Venha conhecer estas maravilhosas plantas que remontam ao tempo dos dinossauros e admirar as suas invulgares florações.
Flores únicas e robustas com uma panóplia de cores, formas e texturas. As próteas chegaram à Europa, vindas da África do Sul e da Austrália, e vieram para ficar e encantar. Desafiamos o leitor a conhecer a fascinante coleção do Jardim Botânico da Ajuda, que aqui destacamos com alguns dos exemplares existentes no jardim.
O que são as próteas
A família das próteas (Proteaceae) constitui um legado botânico com mais de 95 milhões de anos. Remonta ao tempo dos dinossauros, época histórica em que os continentes não eram distintos e encontravam-se unidos. Quando o continente mais a sul começou a dividir-se, as próteas acompanharam-no nesta divisão, razão por que existem plantas nativas da família das Proteaceae na Austrália, África do Sul, América do Sul e Indonésia. As plantas foram-se desenvolvendo de formas distintas, contudo as da Austrália e as da África do Sul continuam a apresentar muitas semelhanças.
Caracterizam-se pela sua aparência “pré-histórica”, testemunhada por registos que apontam tratar-se de uma das plantas mais antigas do mundo. Talvez seja a razão do seu aspeto robusto e da sua singularidade. Todas elas com uma diversificada paleta de cores e de texturas nas flores e folhas.
Saiba mais sobre a Protea Little Prince, a proteácea ideal para plantar em vaso.
Estas plantas, pela sua beleza e originalidade, despertaram a curiosidade dos naturalistas europeus aquando das suas expedições à África do Sul no século XVII. Foram introduzidas na Europa no século XVIII e batizadas pelo naturalista sueco Carolus Linnaeus (1707-1778), com o nome da família Proteaceae e o género Protea. A palavra deriva do deus Proteus, uma divindade detentora do poder da metamorfose. A designação justifica-se por estas plantas serem conhecidas por apresentarem diversas variedades, bem como uma panóplia de diferentes flores e folhas. A família Proteaceae inclui diversos géneros como Banksia, Leucadendron, Leucospermum, Protea, Serruria, Telopea, entre outros.
Apesar de serem espécies que exigem cuidados especiais de manutenção e cultivo, a sua beleza ímpar torna cativante a sua integração nos planos de plantação dos jardins, bem como para flor de corte.
As próteas do Jardim Botânico da Ajuda
Em Lisboa, pode conhecer a fascinante coleção de próteas do Jardim Botânico da Ajuda (JBA). Este desafio iniciou-se em setembro de 2019, quando a empresa Flora Toscana ofereceu uma coleção de Proteaceae, constituída por espécies originárias de África e da Austrália, bem como híbridos comercializados com interessante valor ornamental, num total de 95 exemplares.
Esta oferta veio enriquecer o valor botânico da coleção fitogeográfica, tendo as espécies sido distribuídas pelos canteiros da Austrália e da África, de acordo com a sua origem (figura 1). No tabuleiro inferior do jardim, foi preparada uma nova zona de exposição de plantas, disposta ao longo do limite sul, onde se plantaram os espécimes híbridos (figura 2).
Prevê-se que a coleção aumente com mais doações por parte de Flora Toscana, de modo a que esta coleção possa vir a ser uma das mais importantes da Europa e constitua uma mais-valia nos programas de educação, designadamente de horticultura ornamental, bem como na pesquisa científica de aspetos fitossanitários.
Aprenda a fazer um jardim de proteáceas.
Fotografias de Luca Quilici
Pode encontrar este e outros artigos na nossa Revista, no canal da Jardins no Youtube, e nas redes sociais Facebook, Instagram e Pinterest.