Da plantação até à colheita pode demorar dois anos ou mais, algo que se deve ter em atenção. Nos Açores, usa-se o “fumo”, ou seja, a queima de matéria vegetal, dentro das estufas, para induzir a floração.
O ananás (Ananas comosus) é uma fruta tropical da família das Bromeliáceas. Nativo da América do Sul, onde é cultivado há bastantes séculos, o ananás tornou-se uma das frutas mais apreciadas no mundo e uma das primeiras a ser comercializada enlatada. Com a sua “coroa” e o seu sabor, que oscila entre o ácido e o doce, consoante a variedade, alguns viram no ananás o rei das frutas. Ainda hoje surge à mesa fresco, em ocasiões especiais, como o Natal e o Ano Novo. Ananás e abacaxi são sinónimos, o primeiro nome usado em Portugal; o segundo, no Brasil. Estas duas palavras têm origem em línguas nativas do Brasil, a primeira do guarani e do tupi antigo; a segunda do tupi.
Tendo origem na América do Sul tropical e subtropical (Brasil, Paraguai e Argentina), antes da chegada dos europeus, já se tinham espalhado para norte, alcançando as costas do Caribe e as Antilhas. Foi nas Antilhas que Cristóvão Colombo ficou a conhecer o ananás e, a partir desse contacto, o fruto espalhou-se com alguma rapidez, sendo levado para a África, a Ásia e a Europa, onde os neerlandeses foram os primeiros a cultivá-lo. Na altura era visto na Europa como um símbolo do luxo e da ostentação.
Hoje em dia, os maiores produtores mundiais são as Filipinas, a Costa Rica, o Brasil, a Indonésia, a China e a Tailândia.
Ficha técnica do ananaseiro
Origem: América do Sul (Brasil, Paraguai, Argentina).
Altura: 60-90 centímetros.
Propagação: Sobretudo vegetativa, raramente por sementes.
Plantio: Primavera
Solo: Solos frescos, ricos em matéria orgânica, bem drenados.
Clima: Planta sensível em Portugal continental.
Exposição: Pleno sol em zonas livres de geadas e abrigadas do vento.
Colheita: Variável. Pode demorar entre 18 a 24 meses
Manutenção: Mondas, regas, adubações
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Cultivo e colheita
As principais variedades cultivadas são a ‘Hilo’, a ‘Pernambuco’, a ‘Red Spanish’ e a ‘Cayenne’.
Manutenção
Devemos ter em atenção que do plantio até à colheita pode demorar dois ano, ou mais. Nos Açores usa-se o “fumo”, ou seja, a queima de matéria vegetal, dentro das estufas, para induzir a floração.
O controlo das infestantes, que podem abafar as plantas jovens, as regas e as adubações são operações de manutenção também indispensáveis. Tendo em conta que a podridão da raiz pode matar a planta, o solo deve secar antes de ser feita nova rega. No cultivo em estufa, devemos estar ainda mais atentos ao aparecimento de pragas e doenças, por vezes causadas por mau arejamento, que provoca humidade excessiva.
Pragas e doenças
Como todas as plantas, o ananaseiro está sujeito a algumas pragas e doenças que enfraquecem a planta, reduzindo a produção das plantações
ou acabando mesmo por matá-las. Algumas das pragas que se podem destacar são as cochonilhas, os tripes e as brocas, mas também os nemátodos.
Quanto a doenças, destacam-se as doenças fúngicas, como a fusariose e a antracnose, ou os vírus, como o que causa a murcha.
Propriedades e usos
O ananás é um fruto muito agradável, sobretudo ao natural, mas nem todos se dão bem com a sua acidez.
Rico em vitaminas e em minerais, o ananás possui também antioxidantes, que o tornam um fruto que deve ser incluído na nossa dieta. As suas enzimas também ajudam a digestão. As vitaminas que o compõem são as vitaminas C, a vitamina A e a vitamina K. Os minerais são principalmente o potássio e o magnésio, mas também o fósforo, o zinco e o cálcio. Apesar de poder ser um fruto doce, é baixo em calorias.
O ananás é frequentemente consumido enlatado, mas também é consumido ao natural, a melhor maneira de sentir as suas características de sabor e textura. De resto, é muito versátil e pode ser usado para sumos, batidos, sobremesas, mas também em pratos salgados, sejam de carne, peixe ou vegetais, como saladas.
As fibras extraídas das suas folhas são usadas para fazer artesanato e para a tecelagem.
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