Conheci o Luís há 20 anos, quando ambos estávamos na direção da Associação de Jardins Históricos. Em 2015, convidou-me para diretora da Jardins, e a partir desta edição somos sócios da nova editora. Achei que nesta nova etapa faria muito sentido conversar com ele sobre o seu jardim, dando seguimento às conversas que ele iniciou a uma série de convidados.
Onde se situa o seu jardim e que área tem?
No Guincho, em Cascais, e terá perto de 5000 metros quadrados.
Quais as principais tarefas a que se dedica no seu jardim?
Podar, limpar e por vezes plantar; para as tarefas mais pesadas, tenho a mesma equipa de jardineiros desde há 33 anos, a Eco-Jardins, que vem de 15 em 15 dias. Aliás o meu jardim foi o primeiro de que eles cuidaram.
Quantas horas dedica à jardinagem?
Entre duas e seis horas por semana, dependendo da época.
Quais as suas maiores preocupações na manutenção do seu jardim?
Podar e limpar, porque esta zona do Guincho é muito ventosa.
Que ferramentas de jardinagem costuma usar no dia a dia?
Tesoura de poda, uma pequena serra e uma bolsa onde acumulo as ferramentas de que vou precisando. E também uma serra elétrica e um corta-sebes quando necessário.
Quais os jardins em Portugal e no mundo que prefere?
O da Gulbenkian, em Lisboa, e tenho visto jardins fantásticos na Europa muitas vezes pela mão da revista Jardins. O Terra-Nostra nos Açores é também uma referência e alguns jardins de Quioto, no Japão, preenchem plenamente o meu conceito de estética.
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Recomenda alguns livros sobre jardins? Lê algumas revistas ou jornais sobre o tema?
Consulto alguns quando quero decidir que plantas comprar, mas a revista e o respetivo site da Jardins têm chegado para me esclarecer as dúvidas.
Que sites costuma visitar sobre o tema?
O da Jardins e ultimamente o do Daily Telegraph.
Qual foi o último objeto relacionado com jardinagem que comprou?
Uma tesoura de poda.
Que conselhos dá aos jardineiros amadores que queiram aprender mais?
Que tirem um curso básico de jardinagem, eu tirei dois, quando a Associação dos Jardins Históricos os organizava, que muito me ajudaram no dia a dia do jardim e sobretudo a saber o que pedir aos jardineiros. Também é aconselhável aprender a manusear as máquinas, serras, corta-sebes, etc.
Tem alguma planta ou flor favorita?
Há uma flor que por vezes aparece espontaneamente no meu jardim de que gosto muito, o lírio-do-campo, de um roxo-escuro intenso. Também gosto muito de suculentas.
Tem algum horto em especial onde compra as suas plantas?
A Viplant, em Oeiras.
Que móveis de jardim tem e quais considera indispensáveis?
Tenho um caramanchão onde almoçamos quando o tempo o permite e que funciona como um prolongamento da casa; aliás, os móveis de jardim servem para nos ajudar a gozar mais plenamente a Natureza.
Para além dos móveis de jardim habituais tem outros objetos para decorar o jardim?
Tenho sim e foram difíceis de encontrar porque em Portugal não há muito essa tradição; mandei fazer a uma escultora um cão d’água e um javali e comprei e montei uma escultura com globos redondos em pedra, para além de vasos também em pedra que preenchi com catos.
Qual foi o momento que o fez interessar-se por jardins?
O facto de ter comprado uma casa com jardim fez-me interessar por jardins e fazer esta revista, a qual agora está bem entregue à Teresa!
Que personalidades no mundo dos jardins, das plantas ou da jardinagem mais o fascinam?
Nenhuma personalidade em especial, mas gosto muito dos jardins que o Francisco Caldeira Cabral e a Elsa fazem e também os do Piet Outdolf e do Fernando Caruncho.
Há algum evento do mundo dos jardins e da jardinagem em Portugal ou no estrangeiro que não perca e que aconselhe os jardineiros amadores a visitarem?
Acho que vale a pena irem de vez em quando a uma feira de jardinagem ver o que há de novo no mercado, desde máquinas e materiais a mobília e iluminação, etc.
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