Pragas e Doenças

Mosca-branca-das-couves

Saiba como fazer o combate biológico desta praga.

Nomes vulgares: Mosca-branca-das-couves, Mosca-branca-das-crucíferas, Mosca-branca-das-brássicas.

Nome científico: Aleurodes brassicae (Aleyrodes proletella L).

Características: Trata-se de uma espécie com origem na Europa. O adulto de cor branca-amarelada, com quatro pares de asas de cor branca, cobertas com uma camada fina de cera pulverulenta e comprimento de 1,3-2,0 mm. Nas asas podemos ver umas manchas cinzentas. Os ovos são creme-amarelados, ficando cinzentos, e as ninfas, de cor verde, cobertas com uma camada de cera branca, medem 1,5 mm de comprimento.

Ciclo biológico: As fêmeas colocam os ovos (200-400 num período de 1-2 meses) na página inferior de folhas jovens (contém mais azoto) numa área circular de diâmetro de 2-3 mm, coberta com uma cera. Na primavera e verão, o período de incubação pode ser de dois a sete dias, depois nascem as ninfas, que começam a atividade alimentar. O quarto estado ninfal é uma falsa pupa, que se transforma, passados dez dias, no estado adulto, que vive durante 2-4 semanas. Num ano, a mosca tem muitas gerações, que podem durar cerca de 18-30 dias cada no verão ou um pouco mais nas outras estações. Este inseto consegue sobreviver durante o inverno no estado adulto ou em larva.

Condições ambientais: São insetos de climas tropicais e subtropicais, mas sobrevivem em estufas e climas temperados. Esta espécie, ao contrário da maioria das espécies de mosca-branca, aguenta temperaturas baixas, por isso consegue sobreviver aos nossos invernos pouco rigorosos. A temperatura ótima de desenvolvimento situa-se entre os 20-30 ºC.

Plantas mais sensíveis: Ataca mais as crucíferas (todo o tipo de couves) e também as compostas (endívias, alfaces, alcachofras, etc.) e leguminosas (favas, ervilhas, feijão, etc.).

Danos: No caso de grandes infestações, podem debilitar a planta, escurecendo as folhas e impedindo a sua comercialização. Nas folhas, pode provocar um engelhamento e deformação, e impede o desenvolvimento das jovens folhas. Ao alimentar-se da seiva das folhas (página inferior), produz uma melada que origina a fumagina. Por vezes, podem transmitir doenças virais (mais de 70) às plantas atacadas. Geralmente os estragos não são suficientes para necessitar de uma intervenção, pois existem muitos inimigos naturais (auxiliares).

Combate biológico

Prevenção/aspetos agronómicos:

Não regar em excesso.

Evitar adubos naturais com excesso de azoto. Retirar as folhas mais infetadas das zonas mais baixas.

Retirar as culturas assim que cheguem ao fim do ciclo e colocar no compostor.

Utilizar armadilhas amarelas e brancas autocolantes.

Fazer rotação com culturas de outras famílias de plantas.

Plantas repelentes ou atrativas de auxiliares: Santolina, alho, tagetes (cravo-da-índia), aipo.

Luta química biológica

Sabão negro (potássico): Aplicar de manhã, com tempo seco, pulverizando bem todas as folhas afetadas com colónias. Pode adicionar óleo de amendoim ou álcool.

Utilizar produtos com fungos entomopatogéneos: Beauveria bassiana, Verticillium lecanii em caso de elevadas humidades ambientais.

A aplicação de “Neem” (substância de origem natural – Azadrachta indica) tem uma ação repelente sobre esta praga.

Infusão de santolina: Utilizar folhas e flores (recolhidas junho-julho) de santolina (S. chamaecyparissus, S. neapolitana, S. viridis), 100 g de planta fresca/litro de água. Funciona como repelente.

Aplicação de inseticidas biológicos com piretrinas (flor do Chrysanthemum cinerariaefolium) não se justifica a maior parte das vezes.

Óleos vegetais: existem inseticidas biológicos, feitos com óleos vegetais (ex., óleo de colza, pinho, hortelã-pimenta, alcaravia).

Inimigos naturais (auxiliares)

Parasitoides/parasitas: Encarsia partenopea (masi), Encarsia lutea (Masi), Encarsia tricolor Foerst, Encarsia formosa (vespa parasita mais utilizada), Encarsia pergandiella, Encarsia hispida, Encarsia sophia, Encarsia inaron, Encarsia noshi, Amitus spiniferus (vespa preta), Cales noacki (pequena vespa), Eretmocerus mundus, E. eremicus (pequena vespa).

Predadores: Clistotethus arcuatus Rossi (joaninha), Coccinella undecimpunctata (joaninha), Delphastus catalinae (joaninha), Acletoxenus formosus Loew (díptero), Gitona ornata Merc. (mosca), Crisopideos, Dicyphus hesperus (mirídeos).

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