Com algumas espécies a serem muito apreciadas no cultivo como hobby, as Maxillaria são um género a descobrir e a cultivar.
Um género criado por Ruiz e Pavón, a dupla de farmacêuticos/botânicos espanhóis que viajaram durante 11 anos pela América do Sul, essencialmente pelo Peru, no final do século XVIII. Esta longa viagem resultou na descoberta de uma enorme quantidade de novas espécies de plantas e animais que foram posteriormente descritas e classificadas em trabalhos publicados. Cerca de duas dezenas dessas novas plantas foram incluídas no género Maxillaria. O nome atribuído ao género vem do latim maxillae significa mandíbula. Foi escolhido pela forma característica como a coluna de algumas espécies se liga ao labelo resultando numa estrutura semelhante a um queixo saliente que pode ou não ter mobilidade, imitando o gesto de um bocejo.
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O género foi pouco estudado durante anos e compreendia mais de 500 espécies muito diferentes e muito variáveis até que, em 2007, um grupo de botânicos, após estudos à luz das novas tecnologias, propôs que algumas das Maxillaria fossem agrupadas em novos géneros mais específicos como as Maxillariela ou as Brasiliorchis, entre outros. As Maxillaria são originárias de países da América do Sul com ambientes tropicais ou subtropicais. Crescem em zonas montanhosas, principalmente de forma epífita e são encontradas espécies tanto a baixas altitudes como acima dos 3000 metros de altitude.
As temperaturas podem ser muito variáveis, havendo algumas espécies de temperaturas mais frias e outras que preferem zonas de ambientes mais quentes. As plantas são compostas por pseudobolbos redondos ou ovais que crescem ao longo de um rizoma. Em algumas espécies uma planta adulta não cresce mais do que alguns centímetros e outras formam plantas enormes. Há espécies com os pseudobolbosa crescer todos juntinhos, em grupos, e outras com os pseudobolbos separados e afastados uns dos outros ao longo do rizoma. Os rizomas e os pseudobolbos ficam muitas vezes cobertos por uma membrana meio seca e prateada que serve de proteção à planta, mas tenha em atenção que debaixo dessas proteções também se podem esconder insetos nocivos à planta. No cimo dos pseudobolbos nascem geralmente duas folhas lanceoladas e verde-escuras.
As flores são solitárias, uma por cada pé e nunca crescem mais altas do que as folhas. Geralmente aparecem na base dos pseudobolbos e proporcionalmente ao tamanho da planta, assim é a flor. Encontramos de tudo neste género, desde as pequeninas flores com menos de 1 cm até as flores maiores com quase 10 cm. As cores variam entre o branco, os amarelos e os tons mais escuros, vermelhos e púrpura. Algumas com várias cores, outras com riscas ou pintas. É no género Maxillaria que encontramos a espécie mais escura, quase negra, a Maxillaria (hoje Brasiliorchis) schunkeanae também outras tão conhecidas pelos seus perfumes a mel, a coco, florais e doces.
Plantação e manutenção
Numa tão grande variedade de plantas, convém saber o nome das Maxillaria que queremos cultivar para assim descobrir as suas preferências. As plantas mais pequenas podem ser montadas em cortiça com um pouco de musgo de esfagno à volta da raiz, e as plantas maiores devem ser cultivadas em cestos ou em vasos de plástico ou barro, numa mistura própria para orquídeas epífitas, com casca de pinheiro, fibra de coco e perlite ou há quem utilize uma mistura de uma parte de casca de pinheiro fina para duas partes de musgo de esfagno.
Gostam de luz filtrada, mas brilhante, pois luz direta provoca queimaduras nas folhas e com pouca luz as plantas não florescem. Gostam de ter o substrato e o ar circundante com humidade, mas evitando a água em excesso. As regas são regulares e semanais e as fertilizações quinzenais. No inverno, poderemos dar-lhes um período mais seco.
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