Apesar de a primavera se aproximar a passos largos, as temperaturas no exterior são ainda baixas para a maioria das orquídeas de zonas temperadas ou quentes. Quem tem as orquídeas em estufas ou marquises deve medir a temperatura e, se as mínimas se mantiverem abaixo dos 18ºC, será melhor continuar a aquecer os espaços de cultivo. Para quem tem as orquídeas em casa, se as temperaturas ainda estão baixas junto às janelas, afastem-nas um pouco, especialmente durante a noite.
Cymbidium
Em Portugal, nesta altura, continuam a reinar os Cymbidium, as orquídeas preferidas dos portugueses e, logo, as mais cultivadas. Apesar de muitos lhes chamarem as “Orquídeas da Madeira”, este género não é oriundo da Ilha da Madeira. Os Cymbidium são principalmente asiáticos e crescem agarradas aos troncos ou na base das árvores de florestas de zonas temperadas e frias em países tão distantes como a Índia, a China, a Malásia, o Vietname e também na Austrália. No nosso país podem ser deixados no exterior durante todo o ano. Devem ser protegidos das chuvas e das geadas no outono e inverno mas de resto suportam bem as temperaturas baixas. O período de floração coincide com as estações mais frias. Há espécies e híbridos que começam a florir mais cedo, no final de setembro, outras prolongam-se até março. As flores dos Cymbidium têm longa duração, podendo estar abertas durante 3 ou mais meses se conservadas em locais abrigados.
Reenvasar
Quando as flores dos Cymbidium secam, a haste floral deve ser totalmente cortada pois não volta a florir. Na primavera é altura de reenvasar os Cymbidium. Geralmente, mudam-se de vaso e/ou substrato todos os Cymbidium que estejam no vaso há mais de dois anos ou os vasos que estejam demasiado cheios de pseudobolbos. Se optar por dividir a sua planta, para que não demore muito a florir, deve deixar pelo menos três pseudobolbos por divisão. Se tiver menos pseudobolbos, as plantas ficam menos resistentes e só voltam a florir quando se sentirem novamente fortes e estabelecidas.
Dendrobium nobile
Também os Dendrobium nobile começam a entrar em floração. Podendo igualmente ser cultivados no exterior e precisando do frio para estimular a floração, este mês terão já umas pequenas “borbulhas” nos pseudobolbos que irão evoluir para pequenos grupos de 1 a 4 flores. Depois de um período de repouso entre dezembro e janeiro, assim que os dias começam a notar-se maiores, mais luminosos, e quando as temperaturas começam a subir é altura de recomeçar a regar e a adubar com adubo dissolvido na água. Uma rega semanal é suficiente.
Pleione
Outras orquídeas que também acordam do repouso são as Pleiones de primavera. Assim que mostram as pequenas hastes florais em formação na base do bolbo devem ser transplantados para um novo vaso. Utilizam-se vasos pequenos se plantarmos os bolbos individualmente ou pequenas taças se plantarmos em grupos. O substrato deve estar sempre húmido mas não empapado, assim, uma mistura de casca de pinheiro fina com musgo de esfagno cortado em pedacinhos de cerca de 1 cm e perlite é o ideal para plantarmos as nossas Pleiones. Misturam-se os três produtos húmidos para ficar uma mistura homogénea e colocam-se cuidadosamente os bolbos meio enterrados no substrato. Dentro de poucas semanas estarão em flor.
Ciclo da Pleione
O ciclo de vida de uma Pleione é um pouco diferente da maioria das orquídeas. Após o período de repouso no inverno, segue-se a floração e só depois aparecem as folhas e de seguida novos bolbos. No final do verão, as folhas secam e caem entrando novamente em repouso. A Pleione mais conhecida e mais fácil de florir é a Pleione formosana cujas flores aparecem na primavera. No entanto, nem todas as Pleione florescem na primavera. Há um pequeno número de espécies, como por exemplo a Pleione maculata ou a Pleione praecox que florescem no outono.
Fotos: José Santos
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