Uma praga que, tendo vindo da China para a Europa, chegou a Portugal em 2011 e tem vindo a expandir-se por todo o território.
Nome comum: Vespa-velutina, vespa-asiática.
Nome Científico: Velutina nigrithorax.
Origem: Sudoeste Asiático (sul da China, India, Indonésia, Nepal)
Características: Espécie diurna, que pode chegar aos 3,5 cm de comprimento (rainha) e tem o tórax praticamente negro, aveludado e delimitado por uma faixa fina amarela. O abdómen maioritariamente castanho tem uma fina linha amarela entre o 1.º e o 2.º segmento do abdómen e o 4.º segmento e amarelo, sendo a terminação e as asas escuras; as patas são pretas e amarelas.
Curiosidades: Terá chegado à Europa pelo porto de Bordéus, através de um carregamento de hortícolas ou loiças vindo da China (2003-2004). Em 2011 começou a invadir o Norte de Portugal (Viana do Castelo), mas neste momento já esta na zona Centro e ameaça expandir-se para todo o território. De acordo com a DGS, a vespa-velutina instala-se sobretudo em áreas urbanas e periurbanas. Quando uma vespa prospetora entra na colmeia, a colónia começa por lhe fechar a saída. Para se protegerem quando a vespa entra na colmeia, as abelhas rodeiam o predador e formam uma bolha ao seu redor, começando a bater as asas para elevar a temperatura até aos 40-41 oC, letal para as vespas. As abelhas obreiras quase se matam a si próprias pois elas suportam temperaturas até 42 ºC.
Ciclo biológico: Os ninhos da vespa-asiática encontram-se nas árvores, a alturas entre os cinco e os dez metros (mas também podem estar no solo, em muros, telheiros, alpendres, varandas, barracões), têm uma forma arredondada que pode chegar a um metro de altura e até 80 centímetros de diâmetro. Cada ninho pode albergar cerca de 2000 vespas e 150 fundadoras, que, no ano seguinte, poderão criar pelo menos seis novos ninhos. As colónias desta espécie são anuais e têm início na primavera (abril), altura em que a rainha-fundadora acorda da hibernação e cria as primeiras obreiras num primeiro ninho (5 cm, tamanho de uma bola de golfe) que tem cerca de 10-12 ovos. Os ataques a apiários ocorrem, sobretudo, entre o início do verão (junho) e o outono, altura em que as vespas precisam de alimentar as crias.
Quando a colónia já está desenvolvida, trocam ou ampliam para um segundo ninho (50-60 de diâmetro e 80 cm de altura) de julho a outubro, no qual ficam até ao final do inverno do ano seguinte, altura em que a rainha morre e as sucessoras abandonam o vespeiro, acasalam e hibernam fora do ninho, em locais seguros, para garantir um novo processo no início da estação seguinte.
Danos
Picadas: Se for só uma vespa, não representa grande perigo, mas se a vespa se sentir ameaçada e atacar com o auxílio das companheiras, a concentração de veneno pode ser tão elevada e provocar uma reação alérgica que pode ser grave e tornar-se fatal. Não se deve aproximar ou tocar nos ninhos, pois as obreiras podem ser extremamente agressivas.
Ameaça para as nossas abelhas europeias e as suas colmeias: Agarram-nas no ar e levam-nas para uns metros de distância, para lhes cortar a cabeça, as asas e o ferrão (tudo muito rápido). Só levam o tórax para o ninho, que é a parte mais rica em proteínas. Conseguem dizimar um enxame em poucos dias.
Produção agrícola: Alimentam-se de abelhas e outros insetos polinizadores, o que afeta a produção agrícola e a biodiversidade.
Produção do mel: Enorme quebra na produção de mel, devido à mortalidade das abelhas (Apis melífera) da colmeia. Isto esta acontecer, sobretudo no norte do País.
Combate biológico
Prevenção/aspetos biológicos:
Armadilhas com garrafas de 5 l e 1,5 l com pequenos buracos, atraindo-se as vespas com sumo de pera, groselha, cerveja ou vinho branco já fermentados. Em termos legais, só se deve colocar garrafas com atrativos alimentares (iscos) do tipo TP 19. Devem ser colocadas nos apiários ou em ninhos primários. A armadilha comercial do tipo CLAC foi a que mostrou melhores resultados.
Sempre que avistar uma vespa, isso significa que o ninho pode estar nas imediações, num raio de 2km.
Destruição dos ninhos primários e secundários, para isso, sempre que detetar um ninho, deve contactar uma das seguintes entidades:
• Portal stopvespa.icnf.pt
• SOS Ambiente (808200520)
• Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA-GNR)
• Juntas de freguesia para alertar os serviços especializados.
Luta química biológica:
• Aplicar inseticidas com piretrinas nos ninhos e nos locais com grandes populações de adultos.
Luta biológica:
• Existem estudos para utilizar o parasita Pheromermis vesparum no combate à vespa-asiática.
• Os frangos em ambiente natural e as galinhas, em particular a galinha de raça Janzé são muito boas predadoras, dando saltos e apanhando a vespa, comendo depois o seu corpo.
• O bútio-vespeiro é uma ave de rapina que ataca os ninhos das vespas-asiáticas, alimentando-se delas. •
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