Mais uma viagem dos Jardins do Mundo, um destino extraordinário para começar 2024 – o Sri Lanka!
Fascinante, o antigo Ceilão, rico em história, património, paisagens de cortar a respiração, uma riqueza de fauna e flora que nos deixa em espanto permanente, jardins maravilhosos, praias de águas quentes e comida deliciosa, 12 dias aproveitados ao minuto. Começámos por Colombo a capital, que pela sua localização, o peso da sua história e tudo o que representa, torna-a impossível de não visitar.
Dambula
Viajámos 170 km pelas magnificas paisagens cingalesas, para visitar o Templo Rochoso de Dambula e para lá chegar tivemos de subir mais de 120 degraus, mas valeu a pena pois é uma obra magnifica, classificada como Património Mundial da Unesco desde 1991. Com as suas 5 grutas escavadas na rocha e mais de 150 imagens de Buda.
Inscreva-se na próxima viagem:
Kandalama e Sigiyra
Seguimos para a reserva natural de Kandalama onde ficámos num dos hotéis mais extraordinários que visitei, o Heritance Kandalama, projetado nos aos 90 pelo arquiteto mais famoso do Sri Lanka, Geoffrey Bawa. É considerada a sua obra prima e um exemplo da chamada arquitetura modernista tropical.
O exterior é igualmente fantástico, as piscinas, as circulações, as vistas e fomos premiados com um elefante a passear pela envolvente de manha bem cedo.
A subida à cidade perdida de Sigiyra foi talvez o dia mais cansativo e exigente em termos físicos, mas valeu bem a pena a subida. Chegou a ser considerada a 8ª maravilha do mundo na Antiguidade e hoje é Património Mundial da Humanidade.
Polonnaruwa
Seguimos para Polonnaruwa, que chegou a ser capital do Sri Lanka no séc. XI- XII, foi a joia da coroa do Rei Parakramabahu I. Percorremos uma parte da cidade de bicicleta para podermos ver com mais calma grande parte dos seus magníficos templos e as ruas da cidade que é Património Mundial da Unesco, de destacar o Palácio Imperial, o Templo de Shiva, as enormes estátuas de Buda, ou o Templo Nissankamalla.
Spice Garden – Matale
A caminho de Kandy fizemos uma paragem em Matale para visitar uma produção de especiarias, um verdadeiro jardim onde pudemos ver as plantas que produzem a canela, a noz moscada, pimentas várias, o cravinho, a baunilha, o gengibre, a curcuma, cravinho, as folhas da planta do caril (Murray koenigii) e muitas outras plantas condimentares e medicinais.
Kandy
Esta é uma cidade Património da Unesco, uma das principais atrações da cidade é o templo Sagrado do dente de Buda, muito visitado pelos budistas, que aí vêm maioritariamente vestidos de branco fazer as suas ofertas de flores e pedir bênçãos para os casamentos, nascimentos, etc.
Também nós fomos fazer ofertas de flores a Buda, uma cerimónia muito bonita.
Jardim Botânico e Universidade
Em seguida fomos visitar o magnifico Jardim Botânico de Peradeniya, onde o responsável pelos jardins N. B. Palipana nos fez uma visita guiada inesquecível, mostrando-nos algumas das principais riquezas botânicas deste que é considerado um dos Jardins Botânicos mais importantes do mundo. Ele é autor de uma série de livros sobre o jardim e as suas coleções botânicas e os usos das plantas medicinais, aromáticas e etnobotânica.
Nuwara Eliya
A viagem de comboio entre Kandy e Nuwara Eliya foi talvez das partes mais emocionantes e divertidas desta viagem. Atravessamos magnificas paisagens de floresta, campos de arroz, de chá e pequenas povoações.
Chegando a Nuwara Eliya percebemos que esta é uma zona muito mais fresca do país, pois as plantas do chá necessitam de temperaturas mais baixas. Foi aqui que visitámos uma plantação de chá, onde aprendemos muito sobre todo o processo de colheita do chá, separação, limpeza, secagem e embalagem. Pudemos ainda fazer uma prova de chá e aprender a fazer a colheita.
Jardim Botânico de Hakgala
Este é o segundo maior jardim botânico do Sri Lanka e é de facto de uma beleza única, com um ambiente romântico. Em 1884 foi aqui instalado o jardim tropical que é hoje, usufruindo deste clima temperado de altitude (estamos a 1650 m acima do nível do mar). O jardim tem um traçado muito bonito, ocupando uma encosta que tira partido do declive para criar elementos de água, como cascatas, lagos e pontes.
