Em 1837, já algumas espécies de Miltonia tinham sido descobertas, mas estavam descritas como pertencendo a outros géneros: a M. flavescens foi primeiro classificada como Cyrtochilum flavescens e a M. russelliana como Oncidium russellianum, o que também aconteceu a outras espécies. Entretanto, ao receber um exemplar para classificar e ao verificar as suas características tão únicas, John Lindley resolveu propor um novo género cujo nome honrava o visconde Milton, um lorde inglês apaixonado por orquídeas.
O género Miltonia, cuja espécie tipo é a Miltonia spectabilis, hoje tem cerca de nove espécies e alguns híbridos naturais, distribuídos por vários estados brasileiros. No entanto tem maior intensidade nas montanhas entre o Rio de Janeiro e S. Paulo a crescer a baixas altitudes (até aos 1500 m) em florestas de zonas quentes com alguma luminosidade e bom arejamento. As plantas são epífitas e recebem bastante humidade ao amanhecer e durante a noite, nunca ficando as raízes completamente secas.
As plantas
As Miltoniopsis diferem das Miltonia por terem uma só folha em cada pseudobolbo; por terem os pseudobolbos mais juntos no rizoma e pela diferença das suas colunas.
É um género constituído somente por 5 espécies, distribuídos por países sulamericanos como a Colômbia, a Costa Rica, o Equador, o Panamá e a Venezuela. São também chamadas orquídea Amor-perfeito (Pansy Orchid em inglês) pela semelhança das suas grandes flores com os amores-perfeitos (Viola sp.). O género foi criado em 1889 pelo botânico francês Godefroy-Lebeuf com quatro espécies saídas do género Miltonia. O nome Miltoniopsis quer dizer “como uma Miltonia”. Os seus habitats estão situados nas encostas dos Andes e florestas montanhosas de maior altitude sendo mais frescos e sombrios do que os habitats das Miltonia.
O cultivo
O cultivo destas plantas não será dos mais fáceis, especialmente o das Miltoniopsis, mas não é nada de outro mundo. A dificuldade principal é a pouca tolerância das Miltoniopsis ao calor. Se a planta for mantida acima dos 26 graus, é muito natural que nunca floresça e, em temperaturas acima dos 28 graus, a planta começa a morrer. Assim, ou temos um local fresco, arejado e sombrio onde colocar a planta nos nossos meses mais quentes ou não vale a pena aventurarmo-nos no cultivo deste género.
Por outro lado, as Miltonia são mais tolerantes e aguentam temperaturas acima dos 32 graus desde mantenha uma humidade elevada. Como temperaturas mínimas as Miltonia não resistem a menos de 15 graus; já as Miltoniopsis podem ir até aos dez graus de mínima.
É importante um substrato que permita uma boa drenagem. O substrato pode ser constituído por uma mistura para orquídeas epífitas, à base de casca de pinheiro e fibra de coco grada. À mistura podemos juntar um pouco de musgo de esfagno ou perlite. Há mesmo quem cultive as Miltoniopsis só em musgo de esfagno para as manter mais húmidas e se não tiver tendência para regar demasiado pode fazê-lo.
As Miltoniopsis são pouco resistentes à acumulação de sais nas raízes. Devem ser regadas com água destilada, de osmose ou água da chuva, devemos também trocar o substrato anualmente. As fertilizações devem ser quizenais com uma dose mais fraca do que o recomendado. Ambos os géneros podem ser cultivadas em vasos ou taças pequenos, de preferência de plástico, para manterem a humidade mais facilmente.
Há quem cultive estas orquídeas montadas, mas por vezes as plantas atingem tamanhos consideráveis, especialmente as Miltonia, e
não se torna prático. A partir destas poucas espécies foram criados centenas de híbridos e muitos deles são encontrados facilmente à venda.
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