Revista Jardins

A beleza única das salvas

Salvia farinacea

 

Plantas muito ornamentais e também aromáticas e comestíveis com florações que variam do branco ao encarnado, passando pelo lilás ou pelo azul.

 

Já se deparou inúmeras vezes com plantas que até lhe parecem uma salva, mas não tem a certeza que sejam mesmo? É possível que esteja certo(a). A Salvia é o maior género da família das Lamiaceae, também conhecida como família das mentas, e conta com mais de 900 espécies, entre elas herbáceas anuais, perenes, arbustos, etc. Ao pertencer à mesma família que o alecrim, o tomilho, a alfazema ou o manjericão, é normal que partilhem algumas características, como, por exemplo, o facto de serem aromáticas e comestíveis. Uma das suas características mais distintivas são as flores labiadas e em formato tubular que poderão surgir como uma só inflorescência ou em cacho, e cujas colorações variam desde o branco ao encarnado, passando pelo lilás e azul.

Mas estas plantas, tão comuns nos nossos jardins, não são só ornamentais e aromáticas: a Salvia, palavra que deriva do latim Salvus é, há muito, utilizada como planta medicinal, mais concretamente a Salvia officinalis, com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.

 

Veja o vídeo:

Plantas aromáticas… o essencial

 

Salvia officinalis

A salva comum é um arbusto com altura compreendida entre os 80 cm e os 100 cm de altura, com crescimento rápido e desenvolvimento lenhoso. As suas folhas, fortemente aromáticas, têm borda delicadamente dentada e são de um verde-glauco que varia entre o verde e o cinza-prateado, sendo facilmente distinguíveis pela sua “peluda” página inferior. O arbusto preenche-se de flores de cor lilás, com tom azulado no final da primavera e assim se mantêm até ao verão. São melíferas, com interesse medicinal e condimentar.

Embora nativa da região mediterrânica, a S. officinalis encontra-se naturalizada pela Europa e América do Norte, pelo que evoluiu para ser bastante tolerante à seca: resiste a verões longos e quentes e períodos com escassez de água.

 

Salvia officinalis

 

Salvia farinacea

Embora menos aromática, esta espécie é talvez uma das que mais impacto tem no jardim pela sua floração roxa e vibrante. À primeira vista, a floração pode até assemelhar-se à da Lavandula angustifolia, enganando os mais distraídos. Trata-se de uma variedade perene, compacta, que floresce no final da primavera e mantém a sua flor durante todo o verão. Desenvolve-se em tufos densos que podem crescer até e as suas hastes podem ir despontar até aos 80 cm. Prospera em pleno sol e suporta meia-sombra. Ao contrário da Salvia officinalis, esta espécie já não suporta secura, apreciando um solo húmido. É fácil de cultivar e de baixa manutenção, funcionando bem em solo ou em vasos ou floreiras.

 

Salvia microphylla

Pequeno arbusto perene muito frequente nos nossos jardins, chamado “rapazinhos” na gíria pelas suas flores doces cujo néctar encanta os mais pequenos. As suas (micro)flores surgem numa paleta variada de cores: encarnado, carmim, branco e branco e encarnado são as cores mais frequentes. É uma espécie perfeita para aplicar em bordaduras ou em maciços, pois forma um pequeno arbusto que se enche de flores aromáticas durante toda a primavera e verão. Aprecia solos arenosos, bem drenados e é utilizada no jardim e hortas biológicas como uma planta repelente de pragas. A Salvia microphylla apresenta inúmeros híbridos e cultivares, pelo que as suas folhas verdes podem apresentar várias formas, mas todas, quando maceradas, libertam uma intensa fragrância.

 

Salvia microphylla

 

Salvia nemerosa

São plantas encantadoras pela sua aparente delicadeza mas efetiva resiliência. São tolerantes à maioria das condições do solo, mas preferem solos arenosos ou pedregosos. Suportam secura, não toleram solo húmido no inverno. A sua floração não deixa ninguém indiferente e, para que floresçam em pleno, deverão receber seis horas de sol diário. Para garantir que a floração se prolonga, poderão cortar-se as hastes das flores que já secaram. As flores são altamente melíferas pelo que é uma excelente escolha para atrair abelhas e borboletas para o jardim. Esta espécie funciona em canteiros e combinada com outras plantas aromáticas ou comestíveis, como os orégãos ou a equinácea, ou com gauras e alecrins. A cultivar mais comum de se encontrar é a Salvia nemorosa ‘Caradonna’, caracterizada pelos seus caules ligeiramente mais escuros e flores de tom violáceo intenso. Cresce até aos 50 cm de altura.

 

Salvia nemerosa

 

Salvia splendens

Esta é uma das sálvias mais impactantes em qualquer jardim devido às suas flores encarnado-escarlate que se prolongam até ao início do outono. Mantém a baixa manutenção que é habitual para o género e prefere pleno sol a sombra parcial, com solos bem drenados.

Cresce até 80 cm de altura. É fácil de cultivar e não é particularmente afetada por doenças. A sua aplicação junto a maciços de arbustos de folhagem densa num só tom permite um contraste maior com a floração, contudo também poderá ser usada em vaso e encantar qualquer varanda, quando plantadas várias num pote largo.

 

Salvia splendens

 

Dicas para utilizar sálvias no jardim

 

Leia também:

Sálvia: dicas de uso e manutenção

 

Pode encontrar este e outros artigos na nossa Revista, no canal da Jardins no Youtube, e nas redes sociais FacebookInstagram e Pinterest.

Exit mobile version