Revista Jardins

A chegada do outono

Com a chegada do outono, é tempo de recompor o jardim com sementeiras, plantações, podas de manutenção e outras tarefas necessárias.

Neste mês, destacamos o que está bonito todo o ano, espécies características dos jardins portugueses, como as sebes de buxo e murta, a oliveira e o pinheiro-manso.

Buxus sempervirens L. (buxo)

Arbusto alto perenifólio, ocasionalmente uma pequena árvore quando podado para o efeito.

Originário da região mediterrânica. Folhas oposto-cruzadas, rijas, brilhantes e de pecíolo curto. Flores pequenas agrupadas na axila das folhas superiores, com pouca representatividade.

Família: Buxaceae

Altura: 0,5 a 1,5 m.

Propagação: Por estaca.

Época de plantação: Primavera ou outono.

Condições de cultivo: Sol pleno, meia-sombra e sombra. Tolera bem o frio. Todo o tipo de solo. Apresenta uma grande longevidade.

Manutenção: Sensível a fungos, principalmente quando regado por aspersão. Não tolera água em excesso.

Se temos buxo talhado, para manter a forma, deve ser podado pelo menos duas vezes por ano (outono e primavera).

Curiosidades: Arbusto muito utilizado em sebe, bordadura, vaso, floreira. Geralmente, é uma sebe talhada ou topiada.

Myrtus communis L. (murta)

Arbusto aromático de folha persistente, originário da região mediterrânica e Norte de África.

Folhas opostas, verde-escuras na página superior e verde-claras na página inferior, brilhantes e aromáticas. Flores completas aromáticas com floração na primavera. O fruto é uma baga azul-escura.

Família: Myrtaceae

Altura: Até 5 m

Propagação: Por estaca.

Época de plantação: Todo o ano

Condições de cultivo: Suporta todo o tipo de solo, mas prefere solos mais secos.

Manutenção e curiosidades: Espécie rústica que não precisa de grandes cuidados de manutenção. Regas regulares nos períodos de maior calor. Podar no inverno ou início da primavera, antes da floração. Aguenta bem poda e topiária.

Curiosidades

A topiária é a arte de “esculpir” as plantas com formas ornamentais, ou seja, dar forma com podas periódicas (de modo a assegurar o tamanho e a forma idealizada).

Há registos da prática de topiária desde o tempo dos Romanos. No entanto, esta arte foi retomada no Renascimento italiano e enaltecida por André Le Nôtre (1613 – 1700), quando criou os jardins de Versailhes em 1662, através de arbustos em formas cónicas e piramidais.

No século XIX, em Inglaterra, a topiária dos arbustos assume formas arredondadas, meias-luas e arcos, entre outras. No século XXI a topiária continua a ser muito apreciada na arte dos jardins.

Utilizam-se outras espécies nesta arte de podar a destacar: murta (Myrtus communis L.), ligustro (Ligustrum sp.), escalónia (Escallonia sp.) e loureiro-real (Prunus laurocerasus L .).

Olea europaea var. europaea L. (oliveira)

Árvore ou arbusto perenifólio, de copa ampla e arredondada, originária da região mediterrânica. Tronco grosso, nodoso, ritidoma cinzento ou prateado.

Folhas decussadas, simples e inteiras, na página superior de cor verde-acinzentada e glabras, na página inferior de cor cinzento-esbranquiçada e muito escamosas.

Pequenas flores de cor branca, reunidas em panículas que florescem no verão. O fruto é uma drupa suculenta – a azeitona – verde em jovem e verde-acastanhada ou negra quando madura (set-out).

Família: Oleaceae

Altura: Até 15 m.

Propagação: Semente ou por estaca.

Época de plantação: Primavera e outono.

Condições de cultivo: Suporta todo o tipo de solos, desde que bem drenados, bem adaptada a climas quentes e secos.

Manutenção e curiosidades: Planta de fácil manutenção, deve ser podada para manter a forma e o porte.

É cultivada sobretudo para extração do azeite dos seus frutos, produto de grande importância na alimentação mediterrânica.

As folhas possuem propriedades medicinais que ajudam a diminuir a pressão sanguínea e o nível de açúcar no sangue.

A Olea europaea var. sylvestris – o zambujeiro, é uma subespécie da oliveira, com porte menor.

Pinus pinea L. (pinheiro-manso)

Árvore perenifólia de grande porte, autóctone de Portugal continental. Tronco direito, de cor cinzenta-escura, muito gretada. Folhas aciculares, agrupadas em pares, com 10-20 cm.

O fruto são pinhas – solitárias ou em grupos de 2 ou 3– que possuem uma semente comestível, o pinhão.

As pinhas amadurecem ao fim de três anos, e libertam os pinhões na primavera do quarto ano.

Família: Pinaceae

Altura: Até 30 m.

Propagação: Por semente.

Época de plantação: Primavera e outono.

Condições de cultivo: Solos profundos e arenosos, sol ou meia-sombra, sem geada.

Manutenção e curiosidades: Espécie de crescimento lento. Inicia a sua frutificação ao fim de 8-10 anos. O epíteto específico, pinea , significa pinha em latim, uma alusão aos pinhões comestíveis.

O número de agulhas é uma forma interessante de distinguir diferentes espécies de pinheiro: grupos de duas agulhas (Pinus pinea, P.pinaster, P. halepensis, P. nigra, P. sylvestris); grupos de três agulhas (P. canariensis, P. radiata) e grupos de cinco agulhas (P. cembra, P. strobus).

Possui propriedades medicinais, sendo utilizado como bálsamo para curar doenças respiratórias.

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