O que cada um pode fazer para contribuir para uma melhor gestão dos recursos naturais.
Atualmente, nos países desenvolvidos, vive-se numa sociedade particularmente urbanizada e consumista, onde diariamente são gastos e descartados muitos recursos naturais. Especialmente as pessoas estabelecidas nos meios urbanos, que têm menos envolvimento nas atividades de produção de alimentos, apresentam hábitos alheios às suas necessidades por recursos naturais, desvalorizando os produtos que lhes estão amplamente disponibilizados em superfícies comerciais, sem considerar todos os esforços empregues para a obtenção desse produto. Ainda assim, cada vez mais somos tomados por uma aparente revolução “green/eco”, dentro e fora das nossas casas, nas campanhas de marketing ou mesmo por parte dos nossos decisores políticos (mais ou menos falaciosos).
O conceito de sustentabilidade começou a ser trabalhado na primeira conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo no ano de 1972, onde se focaram especialmente na poluição e degradação do ambiente, e de como estas consequências não têm fronteiras podendo afetar países, regiões e comunidades que se encontram muito longe da sua origem. Apesar do trabalho realizado nesta conferência, só em 1987 é que o conceito apareceu num documento chamado Our Commom Future elaborado pelas Nações Unidas que pretende sensibilizar para as consequências ambientais despoletadas pelo rápido crescimento económico, definido o desenvolvimento sustentável como aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. Assim, o princípio da sustentabilidade pode ser diligenciado em pequenas comunidades, ou por todo o planeta e tem por base três pilares essenciais: desenvolvimento económico, desenvolvimento social e proteção do meio ambiente. Com base nestes pilares já se criaram muitas ONG’s, sistemas de normas e certificações, especialmente na indústria alimentar, como o Comércio Justo (Fairtrade) e a Rainforest Alliance, assim como os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável das Nações Unidas que deverão ser atingidos até 2030. Apesar da clara distinção destas áreas, e do diferente peso de cada uma delas para os decisores (políticos e diretores de empresas), estes pilares são interdependentes e, a longo prazo, nenhum prospera sem o outro.
Portanto, a gestão de recursos, tanto naturais como humanos, é fundamental à sustentabilidade da vida na Terra. O que podemos fazer para tornarmos os nossos hábitos, famílias e comunidades mais sustentáveis?
Em casa
Consuma produtos de agricultura biológica e regionais – A produção em modo biológico, sequestra carbono e, por não aplicar pesticidas de síntese química, preserva a qualidade da água e do solo, diminuindo a sua erosão e degradação e promove o aumento da biodiversidade. Adicionalmente, consumir alimentos produzidos localmente diminui as emissões de gases de estufa associados ao transporte;
Porquê a agricultura biológica?
A produção biológica (vegetal e animal) procura a obtenção de alimentos de qualidade, recorrendo a técnicas que garantam a sua sustentabilidade, preservando o solo, o meio ambiente e a biodiversidade.
Diversifique de alimentos – Diminua o consumo de proteína animal e conheça novos ingredientes e outros modos de confeção para variar as suas refeições – não se esqueça que é o consumidor que estimula o aumento/diminuição das áreas cultivadas e respetivas culturas;
Evite ao máximo o desperdício alimentar – De acordo com a FAO, um terço da comida produzida globalmente não é consumida, acabando em aterros municipais ou incineradoras. Estes nutrientes, assim como todos os recursos alocados à produção destes alimentos estão a ser descartados e desvalorizados irresponsavelmente;
Reduza o consumo de carne e coma legumes e frutas variados
No trabalho
Utilize transportes públicos e/ou partilhe veículos/viagens com colegas e amigos – A diminuição da circulação de veículos diminui as emissões de gases associadas às deslocações de pessoas;
Evite rodear-se de produtos de utilização única e de baixa qualidade – uma simples garrafa de plástico pode ser substituída regularmente sem o devido aproveitamento. Pode optar por produtos reutilizáveis e de longa duração como uma garrafa de vidro para manter no seu local de trabalho;
Nos intervalos de refeições consuma snacks em recipientes reutilizáveis – a longo prazo, as embalagens individualizadas acumulam-se e, mesmo que sejam recicláveis, a sua função é mais focada na repartição em doses individuais do que propriamente na segurança alimentar. Ao comprar uma embalagem grande e ir consumindo aos pouco o seu conteúdo, estarão associadas muito menos embalagens para a mesma quantidade de produto.
Em comunidade
Em almoços e jantares comunitários leve a sua própria loiça reutilizável (copo, prato e talheres) para evitar a utilização de loiças de utilização única;
Se for fazer um passeio leve um saco do lixo consigo para coletar o lixo com que se cruza, a diminuição da poluição local vai aumentar a saúde do ecossistema;
No jardim / horta
Cuidado no uso da água – a água potável é o bem mais precisos de todos os seres vivos. A utilização cuidada da água, de modo eficiente e eliminando os desperdícios é fundamental à sustentabilidade da vida na Terra. A instalação de sistemas de rega inteligentes (que têm em consideração a humidade do solo) e a rega fora das horas de grande calor e incidência solar são algumas das ações fundamentais para a poupança de água;
Não utilize pesticidas de síntese química – a curto prazo os seus efeitos podem parecer desejáveis, mas as consequências a longo prazo são devastadoras para o equilíbrio do ecossistema, entre as quais está a degradação do solo, da biodiversidade e a deterioração da qualidade da água.
Bibliografia
https://en.wikipedia.org/wiki/Sustainability
www.investopedia.com/terms/s/sustainability.asp
www.environmentalscience.org/sustainability
www.activesustainability.com/sustainable-development/what-is-sustainability
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