As orquídeas são a família botânica mais numerosa com mais de 25 mil espécies espalhadas por quase todo o mundo. Surgem nas florestas nebulosas das altas montanhas asiáticas ou da América do Sul, sobre os maciços rochosos do Brasil, nos prados europeus e até nas florestas tropicais africanas.
Podemos encontrá-las também no topo das árvores mais altas da floresta amazónica ou junto aos riachos africanos, nos declives das montanhas rochosas e cobertas por musgo, nos solos das florestas por entre várias camadas de folhas, cascas e galhos caídos.
Ainda as descobrimos debaixo de neve, durante diversos meses, no sopé de colinas norte americanas, nas planícies australianas ou nas florestas quentes e de chuvas frequentes das ilhas asiáticas. Em todos estes e muito mais ambientes podemos encontrar orquídeas.
História evolutiva
As primeiras evidências da existência de plantas da família Orchidaceae apontam a sua origem para há cerca de 80 milhões de anos. Quando os dinossauros reinavam na Terra, as orquídeas já povoavam o planeta.
Quando os dinossauros foram extintos, as orquídeas sobreviveram e em todo este tempo, evoluíram, adaptando-se às mudanças ambientais e geológicas que foram o correndo ao longo dos tempos.
Presentemente, constituem uma das mais diversificadas famílias botânicas. Algumas orquídeas adormecem no inverno, refugiando-se em bolbos subterrâneos, outras desenvolveram folhas carnudas e achatadas para captar a luz do sol e evitar perdas de água.
Em locais de variações ambientais notórias, aprenderam a armazenar água e alimento em pseudobolbos exteriores e em locais húmidos tornaram-se epífitas e transformaram as suas raízes de modo a absorverem rapidamente, como uma esponja, a humidade do ar e das chuvas frequentes mas breves.
Mas a maior evolução verificou-se a nível da polinização e das relações complicadas com os seus polinizadores (insetos, aves, morcegos, etc). Desenvolveram formas que imitam os insetos polinizadores de modo a atrai-los sexualmente, fantasiaram-se de cores que nem existem no arco-íris para atraírem aves e insetos.
Perfumaram-se com os mais diversos e estranhos aromas e utilizaram estratagemas para ludibriarem insetos e atraí-los a si.
Adaptação ao meio
Desenvolveram-se de modo a afastar e impedir alguns polinizadores de terem acesso às polínias mas a permitirem outros mais específicos com a maior das facilidades de modo a conseguirem o seu objetivo: serem polinizadas, fabricarem sementes, espalharem essas sementes para produzirem novas plantas: Propagar a espécie. Sobreviver. Toda esta evolução originou a grande diversidade de plantas que hoje conhecemos.
Para um cultivo das várias espécies exóticas que vão aparecendo cada vez mais frequentemente no mercado, há que compreender estas plantas. Saber a sua origem, onde e como crescem, que condições favorecem as suas florações, quando e porquê.
Pode parecer um bocadinho trabalhoso, mas é apaixonante.
Conhecer a planta
Um orquidófilo não tenta só manter a planta para obter as flores. Um orquidófilo estuda as características das suas plantas, dos ambientes onde são oriundas e assim aprende mais sobre o seu cultivo e espera pacientemente pelas flores.
Os erros principais do cultivo de orquídeas são resultantes da falta de informação. Uma orquídea, por todas as razões anteriores, não é uma planta comum, não se cultiva como uma planta comum.
Não basta plantá-la num vaso com terra e regar. Há mais do que isso para ter sucesso com as suas orquídeas.
Primeiro que tudo: conhecer a planta. Onde cresce, como cresce? Gosta de mais luz ou prefere a sombra? Tem período de dormência (descanso no crescimento)? É uma planta terrestre ou epífita? Que tipo de substrato se utiliza? Tem algumas particularidades que devemos saber?
Com a grande variedade de orquídeas disponíveis é impossível generalizar.
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