Ornamentais

Paphiopedilum, uma orquídea de climas quentes – parte 2

Paphiopedilum godefroyae

As plantas nunca ficam muito grandes, são constituídas por 3-6 folhas tesseladas, com manchas verdes-escuras e verdes-acinzentadas na face superior e manchas cor de vinho ou púrpura no verso da folha. Cada haste floral dá geralmente uma única flor (raramente duas) com tamanhos entre os 3-9 cm de largura. A cor predominante é o branco, com um número variável de pintas púrpura.

A Secção Brachypetalum

São cinco espécies originárias da Ásia (Burma, Laos, Vietname, Sul da China, Camboja, Tailândia e Malásia), crescem em solos e escarpas rochosos, com predominância de rocha calcária, as raízes penetram nas fissuras das rochas muitas vezes cobertas de manta morta. Crescem em locais húmidos e com temperaturas tropicais, em zonas sombreadas por árvores baixas e arbustos.

1- Paphiopedilum bellatulum 

O Paphiopedilum bellatulum tem folhas curtas, até 14 cm de comprimento e até 5 cm de largura e com a habitual dobra longitudinal a meio. As hastes florais são muito baixas, não vão além dos 5 cm de altura, as flores brancas com pintas grossas púrpura ficam a tocar nas folhas, não excedendo os 8 cm de largura. O labelo é mais fino e tubular que a maioria dos Paphiopedilum.

2- Paphiopedilum godefroyae

Muito semelhantes ao anterior, o Paphiopedilum godefroyae tem o mesmo tipo de folhas, sendo estas um pouco mais finas.  O pé da flor pode crescer até aos 8 cm e a flor é sensivelmente maior que a dos P. bellatulum. A flor é também branca, mas as pintas de cor púrpura são mais grosseiras e juntas, formando manchas ou riscas nas sépalas e pétalas. O labelo, também com forma tubular é geralmente branco, sem pintas.

3- Paphiopedilum concolor

Ainda com a mesma aparência mais arredondada e labelo tubular, o Paphiopedilum concolor tem também folhas manchadas que podem atingir os 16 cm de comprimento e os 4 cm de largura. A flor é de um branco mais leitoso, com as extremidades das sépalas e pétalas amareladas ou de um verde-seco e finamente pintalgadas, incluindo o labelo. Nesta espécie existe a variação longipetalum em que as pétalas e a sépala dorsal são mais alongadas perdendo a forma arredondada.

Paphiopedilum niveum
4- Paphiopedilum niveum

O Paphiopedilum niveum é já uma planta maior, cujas folhas podem atingir os 19 cm de comprimento e 4 cm de largura. A haste floral é bastante alta, podendo crescer até aos 25 cm e a flor com tamanhos entre os 6 e os 8 cm de diâmetro. Possui uma flor branca, levemente pintalgada ao centro, mais próxima do labelo, muitas vezes parecendo somente um fino pó rosa escuro. O labelo é já mais arredondado do que as espécies anteriores.

5- Paphiopedilum thaianum

A última espécie foi inicialmente considerada uma variação “anã” do P. niveum, mas hoje em dia é descrita como uma espécie diferente. É o Paphiopedilum thaianum, a espécie mais pequena, com folhas que só crescem até aos 10 cm de comprimento, por 1-3 cm de largura e, flor com cerca de 5 cm num pé, que pode crescer até aos 17 cm. A flor, raramente duas por haste, é igualmente branca, levemente pontilhada de púrpura.

Em qualquer destas espécies, as flores duram entre 4-6 semanas. Podemos encontrar à venda algumas variações de cor, sendo as albas especialmente bonitas por serem de um branco puro, sem pintas. Estas cinco espécies também são muito usadas para hibridações e foram já criados diversos híbridos de rara beleza.

Paphiopedilum bellatulum

O cultivo

Estes são definitivamente os Paphiopedilum que confirmam a regra de que as espécies de folhas manchadas preferem ambientes quentes. Nesta secção, o P. niveum, P. thaianum e o P. godefroyae gostam de temperaturas entre os 18 e 28 graus; os Paphiopedilum bellatulum e P. concolor não são tão exigentes, podendo ser cultivados nunca abaixo dos 15 graus. Eles podem resistir a temperaturas mais baixas, mas, para florir, estas são as temperaturas ideais.

Estes sapatinhos não gostam de ser reenvasados e muitos cultivadores plantam-nos em vasos um pouco maiores do que seria normal, geralmente taças pouco profundas, mas largas. De acordo com os habitats onde são encontrados, o substrato que se utiliza é uma mistura de casca de pinheiro com um pouco de musgo de esfagno e pequenas pedras calcárias. O calcário e o cálcio são importantes para o sucesso no cultivo e floração destas espécies.

De resto, são semelhantes aos restantes Paphiopedilum, gostam de ter as raízes sempre húmidas sem estarem ensopadas, devem ser fertilizados pelo menos uma vez por mês com adubo dissolvido na água de rega e preferem sombras a locais luminosos (nunca com sol direto).

Fotos: José Santos

Leia também: Paphiodelium, uma orquídea de climas quentes – parte 1

Gostou deste artigo?
Então leia a nossa Revista, subscreva o canal da Jardins no Youtube, e siga-nos no Facebook, Instagram e Pinterest.


Poderá Também Gostar