Ministro e Secretário de Estado em vários governos, o nosso entrevistado é economista, professor universitário e foi administrador de bancos e companhias de seguros mas, para a Jardins, a sua dedicação à jardinagem foi o que nos motivou a contactá-lo. Para além de politico, António Bagão Félix escreveu vários livros em que as capas revelam o seu amor pelas plantas.
Onde se situa o seu jardim e que área tem?
Tenho dois jardins: o verdadeiro, no Alto Alentejo, com cerca de meio hectare, rodeado por bicentenárias oliveiras; e o sonhado nas visitas da leitura e estudo de árvores e plantas, com a área do infinito.
O que faz no seu jardim, tem ajudas?
Quando lá “entro”, começo pela observação criteriosa de todos os detalhes. Agora, com a idade a tornar-se imperativa, limito-me ao controlo (remoto) do sistema de rega, a algumas podas e a experiências de espécies no contexto alentejano. Para os trabalhos fisicamente mais exigentes, tenho a ajuda necessária. Em regra, só ao fim de semana estou junto do jardim, exceto no verão, altura em que passo muito mais tempo.
Quantas horas por semana/dia dedica à jardinagem?
Como já referi, faço-o sobretudo durante o fim de semana. Durante o tempo que for necessário (para as plantas e para mim). Em Lisboa, limito-me a bem cuidar de algumas plantas de interior e de bonsais.
Quais as ferramentas de jardinagem que usa no seu dia a dia?
Várias tesouras de poda e ancinho. Às vezes, o inevitável escadote.
Esta entrevista foi conduzida pelo fundador da revista Jardins. Conheça-o!
Quais os jardins em Portugal e no mundo que prefere?
Em Portugal, os belos jardins naturais de São Miguel nos Açores e na Madeira. No mundo, os Kew Gardens, nos arredores de Londres, são os preferidos.
Recomenda algum livro sobre jardins? E que revistas ou jornais lê sobre o tema?
Tenho mais de 300 livros sobre botânica e jardins, e seria injusto citar este ou aquele. Todos me têm sido úteis e cativantes. Leio sobretudo a revista Jardins.
Que sites visita sobre o tema?
Muitos. Cito, por exemplo, Flora Vascular, Flora On e Sementes de Portugal.
Qual o último objeto relacionado com jardinagem que comprou? E que ofereceu?
Um belo terrário com Ficus microcarpa, Pteris e Fittonia, acompanhadas de musgo.
O que aconselha aos jardineiros amadores? Fez algum curso? Onde?
Sou absolutamente autodidata.
Qual a planta e flor que prefere?
Escolho três árvores: a oliveira, a Magnolia grandiflora e a Ginkgo biloba. E três flores: rosa, jacinto e as orquidáceas. E muitas outras árvores
e flores que não deixariam espaço para responder às outras perguntas.
Qual o horto onde compra as suas plantas e porquê?
Quase sempre no mesmo horto. Às vezes online, também. Ou na feira de Estremoz, aos sábados de manhã.
Que móveis de jardim tem e quais considera indispensáveis? Trata-os regularmente? Como?
O meu jardim não exige móveis. Mas tem a companhia de uma pequena fonte, de potes e carroças alentejanas.
Qual foi o momento ou acontecimento que a fez interessar-se por jardins?
Não houve um momento, antes um gosto inesgotável que me acompanha há 50 anos.
Há quanto tempo pratica regularmente a atividade de jardinagem?
Sobretudo desde que me “alentejanei”, ou seja, há 25 anos.
Tem roupa específica para jardinar?
A minha mulher já perdeu a esperança de me ver usar uma roupa específica e apropriada para tal. Reconheço que ela tem razão, até porque já houve várias peças de roupa (de cidade) que sofreram com o seu (ab)uso rural.
Leia também “No jardim com… Emílio Rui Vilar”
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