Aromáticas e Medicinais

Canela: Uma viagem aromática do Antigo Egito ao Sri Lanka

Canela

 

Embarque na fascinante viagem pela história da canela, descubra o papel dos exploradores portugueses e conheça melhor a protagonista desta aventura aromática.

 

A canela é uma das especiarias mais antigas do mundo, referida pela primeira vez no Antigo Egito e mencionada no Antigo Testamento como ingrediente do óleo de unção sagrado. Utilizada por todo o mundo, com diferentes utilizações como na alimentação e perfumaria, o seu aroma revelou-se particularmente popular entre os romanos. Durante a Idade Média, a intensificação da sua procura e a discrepância entre a oferta e demanda resultaram num aumento significativo do seu valor. Tentando solucionar este problema, os exploradores europeus partiram para o Novo Mundo em busca de canela, mas foi apenas quando os portugueses chegaram ao Sri Lanka (antigo Ceilão), no início do século XVI, que foi finalmente descoberta uma fonte suficientemente grande para dar resposta às crescentes exigências do mercado.

Acredita-se que terão sido os portugueses, ao longo do século XVI, a introduzir a caneleira no Brasil. No século XVIII, a introdução da canela e de outras especiarias no Brasil visava estabelecer um novo polo português de especiarias, com o objetivo de compensar a perda do polo no Oriente. A canela é uma especiaria obtida a partir da casca interna das plantas do género Cinnamomum, pertencente à família das Lauráceas. Existem diversas espécies de canela, sendo as mais comuns a Cinnamomum verum (sinónimo de C. zeylanicum), conhecida como canela-verdadeira ou do Ceilão, e a Cinnamomum cassia, conhecida como canela-cássia. O processo de maturação da árvore de Cinnamomum verum pode levar até duas décadas, durante as quais desenvolve a produção de óleos altamente voláteis que conferem à canela o seu característico sabor quente, doce e subtilmente picante.

 

Processo de secagem da canela

Processo de secagem da canela

 

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Os paus de canela inteiros apresentam apenas um suave aroma quando são recolhidos pela primeira vez, mas, depois de partidos ou molhados, exalam a sua intensa e inconfundível fragrância. Não existe diferença de sabor entre pau de canela e a canela moída, o que difere é o seu modo de uso. Tal como acontece como as folhas de louro, os paus de canela não devem ser comidos, apenas servem para aromatizar, no entanto, quando em pó, pode ser utilizada em misturas.

 

CINNAMOMUM VERUM J.PRESL

Caneleira-verdadeira, Canela-do-ceilã

Família: Lauraceae

Arbusto ou pequena árvore perenifólia originária do Sri Lanka, que pode atingir alturas entre os 10-15 metros, possui ritidoma castanho-avermelhado, muito perfumado. Folhas perenes, de forma ovale pontiaguda, quando jovens apresentam uma tonalidade encarnada que vai dando lugar ao verde brilhante. Durante o período de floração (outono, inverno, primavera), despontam pequenas flores branco-esverdeadas, reunidas em inflorescências do tipo panícula (cachos compostos). O seu fruto roxo produz apenas uma semente.

 

Inicio do processo de preparação do pau de canela

Inicio do processo de preparação do pau de canela.

 

Esta planta é uma das espécies cuja casca é utilizada na produção da canela. A colheita da canela inicia-se quando a casca se começa a soltar do tronco, o que geralmente ocorre cerca de três anos após a sua plantação. Posteriormente essa casca é cuidadosamente cortada, limpa e envelhecida. Quanto mais clara e macia for a casca, melhor é a qualidade da canela.

Usos: Alimentar, onde a sua casca é utilizada como condimento na culinária. Perfumaria e medicinal, estas qualidades provêm da infusão das suas cascas e folhas assim como dos seus óleos muitos utilizados na aromaterapia. Possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antissépticas e afrodisíacas, entre outras. Apesar das suas reconhecidas propriedades, deve ser consumida com moderação.

 

Sabia que…

O nome do género, Cinnamomum, provém da palavra grega kinnamômou, que, na Antiguidade, designava esta espécie aromática. Kinnamômou deriva da palavra kinein, que significa enrolada, referindo-se aos fragmentos de casca que se enrolam ao secar os paus de canela.

 

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