Existem várias espécies de araucárias. A Araucaria angustifolia é conhecida por pinheiro-brasileiro, curi ou curiúva, Pode crescer até aos 50 metros de altura, com troncos que chegam aos 2 m de diâmetro. E uma conífera dioica, perenifólia, heliófita (do grego helios = sol e phyton= planta), designa qualquer espécie de planta que necessita de total exposição solar. Nas florestas, são heliófitas as plantas que conseguem atingir o nível superior das copas ou que se desenvolvem melhor nessa condição. Os pinhões medem 3 cm a 5 cm de comprimento e são comestíveis.
Estas árvores que se impõem na paisagem brasileira da maravilhosa Mata Atlântica desde Santa Catarina, onde são mais frequentes, até São Paulo.
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Os frutos
São enormes pinhões, muito nutritivos, ricos em vitaminas, lípidos, hidratos de carbono, proteínas e sais minerais. Podem ser moídos e depois utilizados como farinha na confeção de vários pratos como soufflés, pão, bolos, panquecas, molhos, etc. Têm baixo valor glicémico sendo, portanto, a farinha ou os pinhões recomendados a diabéticos. O seu sabor lembra um pouco a batata-doce com notas resinosas. Os rebentos ou brotos apicais da árvore são muito apreciados em forma de picles.
A origem
Remonta a mais de 200 milhões de anos, quando os continentes americanos e africano estavam unidos. As araucárias são muito importantes na manutenção dos ecossistemas, pois os seus pinhões servem de alimento a muitas aves e mamíferos. Infelizmente, devido ao mau planeamento florestal e à ganância dos madeireiros, hoje só resta quatro por cento do coberto vegetal de araucárias no Brasil.
A Araucaria araucana é a árvore nacional do Chile. Conhecida por araucária-chilena, também responde pelo nome de origem Mapuche, pehuén; este povo indígena considera-a uma árvore sagrada, nativa do centro-sul do Chile e do centro-oeste da Argentina. Atualmente esta espécie distribui-se em áreas limitadas, entre os paralelos 37o Se 40o S, com altitudes superiores a 800 metros, no sul da cordilheira dos Andes e, em uma pequena porção, na cordilheira da Costa do Chile.
Estas árvores, protegidas por lei desde 1971, são consideradas fósseis vivos pois já foram encontrados vestígios da sua existência na era Mesozoica também denominada Idade dos Dinossauros, que durou entre 250 milhões a 65 milhões de anos atrás.
A Araucaria araucana prefere climas temperados com chuvas abundantes, tolerando temperaturas até cerca de -20 °C. É o membro do seu género mais resistente ao frio e pode crescer bem na Europa Ocidental (norte das ilhas Faroé), no oeste da Noruega, na costa oeste da América do Norte, bem como na costa leste dos EUA (Long Island), na Nova Zelândia e no sudeste da Austrália. É tolerante à maresia, mas não tolera a exposição à poluição. Os pinhões têm de 3 cm a 5 cm de comprimento e, tal como os de outras espécies de araucária, são comestíveis. A árvore tem potencial para ser uma cultura alimentar no futuro, prosperando em climas com verões oceânicos frescos, por exemplo, no oeste da Escócia, onde outras culturas de nozes não crescem bem. Um grupo de seis árvores femininas com um macho para polinização poderia produzir vários milhares de sementes por ano. Uma vez que as pinhas caem, a colheita é fácil. A árvore, no entanto, não produz sementes/pinhões até aos 30 a 40 anos de idade. Nalgumas regiões, estes pinhões são também conhecidos por amêndoas. Uma vez estabelecida, esta árvore pode viver possivelmente até 1000 anos.
Utilizações da araucária
Também se pode dela extrair uma seiva comestível. A A. araucana foi em tempos muito explorada devido ao seu tronco longo e reto ocupando uma área original de 200.000 km². A partir do século XIX, foi intensamente explorada pelo seu alto valor económico, dando madeira muito útil e sementes nutritivas; hoje, o seu território está reduzido a uma fração mínima, o que, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN,) coloca a araucária em Perigo Crítico de Extinção no Brasil, tal como no Chile. As suas sementes faziam parte da dieta dos povos daquela região e salvaram muitas famílias de imigrantes italianos da fome no fim do século XIX, quando se iniciava, em condições extremamente precárias, a colonização no Sul, integrando-se prontamente à culinária colonial, in natura ou transformadas em farinha, pães e massas. Atualmente os pinhões são uma forma de agregação de renda ao pequeno produtor rural, auxiliando a fixação do homem na terra.
Em Portugal continental e nas ilhas, as araucárias eram e são plantadas como símbolo de estatuto social em grandes quintas ou casas senhoriais, raramente as casas mais modestas têm araucárias nos seus quintais. Existem pinhas gigantes no Parque de Monserrate. Estas provêm da monumental A. bidwillii, também conhecida como araucária-de-queensland, búnia-búnia ou pinheiro-de-búnia. Esta espécie pode atingir os 50 metros de altura. Tal como o ‘típico’ pinheiro-bravo, tem folhas em forma de agulha, o crescimento dos ramos dá origem a uma copa com forma de pirâmide e é uma espécie conífera, ou seja, dá frutos em forma de cones – as conhecidas pinhas.
As pinhas fêmeas demoram até dois anos a amadurecer e podem pesar entre três e cinco quilos –algumas chegam mesmo aos dez quilos. São portadoras de, em média, mais de uma centena de pinhões gigantes comestíveis. Por outro lado, as pinhas macho têm dimensões mais parecidas com as que conhecemos do dia a dia.
Estas pinhas gigantes costumam cair no verão, mais concretamente em agosto, daí a existência de estruturas protetoras no Parque de Monserrate, por forma a garantir a segurança de quem visita o monumento. Originária de Queensland, na Austrália, esta espécie era uma fonte de alimento para os aborígenes – os seus pinhões chegam a ter mais de cinco centímetros de comprimento e podem ser consumidos crus ou assados.
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