Entrevistas

Michael Perry

Conheça a história surpreendente do Mr. Plant Geek

Tive a sorte de conhecer o Michael em setembro, quando fui buscá-lo ao aeroporto para o levar para a Lusoflora, em Santarém. Já o seguia há algum tempo e tinha muita curiosidade de o conhecer melhor e perceber como é que tinha começado esta sua aventura no mundo das plantas e o alter-ego Mr. Plant Geek.

 

Jardineiro amador deste os 6 anos, horticultor de formação, comunicador extraordinário, plant influencer, lançou recentemente o seu livro Hortus Curious.

Como começou esta paixão pelas plantas?

Na realidade começou aos 6 anos, era eu bem pequeno e jardinava em casa dos meus avós. Adorava, plantar, semear, mexer na terra. O gosto foi crescendo e a técnica, embora autodidata, também e, aos 13-14 anos já multiplicava algumas plantas e já as vendia na rua e no mercado do bairro. Até já pagava, com o dinheiro que recebia das minhas vendas, pequenos anúncios às minhas plantas nos jornais da terra onde vivia.

Era um empreendedor! Que plantas produzia e vendia?

Essencialmente, plantas aromáticas para as pessoas utilizarem nos seus cozinhados de todos os dias, salsa, cebolinho, manjericão, etc. Eram as mais fáceis de multiplicar rapidamente e com as condições que eu tinha.

Isto passava-se onde?

Perto de Cambridge, onde ainda vivo uma parte do tempo, mas por uma questão de trabalho; agora também tenho uma casa em Londres, onde não tenho jardim, mas cultivo em vasos. Divido-me entre as duas casas e os dois tipos de jardinagem.

Como tomou a decisão de estudar Horticultura?

Depois de ter descoberto a paixão pela jardinagem e pelo cultivo, que naquela altura não era nada comum entre as pessoas da minha idade. E não era visto como uma coisa nada cool; mantinha esta minha paixão mais ou menos secreta, mas decidi que iria estudar Horticultura, o que fiz durante três anos adquirindo o National Diploma in Horticulture (diploma nacional de horticultura).

Qual foi o primeiro emprego?

Em 1998, depois de terminar a minha formação em Horticultura, a Thompson & Morgan, a maior empresa inglesa de venda online de plantas, sementes, bolbos, artigos de jardinagem, etc., lançou um concurso de design de jardins. Eu concorri, ganhei o concurso e pedi para ficar como estagiário.

Aceitaram-me e fiquei lá a trabalhar durante 18 anos, tendo trabalhado em investigação de novas variedades, novas plantas. Comecei também a fazer a comunicação dos novos produtos nas redes sociais, os vídeos, levava as novidades à TV, etc.

Quando é que nasceu o Mr. Plant Geek?

Foi há seis anos, quando comecei perceber que descobrir plantas diferentes, novos produtores e comunicar essas novidades podia fazer a diferença e podia ser uma profissão. Comecei a conhecer muita gente, muitos produtores, muitas marcas. Passei a saber como é que a indústria funciona e resolvi criar a minha própria marca, para ajudar na comunicação de produtos relacionados com a horticultura, pois é um meio que domino, não só no Reino Unido como Internacionalmente.

Neste momento está a fazer projetos para onde?

Tenho muito trabalho para vários países, e sou convidado para falar em muitas conferências, hoje Portugal, para a semana vou para a Holanda, para a Floriade, em junho, estive na Spoga, na Alemanha!

Também ajudou ter ganho dois prémios, o Garden Comm Media Awards Gold Award em 2019, e o Garden Media Guild Social Media Influencer of the Year 2020.

Neste momento, trabalho muito no Reino Unido no Shopping Channel, no Japão e na China, tenho vários projetos com o QVC, content creating com o lançamento de muitos produtos para uma grande audiência que eles têm.

Uma das coisas de que mais gosto de fazer é visitar produtores, feiras e eventos, aprender, perceber quais são as tendências e dá-los a conhecer à minha audiência.

Está em todas as plataformas?

Sim, considero que é importante estar em todas, mas tento que isso não me cause grande stresse! O Instagram tem um público específico, mais jovem, o FB tem o público mais tradicional, o meu site é onde coloco todo o meu conteúdo, o Youtube é onde tenho os vídeos maiores e mais elaborados, mas com menos frequência. À televisão vou muitas vezes e é uma plataforma com muito valor e é muito importante, pois faz a grande diferença; nas redes sociais está quem quer, na TV está quem é convidado.

Sei que também tem um podcast?

Sim, um dos meus projetos recentes. Conversas sempre à volta do tema plantas, que se comem, que se bebem, que se vestem, plantas tintureiras, medicinais, aromáticas, para condimento, ornamentais, etc. Tento convidar sempre pessoas que tenham uma nova forma de abordagem em relação ao tema, mas sempre relacionado com o mundo das plantas.

O seu mais recente projeto é o livro Hortus Curious. O que podemos encontrar neste livro?

Adoro descobrir plantas estranhas, diferentes, bizarras, feias, curiosas, tristes. Este livro é à volta dessas plantas, conto pequenas histórias, curiosidades sobre elas, é um livro para quem gosta de plantas e de botânica, mas também para quem não gosta especialmente. Um livro para todos, composto por fotografias, ilustrações e muitas coisas divertidas que vão prender a atenção de todos.

Com tantos projetos, tantas viagens e o tempo divido entre duas casas, ainda tem tempo para jardinar? Tem algumas plantas favoritas?

Sim, agora tenho tentado jardinar mais em Londres, no meu jardim em vasos, e ando muito focado num jardim para atrair insetos polinizadores e aumentar a biodiversidade, pois com as plantas certas isso é possível mesmo em vaso e na cidade.

As minhas plantas favoritas são as íris, sou fascinado por elas, a minha primeira tatuagem foi uma íris.

 

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