Para que as suas orquídeas estejam sempre bonitas e saudáveis, saiba como e quando fertilizar.
Na Natureza, as orquídeas, sejam elas terrestres, epífitas ou litófitas, recebem o seu alimento de todos os “detritos” que se alojam e decompõem junto às suas raízes: folhas, cascas de árvores, dejetos de animais, musgos e líquenes e outros materiais que os ventos e as chuvas trazem. Quando colocamos uma orquídea num vaso ou numa montagem, onde não fica sujeita a agentes exteriores que possam ajudar a melhorar o substrato, ela fica totalmente dependente do substrato que escolhemos (ver o artigo do mês passado) e também do alimento que possamos fornecer-lhe em forma de fertilizante.
Normalmente, para as orquídeas, não se utilizam adubos orgânicos, resultantes da decomposição de matéria de origem animal ou vegetal porque acabam por compactar o substrato e reduzir a drenagem, alteram o pH, atraem insetos e facilitam a transmissão de fungos. Usamos então adubos inorgânicos, que podem ser em granulados, em pó ou líquidos, para diluir na água.
Os componentes
As plantas necessitam de cerca de dezena e meia de elementos químicos para se manterem saudáveis, uns em maior e outros em menores quantidades. Os mais importantes são normalmente representados pelos símbolos químicos NPK (azoto, fósforo e potássio) e devem estar apresentados na composição do fertilizante. Estes três elementos, juntamente com o cálcio e o magnésio, são macronutrientes, necessários em maiores quantidades e com funções diferentes, havendo ainda outros elementos, como o boro, zinco, ferro, cobre, etc., os micronutrientes, que são necessários em menores quantidades.
O azoto (N) é importante para o crescimento da planta, saúde das folhas e formação de novos rebentos. O fósforo (P) ajuda a planta a desenvolver novas raízes, a enrijecer os órgãos vegetativos e a produzir flores e frutos. Já o potássio (K) é importante no crescimento do sistema radicular e ajuda a melhorar os efeitos do azoto. Estes são os três elementos mais importantes.
A maioria dos fertilizantes no mercado têm em maior quantidade o P e o K, que são fertilizantes para estimular a floração, mas também se encontram outros, cujo principal componente é o azoto, mais indicados para fortalecer a planta quando esta não está a florir, na sua época de crescimento. Encontram-se também alguns fertilizantes com quantidades iguais dos três químicos e que podem ser utilizados durante todo o ano. Os fertilizantes podem ser absorvidos pelas folhas ou pelas raízes. Para que as folhas absorvam os nutrientes, é importante que haja bastante luz e a temperatura ideal para uma melhor absorção é de 20 graus.
Nas raízes, também há uma melhor absorção se as raízes estiverem já húmidas e assim, quando queremos ter uma fertilização mais eficiente, fazem-se duas regas: a primeira, só com água, em menor quantidade; e, no dia seguinte, já com as raízes molhadas, uma segunda rega agora com água e fertilizante. Assim também se evita a formação de sais que poderiam vir a queimar as raízes.
Quando fertilizar
A fertilização é mais importante para a planta quando esta está em atividade, em crescimento ou em floração. Se a planta está na estação de menor atividade ou se entra em dormência, é desnecessário a aplicação de fertilizante. O mesmo acontece em dias mais frios ou sem sol.
Normalmente a “regra” que se utiliza para as orquídeas em geral é de aplicar o fertilizante em regas alternadas. Uma rega com fertilizante e a seguinte só com água. Há quem prefira, especialmente quem tem muitas plantas, aplicar em todas as regas, mas nesse caso coloca-se somente metade da dose recomendada. O fertilizante em granulado de libertação controlada aplica-se para misturar no novo substrato antes de plantar ou reenvasar, normalmente nas orquídeas de maior porte e de raízes mais grossas. Coloca-se o granulado duas ou três vezes por ano (ver indicações na embalagem). Para as restantes aplica-se um fertilizante em pó ou líquido concentrado, diluído na água de rega (seguir as dosagens recomendadas no rótulo da embalagem).
Nem todas as orquídeas têm as mesmas necessidades de fertilizante. Geralmente as micro-orquídeas e as orquídeas que gostam de menos luz necessitam de menos fertilizações. Devemos também observar o substrato junto às raízes para ver se não existe cristalização do fertilizante, que pode vir a queimar as raízes. Se isso acontecer, devemos reduzir as fertilizações.
Um bom substrato, um bom fertilizante e uma fertilização adequada são a chave para o sucesso no cultivo das orquídeas.
FERTILIZANTES
Existe uma grande variedade de fertilizantes por onde escolher. Em granulado, em pó ou líquidos. É importante
a escolha do mais indicado para as suas orquídeas.
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