A romã (Punica granatum) é uma árvore da família Lythraceaes podendo, no entanto, ser também considerada da família das Punicaceas.
O seu nome científico deriva do latim “malum granatum” que significa maçã de muitas sementes. À árvore pode dar-se o nome de romeira ou romanzeira. Na arte cristã, judaica e islâmica, a romã simboliza a unidade e a vida eterna.
Na mitologia grega, aparece associada à morte mas também à ideia de fertilidade e imortalidade. Nos textos do Velho Testamento é muito citada, surgindo ligada aos rituais de agricultura e colheitas abundantes.
Era já conhecida dos médicos e botânicos da antiguidade que a consideravam excelente medicina. Hipócrates e Dioscórides conheciam as propriedades das suas sementes como anticonceptivo e diz-se que terão recomendado para tal fim. Recentemente tem sido alvo de muitos estudos onde se tornou popular nos mercados ingleses e americanos, devido sobretudo às suas propriedades antioxindantes e anti-cancerígenas.
Habitat
Julga-se que a romã seja originária da região transcaucasiana e do Afeganistão, Síria, Iraque e Irão onde é ainda hoje muito utilizada. O seu cultivo expandiu-se mais tarde para a China, Índia, África e Mediterrâneo. Entre nós, é cultivada um pouco por todo o País sendo mais comum no Sul. Prefere solos ligeiramente calcários, bem drenados e zonas semi-áridas. É uma árvore bastante resistente, conseguindo sobreviver em condições sob as quais a maior parte das árvores não resiste. Consegue mesmo sobreviver em temperaturas que podem ir até aos 10º C negativos.
Os principais produtores de romã são o Irão, Israel, Líbano, Egipto, Tunísia e Italía. O seu fruto é rico em vitaminas A, B, C e E, contém magnésio, sódio, potássio, ácido tânico, matérias resinosas e gordas.
Propriedades
Em investigações recentes feitas na Universidade da Califórnia concluiu-se que um copo de sumo de polpa de romã por dia ajuda a combater alguns tipos de cancro como o da próstata, cólon e da mama. Os antioxidantes existentes no fruto restauram as células doentes e matam as cancerígenas. Tanto a casca do seu tronco como do fruto ou a raiz são remédios específicos contra os parasitas intestinais como as infestações de ténias. A sua ação fortemente adstringente e os alcalóides ajudam os vermes a soltar-se das paredes intestinais, devendo depois no entanto tomar-se um chá com ação vermífuga e laxante como o de artemísia ou de hortelã para que os vermes sejam expulsos do organismo. Este tipo de tratamento deve ser acompanhada por um profissional.
Jardim
A romanzeira é um belíssima árvore que se adapta bem a pequenos jardins. Raramente ultrapassa os seis metros de altura e tem ramos esguios que terminam em espinhos. Possui folhas lanceoladas e flores escarlate em forma de coroa que se desenvolvem nas extremidades dos ramos.
O fruto de casca varia em tons de escarlate e dourado que em anos mais abundantes fazem pender os ramos com o seu peso. A romanzeira propaga-se facilmente por cortes feitos durante o seu período de dormência, em meados do inverno, depois da bela folhagem dourada ter caído, pegam muito depressa e desenvolvem-se rapidamente.
Precauções
Devido ao elevado teor de alcaloídes a casca da romã está sujeita a restrições nalguns países. Deve ser utilizada com aconselhamento profissional.
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