Antes de proceder a um transplante deve executar-se um plano que deverá ter tido em consideração questões como as que se seguem: a planta é adequada ao tipo, textura e pH da terra apresentada no local escolhido? O clima será o apropriado? Ela recebe a quantidade adequada de sol ou de sombra? Fica protegida ou exposta a ventos? A planta caberá no local, ou vai crescer demasiado? Ficará bem ao lado das suas novas vizinhas, ou o tamanho, forma e cor das folhas e flores ficam melhor numa área diferente do jardim? Haverá água disponível? Que condições de manutenção se poderão garantir?
Mudança de plantas
Não deve haver receio de mudar uma planta que não se está a desenvolver convenientemente, por estar no local errado. Essa planta terá mais hipóteses de sobrevivência se for mudada do que se for deixada no lugar de origem.
A primavera e o outono são as melhores estações para transplantar. O fator mais importante no transplante é evitar o mínimo possível de estragos nas raízes. As plantas jovens e pequenas são mais fáceis de transplantar do que as mais velhas e as mais enraizadas.
Porquê transplantar?
- Fraco desenvolvimento fisiológico devido, por exemplo, à sua localização, tipo de solo (principalmente pH e textura), aparecimento de doenças, deficiências hídricas;
- Simples operação de transplante do viveiro para local definitivo;
- Desenvolvimento excessivo para o espaço que a planta dispõe;
Conselhos gerais para transplantes
1- Época do ano
Proceder aos transplantes no outono ou no início da primavera e nunca quando as plantas estejam a crescer ativamente.
2- Altura do dia
Sempre que possível, proceder aos transplantes no fim do dia, quando as temperaturas descem. Desta forma minimiza-se a perda de água da planta por transpiração.
3- Plantas fracas
Evitar transplantar as que estejam a mostrar sinais de esgotamento.
4- Rega
Deve regar-se bem o solo antes de transplantar, se possível durante vários dias antes do transplante.
5- Caules
Antes de transplantar devem atar-se a folhagem e os caules. Esta operação facilita o transplante e minimiza os estragos na planta.
6- Raízes
As raízes de muitas árvores e arbustos estendem-se muito para lá da extensão dos ramos, deve no entanto fazer-se um esforço para que o transplante transfira o maior número possível de raízes.
7- Nível do solo
Convém certificar-se de que o solo de uma planta transplantada se encontra posicionado ao mesmo nível do solo original.
8- Tipo de solo
Deverá ter-se atenção ao tipo de solo, nomeadamente textura e pH, do solo onde se encontra a planta e aquele para onde se pretende transplantar. Se possível melhorar as condições para a planta em função das suas características.
9- Poda
Depois de um transplante, ou eventualmente antes, deve podar-se a folhagem para reduzir a tensão causada pela perda de humidade e para equilibrar com a zona radicular.
10- Fertilização
Aproveitar para efetuar uma fertilização de fundo, com estrume bem curtido, e regar para garantir humidade e verificar se existem problemas de drenagem.
11- Proteger as plantas
Contra agentes atmosféricos adversos, como sejam o vento forte e a geada, e animais, nomeadamente aves, roedores, lesmas e caracóis.
Em arbustos e árvores grandes
Mudar um arbusto grande ou uma árvore é arriscado, mas muitas vezes vale a pena o esforço e poderá ser o único meio de que se dispõe para salvar um exemplar precioso.
Estes são os procedimentos a seguir para o seu transplante:
1- Um ano antes de proceder ao transplante deverá cavar-se uma vala circular à volta da orla exterior da área de expansão das raízes;
2- Encher a vala com composto e regar bem;
3- Efetuar uma poda para equilibrar a parte aérea com a radicular;
4- No ano seguinte atar os ramos, mas sem apertar demasiado. Torna mais fácil o transplante e reduz o risco de partir os caules;
5- Marcar a orientação dos pontos cardeais na planta;
6- Cavar novamente uma vala circular à volta da orla exterior da área de expansão das raízes e levantar a planta com as suas novas raízes.
7- Colocar a planta num recipiente que garanta o transporte em segurança, isto é, que garanta que o torrão com raízes não se irá desfazer.
8- Deslocar a planta para o local do transplante e proceder à sua plantação.
9-Deve-se regar abundantemente nas semanas a seguir ao transplante (senão chover).
Na maioria das situações não é possível prever o transplante com um ano de antecedência procedendo-se no entanto de igual modo, eliminando apenas as etapas 1 e 2.
Em pequenas plantas
Os arbustos e as herbáceas são geralmente bastante fáceis de mudar. Os torrões das suas raízes são compactos e por isso fáceis de levantar com um mínimo de incómodo. Se tiverem raízes espalhadas são mais difíceis de mudar.
Os procedimentos para o seu transplante são os seguintes:
1- Atar os ramos, mas sem apertar demasiado. Torna mais fácil o transplante e reduz o risco de partir os caules;
2- Cavar um círculo à volta do torrão da raiz e com uma pá inclinada num ângulo de 45 graus levantar a planta.
3- Colocar a planta num recipiente que garanta o transporte em segurança, isto é, que garanta que o torrão com raízes não se irá desfazer;
4- Deslocar a planta para o local do transplante e proceder à sua plantação. Pode-se aproveitar para fazer a divisão vegetativa de determinadas plantas.
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