Conheça esta orquídea colorida e perfumada que tanto se pode cultivar no exterior como no interior.
Tenho orquídeas do género Zygopetalum há muitos anos no meu jardim. Vieram inicialmente para o exterior por falta de espaço. O primeiro foi um híbrido, uma divisão, oferecido por uma tia, há mais de 20 anos. Como ela o cultivava na rua, eu resolvi também experimentar. E não só sobreviveu ao primeiro inverno, como aos outros todos, e floresce abundantemente todos os anos. Desde essa altura, fui comprando mais variedades, espécies e híbridos que até hoje cultivo também no exterior.
Desde o ano 1827, quando o primeiro exemplar foi estudado e a planta foi classificada no género Zygopetalum, que estas orqudeas vêm a entusiasmar os amantes das orquídeas. As suas cores, que combinam os verdes, castanhos, púrpuras e lilases, a forma da flor, muito atraente, com um labelo generoso e de cores fortes, e o perfume agradável e adocicado são os predicados que tornam estas orquídeas cada vez mais presentes nas nossas casas, em todo o mundo.
Origem
Os Zygopetalum são originários da América Central e do Sul e podem ser encontrados em países como a Bolívia, o Paraguai, o Peru, a Argentina e, principalmente, o Brasil, o único país onde podem ser encontradas as 15 espécies que constituem este género. Crescem em zonas de floresta temperada e tropical húmida em elevações de baixa e média altitude. Normalmente aparecem de forma epífita em zonas sombreadas pelas árvores, mas também podem ser encontrados rente ao solo ou a crescer nas rochas cobertas de matéria orgânica vegetal.
Planta
O vegetal é composto por um rizoma superficial onde nascem pseudobolbos de forma oval, alguns atingindo os 8-10 cm. Desses pseudobolbos rebentam folhas alongadas e com nervuras longitudinais, as folhas são verdes brilhantes, mas não são muito fortes, tendo tendência a dobrar-se, partir-se e a secar nas pontas. No cultivo, são plantas difíceis (para não dizer impossíveis) de manter com um aspeto impecável. Mas desde que vão crescendo fortes, as florações, que aparecem nos pseudobolbos novos e em formação, vão-se sucedendo.
As hastes florais rebentam nas zonas laterais dos pseudobolbos, protegidos pelas folhas, mas rapidamente as ultrapassam em altura, podendo dar até mais de uma dezena de flores por haste. O perfume é mais forte ao amanhecer ou ao final do dia, geralmente quando os insetos estão mais ativos. As flores, dependendo das temperaturas, podem durar mais de um mês.
O cultivo
Os meus Zygopetalum são cultivados no exterior durante todo o ano, em vasos de plástico com alguns buracos de drenagem no fundo. No fundo do vaso, coloco uma camada de cerca de 2 cm de casca de pinheiro (ou leca) e depois uma mistura para orquídeas epífitas, composta por casca de pinheiro média, fibra de coco e um pouco de carvão. Geralmente só reenvaso quando a planta enche o vaso, que não deve ser demasiado grande. Ao plantar, devemos encostar a parte mais antiga e sem novos rebentos da planta à parede do vaso, deixando espaço para os novos pseudobolbos crescerem.
Os Zygopetalum não têm período de repouso ou dormência, por isso podem florir ou dar novos pseudobolbos em qualquer altura do ano. Costumam mesmo florescer várias vezes no ano. Apesar de se continuar a regar no inverno, eu costumo diminuir as regas e, se estiver muito frio, deixo mesmo de regar para que as plantas não sofram queimaduras provocadas pelo frio. As minhas plantas ficam num local protegido onde não apanham chuva no inverno. Normalmente fertilizo uma ou duas vezes por mês, mas no inverno também suspendo as fertilizações.
Quando comprarem uma planta, escolham a que tiver mais pseudobolbos e, se dividirem os vossos Zygopetalum, deixem sempre três pseudobolbos juntos para que a planta se mantenha robusta e com reservas para crescer. É uma orquídea muito generosa, pouco exigente e fácil de florir. Não se pode pedir mais.
Curiosidades
Esta variedade é um híbrido de flores grandes, de cores escuras e muito bonitas, resultante do cruzamento do Zygopetalum labiosum com o Zygopetalum Artur Elle.
Veja o vídeo Orquídeas: Jardinar do Zero #5 e aprenda tudo sobre estas plantas.
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