Existem várias espécies de hibiscos, geralmente usados em jardins como planta ornamental. Alguns têm a grande vantagem de serem comestíveis e de terem muitos benefícios e propriedades medicinais.
São fáceis de cuidar, gostam de muito sol, muita luz e pouca água. Estão em flor durante muito tempo, desde o início da primavera, durante todo o verão e prolongando-se muitas vezes até ao final do outono.
Pertencem à família das Malvaceae e são todos (folhas, brácetas, flor e sementes muito ricos em compostos mucilaginosos), comestíveis e com muitas propriedades medicinais.
Utilizações dos hibiscos
O que é mais utilizado para fi ns terapêuticos é o Hibiscus sabdariff a. Nativo da África, é hoje cultivado em quase todas as regiões quentes e subtropicais. Foi introduzido nas Américas e na Ásia no século XVII.
É a flor símbolo do Havai, onde a utilizam para fins culinários e cosméticos, não apenas esta espécie mas várias outras. Em inglês, dão-lhe o nome de Indian sorrel ou Florida cranberry.
No Senegal a bebida nacional é o jus de bissap, um chá frio confecionado com menta, flores de hibisco, baunilha, sumo de laranjanou de outro fruto.
No Brasil, é vendido nos mercados onde é conhecido por caruru-azedo, azedinha, chá-da-jamaica, quiabo-azedo, rosélia, quiabo-de-angola, groselha ou vinagreira. Vendem as hastes com os cálices carnudos por abrir ou ramos apicais jovens e com folha para consumir como legume. No Maranhão, confecionam, com os seus botões ou cálices carnudos, um prato típico a que dão o nome de arroz de cuxá.
No sul do Brasil e na região de São Paulo, a comunidade japonesa utiliza os botões da flor do H. sabdariff a em salmoira, em substituição da ameixa salgada umeboshi, tão popular no Japão e também entre os macrobióticos.
É muito apreciada na confeção de gelados e sorbets, geleias, chás, bebidas fermentadas e refrescantes e de sabor ácido.
As suas raízes de sabor amargo também são utilizadas na preparação de um aperitivo; é bom não esquecer que as bebidas amargas estimulam os sucos digestivos, facilitando assim a digestão.
O Sudão é hoje um dos principais produtores e exportadores deste hibisco.
Constituintes e propriedades
O hibisco é muito rico em antocianinas, ácido oxálico e oxalato de potássio. As flores contêm hibiscitrina, um glicósido derivado do flavonol, contêm ainda mucilagens, ácidos orgânicos (cítrico, málico e tartárico).
Uma infusão das raízes ou da folhas tem propriedades emolientes (amolece tecidos inflamados e irritados, ajudando a desinfl amar), é estomáquico e antiescorbútico, devido ao elevado teor em vitamina C. É também utilizado para baixar a febre e como diurético, sendo muito recomendado em tratamentos de emagrecimento.
As suas sementes, que podem ser moídas e utilizadas na confeção de pães e bolos, têm propriedades tónicas e diuréticas. É antiespasmódico, hipotensor e ansiolítico, ajudando a tratar insónias e nervosismo.
Uma infusão feita com um litro de água para uma colher de brácteas desidratadas pode ser tomada ao longo do dia para quem sofra de retenção de líquidos, calor nos intestinos, inflamações da boca e das gengivas ou brônquios.
No jardim
Além de estar em flor durante grande parte do ano, é muito visitado por vários tipos de insetos e aves, mas, sobretudo no caso das regiões tropicais, é uma das preferidas das aves de bico longo, especialmente dos colibris.
Em Portugal, existe apenas uma espécie de hibisco autóctone, o Hibiscus palustris, em zonas de canaviais, comunidades de ervas altas, cursos de água, lagoas e outras terras encharcadas; é bastante rara e, segundo a Flora-on. pt, criticamente em perigo.
Saiba como plantar e cuidar de hibiscos.
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