Ornamentais

Árvores simbólicas de diferentes religiões unem comunidades

árvores simbólicas

 

Desde sempre que a Humanidade associa o simbolismo às plantas confirmando uma referência no cruzamento de várias civilizações ao longo dos tempos, bem como de diversas religiões como o cristianismo, o islamismo, o budismo, o hinduísmo ou o taoísmo e até de mitologias de povos de todos os continentes.

 

No âmbito da Jornada Mundial da Juventude 2023 e na sequência de um convite do Grupo de Projeto para a JMJ 2023, a Universidade de Lisboa colaborou num tributo ao referido evento através do livro As plantas da Bíblia nos jardins de Belém – Lisboa e de uma exposição no Jardim Botânico Tropical com o tema: O simbolismo das plantas da Bíblia e de outros livros sagrados. Ambas as iniciativas desenvolvidas com o propósito de celebrar a consagração das plantas bíblicas e realçando o forte vínculo entre a botânica e a religião. Associada a esta ocasião ficou um legado para o futuro no Jardim Botânico Tropical, a denominada Alameda das Religiões.

Com efeito, no dia 2 de agosto de 2023, em conjunto com os representantes das respetivas comunidades religiosas, realizou-se a criação da referida alameda com a plantação, feita por jovens, de árvores de diversas espécies simbólicas – o pessegueiro para o taoismo, a figueira-dos-pagodes para o budismo, a figueira-de-bengala para o hinduísmo e a oliveira para o cristianismo e o judaísmo e a tamareira para o islamismo – que dão fundamento à criação desta alameda. Este mês destacamos estas cinco espécies de plantas.

 

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Pessegueiro

Designação científica: Prunus persica (L.) Batsch.
Família: Rosaceae.

Árvore de folha caduca, atingindo até 8 metros de altura, com uma copa arredondada e exuberante, nativa das regiões temperadas da China. O seu tronco elegante e estriado exibe tonalidades castanho-avermelhadas. As folhas alternas, simples e serradas, apresentam uma tonalidade verde na página superior e verde-clara na página inferior. Durante a primavera, as flores rosa-claro despontam em grupos compactos, perfumando o ar com seu aroma doce. Os seus frutos, conhecidos como pêssegos, são drupas, variando entre os tons verdes a amarelos e avermelhados, dependendo da variedade. Os pêssegos amadurecem no final do verão.

 

PESSEGUEIRO prunus persica

 

Figueira-dos-Pagodes

Designação científica: Ficus religiosa L.
Família: Moraceae

Árvore perenifólia de grande porte, podendo atingir mais de 25 metros de altura, com uma copa majestosa e ramificada, nativa do sul da Ásia. O seu tronco é uma verdadeira obra-prima da Natureza, o seu tom varia entre o cinza-claro e o castanho-escuro, frequentemente desenvolve raízes aéreas, dos ramos até ao solo, que ajudam a sustentar o seu porte. As folhas simples, amplamente ovadas, têm uma ponta distinta muito alongada, que lhes confere uma forma única, que se assemelha a um coração. Quando jovens as folhas apresentam uma tonalidade cor-de-rosa tornando-se verde-escuras em adultas. Pequenas flores das suas inflorescências, quase etéreas, desabrocham discretamente, contribuindo para a aura mística da árvore. As infrutescências, também conhecidas por sícones ou figos, apresentam inicialmente tons esverdeados, evoluindo para um verde-claro à medida que amadurecem.

 

figueira dos pagodes ficus religiosa

 

Tamareira

Designação científica: Phoenix dactylifera L.
Família: Arecaceae.

Palmeira dioica, perenifólia, pode atingir mais de 25 metros de altura, oriunda das regiões áridas do Oriente Médio e norte de África. Espique, esbelto e robusto, apresenta um tom acinzentado e uma textura áspera. Folhas de grandes dimensões, em forma de pena. As palmeiras masculinas amadurecem primeiro, exibindo admiráveis inflorescências com grandes quantidades de pólen, que, ao polinizar as inflorescências das palmeiras femininas, dão origem às tão desejadas tâmaras. As tâmaras são um dos frutos mais utilizados no mundo, constituindo a base da alimentação dos povos das regiões de onde é originária a tamareira, uma verdadeira dádiva do oásis. Da seiva da palmeira é produzida uma bebida muito apreciada pelos habitantes do oásis, o lagmi.

 

Phoenix dactylifera tamareira

 

Oliveira

Designação científica: Olea europaea var. europaea L.
Família: Oleaceae.

Árvore ou arbusto perenifólio, até 15 metros de altura, de copa ampla e arredondada, originária da região mediterrânica (sul da Europa, norte de África e Médio Oriente). Tronco grosso, geralmente nodoso, ritidoma cinzento ou prateado. Folhas decussadas, simples e inteiras, na página superior de cor verde-acinzentada e glabras, na página inferior de cor cinzento-esbranquiçada e muito escamosas. Pequeníssimas flores, de cor branca, reunidas em panículas que florescem no verão. Fruto uma drupa suculenta – a azeitona – verde em jovem e verde-acastanhada ou negra quando madura (setembro-outubro).

 

Olea europaea oliveira

 

Figueira-de-Bengala

Designação científica: Ficus benghalensis L.
Família: Moraceae.

Árvore perenifólia de grande porte, podendo atingir até 25 metros de altura, com uma copa amplamente ramificada, nativa das regiões tropicais do sul da Ásia. De tronco robusto a figueira-de-bengala desenvolve raízes aéreas, dos ramos até ao solo, que engrossam com o tempo, até formarem troncos indistinguíveis do tronco principal. Folhas alternas, simples e inteiras, de tom verde cor na página superior e verde-claro na página inferior. As suas flores, geralmente esverdeadas e de aparência discreta, despontam nas axilas das folhas. Os sícones, ou figos, são na verdade infrutescências; quando maduros apresentam uma coloração que pode variar entre o verde e o roxo.

 

Figueira de bengala Ficus

 

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Árvores para o jardim

 

Texto de Ana Luísa Soares e Ana Raquel Cunha.

 

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