Não me canso de afirmar que o Jardim Botânico José do Canto se distingue de todos os outros jardins de São Miguel e, arrisco mesmo, do território português, pela sua riquíssima coleção de árvores monumentais, onde se destacam as indígenas da Austrália, Nova Caledónia, Nova Guiné, Ásia Oriental e Tropical.
Entre as espécies nativas da Austrália saliento a Ficus macrophylla (árvore-da-borracha-australiana), representada por três exemplares com idades superiores a 160 anos, pois a sua existência está referenciada na “Enumeração das principais plantas existentes no meu Jardim de Sta. Anna na primavera de 1856”, elaborada por José do Canto.
Estas árvores perenifólias despertam a atenção dos visitantes pelas copas notáveis, troncos volumosos e, especialmente, pelos extraordinários sistemas radiculares superficiais.
As folhas
São grandes (10 a 25 cm de comprimento; 7 a 12 cm de largura) e coriáceas, sobressaindo a nervura central, quer na página superior verde, escura e glabra, quer na página inferior, mais clara e pubescente. O tamanho das folhas está intimamente relacionado com a etimologia da espécie: do grego makros (grande) e phyllon (folha).
Os frutos
São oblongo-esféricos, que se desenvolvem nas extremidades dos ramos, crescem até atingirem 2 a 2,5 cm de diâmetro. Ficam maduros em junho, quando atingem a cor púrpura pigmentada de amarelo.
No Jardim Botânico José do Canto, os frutos caem de maduros e ainda não observei os pombos torcazes ou os melros a comê-los, mas na floresta tropical australiana constituem um importante alimento para pombos, pássaros e morcegosque partilham o mesmo ecossistema.
B.I.
Nome científico: Ficus macrophylla
Nome vulgar: Árvore-da-borracha-australiana
Porte: Árvore
Família: Moraceae
Origem: Austrália
Morada: Jardim Botânico José do Canto, Ponta Delgada, ilha de São Miguel
Fotos: Raimundo Quintal
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