Em termos de riqueza botânica, esta é muito diversa com mais de 10.000 espécies e uma manutenção impecável.
Yala National Park – Safari
Para quem gosta de vida selvagem este é um programa que não pode mesmo perder, fundado em 1938 ocupa uma área de mais de 900 km2 e é um dos mais famosos e visitados parques do pais.
Em termos de fauna, tem um elevado numero de elefantes, búfalos, veados, macacos, crocodilos, leopardos, esquilos, chacais, preguiças, muitas cobras, algumas delas bastante venenosas e perigosas, pássaros de uma beleza e cores extraordinárias, como os pavões, as tagarelas, noitibós, andorinhas, martim-pescador, calaus, codornas, periquitos, cocais.
No safari que fizemos durante mais de duas horas, no final do dia, tivemos a sorte de ver vários dos animais existentes no parque.
Weligama e Galle
A seguinte paragem a caminho do de Galle, foi a pequena povoação costeira de Weligama para vermos os tradicionais pescadores de estaca.
Seguimos para Galle, uma cidade muralhada cheia de história, de origem portuguesa, também ela classificada Património Mundial pela Unesco, é um excelente exemplo da mistura das arquiteturas do Oriente e do Ocidente, sendo a zona histórica da cidade de origem portuguesa.
Kosgoda e Tartarugas
De Galle seguimos para Kosgoda uma localidade costeira que tem como bandeira a proteção das tartarugas marinhas. Fomos visitar o Sea Turtle Conservation Project.
Este foi um projeto fundado pela família Perera que se dedica inteiramente à conservação das tartarugas, no Sri Lanka podemos ver 5 das 8 variedades de tartarugas marinhas existentes. Infelizmente é uma espécie em perigo, pois os ovos de tartaruga têm muita procura na Ásia no mercado negro para fins medicinais, alimentares e fabrico de bijuteria.
Tivemos oportunidade de libertar 40 tartarugas bebés para o mar, e foi um dos momentos mais bonitos desta viagem, mesmo sabendo que das 40 apenas irão sobreviver 3 ou 4. pois é assim a lei da natureza.
Bentota beach
Para os últimos dias da viagem, tínhamos guardado um magnifico hotel paradisíaco à beira mar, também ele projeto de Geoffrey Bawa, dos anos 90, tendo sido o primeiro hotel resort do Sri Lanka, mas que foi todo remodelado em 2019. Os tetos icónicos pintados são obra da maravilhosa artista plástica Ena de Silva.
Brief – jardim de Bevis Bawa
No ultimo dia, antes de regressarmos a Colombo, fomos visitar a casa e o jardim de Bevis Bawa, o irmão de Geoffrey Bawa, o arquiteto de dois dos hotéis onde tínhamos ficado o Heritance Kandalama e o Bentota. Hoje em dia a casa e o jardim pertencem a Dooland da Silva que nos recebeu de forma muito simpática.
A origem de Brief
Bevis ficou a tomar conta desta propriedade da família, Brief onde se produzia borracha, tinha cerca de 80 hectares. Rapidamente se provou que ele era um péssimo gestor e que a borracha pouco rendimento lhe trazia, ele gostava mesmo era de receber os amigos e de se dedicar a projetar e seu jardim.
Um grande amigo dele ligado ao teatro ajudou-o a desenhar o jardim, com recurso a vários efeitos cénicos, e isso é bem marcante quando o visitamos. O seu grande amigo escultor e pintor Donald Friend é o responsável pela maior parte das esculturas e grandes vasos que encontramos pelo jardim.
Este é um jardim mesmo especial desenvolve-se à volta da casa e há uma série de pátios, todos eles diferentes e extraordinários.
As pérgulas que envolvem a casa convidam ao descanso, ao lazer, são bonitas, enquadram e transmitem conforto e frescura. A casa é igualmente magnifica, toda a decoração e ambiente que se vivem lá e que estão impecavelmente mantidos pelo seu atual proprietário que tão bem nos recebeu.
Na revista de abril teremos a reportagem completa desta viagem e no site teremos mais artigos em breve!
Inscreva-se na próxima viagem:
Pode encontrar este e outros artigos na nossa Revista, no canal da Jardins no Youtube, e nas redes sociais Facebook, Instagram e Pinterest.
