Tendo como nome latim Phaseolus vulgaris, o feijão comum é sem dúvida um maravilhoso legume que, pelas suas inúmeras qualidades e características, se tornou uma importante fonte de proteínas para muita gente por esse mundo fora. Por essa mesma razão, é também muito usado na alimentação vegetariana e macrobiótica.
Originário da América Central e do Sul, onde é consumido diariamente, foi trazido pelos espanhóis para a Europa no século XVI. No início, foi usado como planta ornamental e apesar de hoje em dia ser um legume largamente consumido na nossa alimentação, continua a ser uma referência de beleza nas nossas hortas, sobretudo as variedades de trepar.
Existem dois tipos: os de trepar e os rasteiros – estes, apesar de não serem tão vistosos, são mais produtivos, duram mais tempo e ocupam menos espaço. Eu planto sempre os dois tipos, pois, além de gostar de ver diversidade na minha horta, aproveito as vantagens e as características de cada um. Dentro destes dois tipos, ainda existe uma enormidade de cores, tamanhos, feitios e sabores.
Tenho uma especial apetência pelo feijão-frade, pela feijoca e pelo feijão azuki. O feijão é consumido em sopas, pratos principais, em saladas, em verde, seco, triturado, em doces e em tudo o que quiser inventar! Além de tudo isto, ainda é facilmente conservado em seco ou congelado.
Uma experiência pedagógica feita em todo mundo é a germinação de um feijão em algodão molhado dentro de um pote de vidro, pois é uma maneira fácil de ensinar as crianças a observar todas as fases de crescimento de uma semente até se transformar numa planta, além de ser muito simples de fazer.
Cuidados de cultivo
A sementeira deve ser feita no final da primavera e, se viver num clima mais frio, deve esperar até passar o perigo de geadas. Isto porque as sementes precisam de temperaturas relativamente altas para germinar e os jovens brotos não toleram o frio que se possa fazer sentir durante a noite. Pode acelerar este processo fazendo sementeiras em locais abrigados e de preferência em vasos biodegradáveis para não danificar as raízes durante o processo de transplante.
As indicações para variedades rasteiras e de trepar são idênticas, à exceção da distância de sementeira e de linhas, que devem ser mais espaçadas no caso das variedades de trepar.
Os feijões gostam de locais soalheiros, de solos ricos em húmus e bem drenados. Deve fertilizar no outono anterior. A profundidade de sementeira deve ser de 4 cm e a distância deve ser de 10 cm para as variedades rasteiras e de 15 a 25 cm para as de trepar; as linhas devem ter espaçamentos de 30 cm para as rasteiras e de 90 cm para as espécies de trepar.
Manutenção e rega
Quando as plantas são jovens, convém fazer algumas mondas e deve colocar apoios para as variedades de trepar. Como todas as culturas de verão, a rega deve ser feita junto ao pé da planta e não sobre a sua parte aérea para não correr o risco de destruir as suas pequenas flores, comprometendo assim a frutificação, e também porque este tipo de rega pode favorecer o aparecimento de fungos e pragas tais como o pulgão preto. Os caracóis e as lesmas também podem atacar os rebentos jovens (se tiver problemas, com eles deve utilizar armadilhas de cerveja).
Colheita
Geralmente, a colheita pode ser feita desde o verão até ao surgimento dos primeiros dias frios. Pode colher em verde para consumo imediato ou deixar secar as vagens para poder conservar.
Deve ter cuidado para não puxar as vagens quando colher, pois pode partir as plantas ou até arrancá-las da terra. Existem variedades de colheita mais temporã e outras com um período de colheita mais escalonado e abundante – deve ter em conta as características específicas de cada variedade quando adquirir as suas sementes.
Sabia que?
O feijão, tal como todas as suas primas da família das leguminosas, tem a particularidade de absorver o nitrogénio do ar e depositá-lo na terra. Devido a esta capacidade, são muitas vezes usadas simplesmente por melhorarem a qualidade nutricional dos solos. A esta prática chamamos adubação verde.
A brincadeira que costumamos fazer por causa da associação do feijão com os gases é devido à existência de alguns açúcares conhecidos como oligossacáridos, que dificultam a digestão, pois em contato com as bactérias do intestino, geram muitos gases pelo processo de fermentação. O melhor método para evitar isso é deixar o feijão de molho de um dia para o outro e jogar a água fora algumas vezes antes de cozinhá-lo.
Apesar de causar a perda de algumas vitaminas solúveis em água, isto diminui a formação de gases.
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